A Pedra de Dighton, Colombo Português, descoberta da Austrália por um Português!

 

A Pedra de Dighton, Colombo Português, descoberta da Austrália por um Português!

Os historiadores Renegados de Portugal!

Esclarecimentos da História que é ensinada.Será que os interesses instalados alguma vez permitirão as correções?

Por Manuel Luciano da Silva, Médico

Infelizmente ainda continuam a existir várias dezenas de acontecimentos e personalidades históricas de Portugal que nunca foram pesquisadas nem diagnosticadas — com a técnica de autópsias — porque os chamados historiadores universitários preferem manter um estado de controvérsia para poderem usar mais paleio nas suas aulas e assim impressionar os seus alunos, revelando-se que são realmente sabichões!

Estes professores são autênticos renegados da História de Portugal! Vamos encontrar a maior concentração de historiadores renegados nas Universidades Nacionais Portuguesas, porque ganham o mesmo, não investigando NADA!
Há mais de 40 anos nas minhas viagens a Portugal, a primeira coisa que eu fazia era ir às livrarias e procurar livros escritos pelos vários historiadores de Portugal que tratassem dos Descobrimentos Portugueses. E gastei muita “massa” neste projeto!

Em pouco tempo apercebi-me que esses livros foram escritos por historiadores que usaram uma grande variedade de adjetivos diferentes, não apresentando NADA de novo, mas todos eles tiveram o cuidado de emitir as suas “doutas opiniões” renegando os protagonistas ou os feitos históricos.

Estes historiadores renegados não sabem fazer uma REFUTAÇÃO porque não sabem procurar, nem analisar, nem fazer uma autópsia a um documento ou a um monumento. Porquê? Porque estes historiadores renegados não saiem da sua universidade nem da biblioteca em sua casa, para se deslocar, irem aos locais onde se encontram os dados históricos e examiná-los com as técnicas científicas modernas.

Apenas três exemplos:
Vou citar apenas três casos históricos que têm sido e continuam a ser renegados pelos chamados grandes historiadores de Portugal.

(1) As inscrições portuguesas gravadas na Pedra de Dighton pelo navegador Miguel Corte Real em 1511.
(2) A Portugalidade do Navegador Cristóvão Colon, ou Colombo.
(3) A Descoberta da Austrália pelo Navegador Cristóvão de Mendonça em 1522.

Nós, Médicos, ao ensinarmos Medicina apresentamos o doente em frente da classe para os alunos fazerem perguntas ao doente sobre os sinais e sintomas e depois discutimos todos juntos o diagnóstico e o tratamento da doença.
É assim que se deve ensinar. Era assim que os Professores de História deviam também fazer. Apresentar diretamente aos alunos a matéria a ser diagnosticada e deixar os alunos refutar ou concordar com o diagnóstico corrente.

Todos os alunos se devem envolver para que a aprendizagem seja muito mais proveitosa. A atitude de “Magister dixit” era usada no tempo da Idade Média. Agora, nos tempos modernos, isso está fora de moda!

Para se fazer o diagnóstico das inscrições gravadas na Pedra de Dighton é preciso usar-se as técnicas da Arqueologia e mais especificamente as técnicas da Epigrafia.

As inscrições gravadas na Pedra é que são a prova irrefutável do diagnóstico. Não é qualquer pergaminho que possa existir em Portugal.
Mas até à data (2010) ainda NÃO veio NENHUM historiador especifico universitário de Portugal examinar no local a face da Pedra de Dighton que agora está protegida dentro dum museu, em Berkley, Massachusetts, E. U. A.
Como é que podem fazer o diagnóstico correto das inscrições a mais de três mil milhas de distância? Isso é ser um profissional desonesto!

As inscrições da Pedra de Dighton são muito simples. Constam de:
(1) Nome do Capitão, Miguel Corte Real, ao centro
(2) Os Escudos Nacionais Portugueses em forma de “U” e “V”
(3) Quatro Cruzes da Ordem de Cristo com extremidades em 45º.
(4) Data de 1S11 com o algarismo em formato de um S maiúsculo.

Colombo Português

Os historiadores renegados de Portugal ainda andam mais assanhados com este tema do Navegador Cristóvão Colon ou Colombo ser Português. Porquê? Eles aprenderam erradamente que este navegador nasceu em Génova e depois passaram anos a ensinar a mesma asneira.

