Jose Antonio Salcedo
1 hr · Porto ·
For my Portuguese friends: Um sumário da minha contribuição no Seminário sobre Ensino Profissional, organizado hoje pela Câmara Municipal de Estarreja, que teve lugar na Biblioteca Municipal de Estarreja:
- O ensino superior não é um direito mas um privilégio, devendo estar reservado aos mais capazes e motivados. Em contraste, o ensino profissional deve ser considerado como sendo um direito: Todas as pessoas têm direito a desenvolver capacidades e competências que lhes permitam construir uma vida profissional digna e adaptá-la às necessidades ao longo da vida.
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Existem demasiadas instituições de ensino superior em Portugal, sendo a qualidade média mais baixa do que deveria ser. Umas deveriam ser fechadas e outras fundidas entre si, reduzindo o número total a metade do actual. A missão de uma Universidade deve ser ‘ensinar e investigar na fronteira do conhecimento’.
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O ensino politécnico deveria ser reformado. Os politécnicos não deveriam poder atribuir graus académicos de Mestrado e Doutoramento, como podem actualmente. Os politécnicos devem assegurar um nível superior de competências técnicas aos seus alunos, a nível de ensino profissional, para assegurar um impacto forte e de curto prazo na economia local onde estão inseridos. Devem igualmente fazer reciclagem de formação de adultos.
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O ensino profissional não tem sido olhado nem com a competência nem com a seriedade necessárias por sucessivos governos. Os orçamentos dedicados a essa área são disso prova. Os miúdos e os adultos que sigam esta via de ensino devem sentir orgulho pela sua opção e não sentir-se como cidadãos de segunda. As escolas têm de estar equipadas de professores e meios capazes, para que os alunos aprendam a fazer através de projectos aliciantes. Esses programas devem estar articulados de forma estreita com as empresas da região.
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Todas as escolas que recebem financiamento público têm de operar com um nível incomparavelmente mais elevado de autoridade e responsabilidade. O Estado não pode intervir a cada momento, como tem feito.
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A descentralização do ensino primário e secundário (em favor dos municípios) tem de passar a ser inteligente e eficaz, e não burocrática e ineficaz como tem sido, por pressão do Estado.
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Todos – cidadãos, alunos, professores, escolas, entidades públicas e governos – têm de passar a operar com um nível de responsabilidade incomparavelmente superior ao que estão habituados. A displicência e a mediocridade têm de ser denunciadas e punidas, em favor da responsabilidade e do mérito.
PS: Muito obrigado pelo amável convite, Paulo Moreira. Foi um prazer ter participado.
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