Muitos destes historiadores renegados escrevem livros e artigos a defender a teoria que ele nasceu em Génova e alguns chegaram até a receber prémios do Governo Italiano e claro que agora não têm “cojones” para admitir que o que têm estado a ensinar aos seus alunos está errado! Nós em medicina mudamos de diagnóstico sem acanhamento nenhum, porque queremos o bem do doente, queremos curar o doente.
Não tomamos uma atitude “daqui não saio, daqui ninguém me tira”, como acontece com os historiadores! Para se fazer o diagnóstico científico da Portugalidade do Navegador Cristóvão Colon, é muito fácil se examinarmos os documentos coevos sem inventarmos fantasias baseadas na cabala ou imagens em espelho! Basta concentrarmo-nos nos seguintes dados:
(1) Duas Bulas Papais de 3 e 4 de maio de 1493, que existem na Biblioteca do Vaticano, apresentando os seus textos totalmente escritos em latim, mas tendo o nome do Navegador escrito em português antigo ou seja: Cristofõm Colon.
(2) A Sigla do Navegador é muito simples se soubermos os significados da pontuação grega e certos termos próprios em latim e hebraico. Estas interpretações seriam um exercício fora do vulgar para todos os alunos de história.
(3) O Monograma do nome Salvador Fernandes Zarco
(4) A Bênção hebraica para o Filho Legítimo Diogo Colon
(5) O Brasão do Cristóvão Colon com as Quinas de Portugal
(6) Os 40 topónimos portugueses que o Navegador pôs a muitas ilhas das Caraíbas depois das quatro viagens que ele fez.
(7) Já se fizeram as análises do ADN em 477 homens oriundos de Espanha, do sul de França e do Norte de Itália, os quais assinaram os seus nomes testemunhando que eram descendentes diretos do Navegador. Os resultados científicos provaram que NENHUM destes 477 IMPOSTORES tinha um cromossoma Y igual ao cromossoma Y do filho Fernando Colon e ao cromossoma Y do irmão Diogo Colon, (irmão do Navegador), os quais foram encontrados nos seus respetivos ossos preservados nos mausoléus na Catedral de Sevilha. Portanto já podemos concluir que baseados nos estudos científicos do ADN o Navegador Cristóvão Colon não podia ter sido italiano, nem francês, nem espanhol !!!
Descoberta da Austrália por um Português!
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Exemplo dum Mapa da Coletânea Vallard mostrando a Costa Oriental da Austrália
NÃO foram os historiadores renegados portugueses que descobriram que o Português Cristóvão de Mendonça, mandado pelo Rei D. Manuel I em 1522, foi à procura da “Ilha do Ouro”, chegando a dar a volta total ao continente australiano, registando toda a sua viagem em mapas coevos, com 120 topónimos portugueses, cujas cópias fazem parte da Coleção Vallard que está preservada na Biblioteca de Huntington em San Marino na Califórnia perto de Los Angeles, Estados Unidos da América.
Já foram escritos quatro livros por autores australianos — dois em inglês e dois em português — a afirmar que foi o Cristóvão de Mendonça que descobriu a Austrália 250 anos ANTES do inglês Francis Drake lá ter abordado. [Nota: Chrys Chrystello tem documentado estes eventos desde 1985 ver http://www.dightonrock.com/adescobertadaaustraliapelosportu.htm )
Aqui estão os dados apresentados pelos dois autores australianos:
“The Secrete Discovery of Australia” = “Descoberta Secreta da Austrália” pelo Advogado Kenneth McIntyre. Tradução da Fundação do Oriente. E o outro livro publicado na Austrália pelo jornalista científico Peter Trickett com o título de “Beyond Capricorn” – “Para além do Capricórnio” publicado já em Portugal.
Ambos estes livros apresentam dados arqueológicos:
(1) as ruínas dum Forte Português na Austrália;
(2) uma peça de chumbo usada pelos portugueses na pesca;
(3) uma peça de faiança portuguesa;
(4) um canhão português do século XVI e ainda;
(6) 15 mapas mostrando a costa marítima da Austrália com 120 topónimos portugueses.
Todos estes 15 mapas em pergaminho estão preservados numa caixa sem oxigénio na Biblioteca de Huntington,
em San Marino na Califórnia, formando a famosa Coletânea de Vallard.
Os Historiadores Renegadores vão perder!
Não temos dúvida absolutamente nenhuma que os historiadores renegados de Portugal vão perder estas três batalhas:
(1) da Pedra de Dighton, (2) do Colombo Português e (3) da descoberta da Austrália por Cristóvão de Mendonça em 1522.
Entretanto é realmente uma pena que esta vitória final tarde a chegar porque quem continua a perder é Portugal!
Não vou mencionar aqui os nomes dos historiadores renegados porque eles não merecem essa consideração. Pela sua teimosia vão morrer e não vão deixar nome nenhum na História de Portugal !
O Almirante Teixeira da Mota, que foi um grande pesquisador da Cartografia Portuguesa, antes de morrer, foi o único que aplaudiu as pesquisas de Kenneth McIntyre concordando com a descoberta da Austrália pelo Português Mendonça.
Devemos lembrar que durante o reinado de D. Manuel I, conhecido como “Rei da Pimenta”, porque pagava mal aos cartógrafos que trabalhavam na Casa da Índia, 62 desses cartógrafos portugueses saíram de Portugal e foram trabalhar para a Espanha, França, Holanda e Inglaterra.
Muitos mapas portugueses que existem hoje no mundo foram feitos por esses cartógrafos que passaram a ser chamados de “Traidores”.
Com a destruição da Casa da Índia pelo Terramoto de 1755, hoje não teríamos a Coleção Vallard que foi feita na Escola Cartográfica de Dieppe, em França, pelos tais cartógrafos “Traidores” portugueses que abandonaram o Rei D. Manuel I.
Felizmente que a Coleção Vallard existe hoje para maior glória da História de Portugal! Com a confirmação da descoberta da Austrália por Cristóvão de Mendonça em 1522, podemos afirmar doravante que os navegadores portugueses descobriram o GLOBO TODO e não apenas dois terços!

 



Cumprimentos e abraços

Morreu Aristides Pereira, primeiro Presidente de Cabo Verde

Memória 

quinta-feira, 22 de Setembro de 2011 | 10:13  Imprimir  Enviar por Email     

Morreu Aristides Pereira, primeiro Presidente de Cabo Verde


O primeiro Presidente da República de Cabo Verde Aristides Pereira morreu hoje nos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), avançou à Lusa a ministra da Saúde daquele país, Cristina Fontes Lima. 
Aristides Pereira, de 87 anos, estava em Portugal desde início de agosto, tendo sido operado em Coimbra na sequência de fractura no colo fémur agravada pela condição de diabético.

Diário Digital / Lusa 

Machimbombo

 

 

O termo “Machimbombo” generalizou-se em Angola (região de Luanda, sobretudo) para designar os autocarros de transportes públicos. Supunha-se que era um termo gentílico, mas afinal acabámos por constatar que é um vocábulo levado de Portugal para Angola em princípios do século XX.
Veja o documento histórico abaixo. O artigo está muito bem escrito com ortografia antiga.Uma preciosidade!

Machimbombo é uma palavra portuguesa que significa elevador mecânico, mas que caiu totalmente em desuso em Portugal – mas, como se refere nesta anterior resposta, de uso corrente em Angola e em Moçambique.

O que se transcreve em baixo é a história – e a morte – do antecessor do emblemático elétrico 28 de Lisboa, conforme notícia da revista Ilustração Portuguesa n.º 386, em 17 de julho de 1913. Chamava-se, então, “Machimbombo da Estrela“.

E, do que dela pelo menos parece legítimo concluir, é a comprovação de que a palavra machimbombo, provinda do inglês machine pump, já se usava em Portugal no início do século XX.

O VERDADEIRO SIGNIFICADO DA PALAVRA TREM

 

O VERDADEIRO SIGNIFICADO DA PALAVRA TREM

Interessante que o assunto mineirês veio à tona logo no dia em que alguns transtornos foram causados pelo seu desconhecimento por parte de alguns jornalistas, que escreveram a seguinte manchete: – ‘ Trens batem de frente em Minas.’

Os mineiros, obviamente, não deram a devida importância, já que para eles isto quer dizer apenas que duas coisas bateram. Poderia ter sido dois carros, um carro e uma moto, uma carroça e um carro de boi; ou
até mesmo um choque entre uma mala de viagem e a mesa de jantar.

Movido pela curiosidade, resolvi então consultar o Aurélio. E vejam o que diz:

trem [Do francês/inglês. train.] Substantivo masculino.
1 Conjunto de objetos que formam a bagagem de um viajante. 2.Comitiva, séquito. 3. Mobiliário duma casa. 4. Conjunto de objetos apropriados para certos serviços… 5. Carruagem, sege. 6. Vestuário, traje, trajo. 7.Mar. G. Bras. Grupamento de navios auxiliares destinados aos serviços (reparos, abastecimento, etc.) de uma esquadra. 8. Bras. Comboio ferroviário; trem de ferro. 9. Bras. Bateria de cozinha. 10. Bras. MG C.O. Pop. Qualquer objeto ou coisa;
coisa, negócio, treco, troço: ‘ensopando o arroz e abusando da pimenta, trem especial, apanhado ali mesmo, na horta.’ (Humberto Crispim Borges, Cacho de Tucum, p. 186). 11 .Bras. MG S. Fam. Indivíduo sem préstimo, ou de mau caráter; traste.

Vejam que o sentido de comboio ferroviário é apenas o 8º, e ainda é considerado um brasileirismo.

Comentei o fato com um amigo especialista em etimologia, que me esclareceu a questão: o comboio ferroviário recebeu o nome de trem justamente porque trazia, porque transportava, os trens das pessoas.
Vale lembrar que nessa época o Brasil possuía uma malha ferroviária com relativa capilaridade e o transporte ferroviário era o mais importante. Assim, era natural que as pessoas fizessem essa associação.

Moral da estória:
O mineiro é, antes de tudo, um erudito. Além de erudito, ainda é humilde e aceita que o pessoal dos outros estados tripudie da forma como usa a palavra trem. Na verdade, acho que isso faz parte do ‘espírito cristão do mineiro’. Ele escuta as gozações e pensa: que sejam perdoados, pois não sabem o que dizem.

Recebi sem indicação da AUTORIA.

São Tomé e Príncipe: exigem-se mais esforços na área da educação

São Tomé e Príncipe: exigem-se mais esforços na área da educação

Segundo os observadores São Tomé e Príncipe precisa de continuar a trabalhar para atingir os Objetivos para o Desenvolvimento do Milénio no setor da Educação

Termina em Junho a primeira fase do projeto para a iniciativa de educação acelerada – Fast Track – para a qual o Banco Mundial investiu 3.6 milhões de dólares, cerca de 2,5 milhões de euros. Segundo o especialista em Educação do Banco mundial, Geraldo Martins, a instituição vai continuar a apoiar São Tomé e Príncipe para que em 2015 consiga atingir os Objetivos do Desenvolvimento do Milénio neste setor.
“São Tomé e São Tomé e Príncipe está no bom caminho para o cumprimento desses objetivos”. Quem o diz é o responsável do setor da Educação do Banco Mundial para São Tomé e Príncipe, Geraldo Martins, depois da visita efetuada àquele país para fazer a avaliação ao cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio. Geraldo Martins salienta: “Em 2004 o país tinha indicadores de educação relativamente fracos, mas hoje a taxa de conclusão do ensino básico é superior a 60 por cento, o que representa um progresso enorme em relação à situação de 2004. Cerca de 312 mil manuais escolares foram distribuídos nos últimos quatro anos a todos os níveis do ensino básico, fazendo com que todos os alunos tenham um manual das duas principais disciplinas, isto é matemática e língua portuguesa. De uma maneira em geral esses progressos são importantes”.
Projeto de “Iniciativa de educação acelerada” dá os seus frutos
O Banco Mundial invstiu 2,5 milhões de euros no projeto Bildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: O Banco Mundial invstiu 2,5 milhões de euros no projeto “Fast Track” de educação acelerada em São Tomé e Príncipe. Na foto: logótipo do Banco Mundial; continente africano com pano de fundoAinda não é possível medir a qualidade de ensino existente em São Tomé e Príncipe, mas nestes últimos quatro anos, desde que o projeto de iniciativa de Educação acelerada – Fast Track – começou a ser implementado, foi possível mudar o ensino no país. “Foi implementado em três anos e durante esse período foram construídas e reparadas salas de aula ao nível do ensino básico e pré escolar, foram adquiridos e distribuídos manuais escolares aos alunos do ensino básico para além de ser reaberta a escola de formação de professores de São Tomé e Príncipe”, acrescentou o especialista em educação do Banco Mundial.
Alargar o ensino básico até à sexta classe e promover a igualdade de género no acesso à educação básica, são medidas já implementadas pelo governo são-tomense. Segundo o professor do ensino básico de Ribeira Afonso e Colónia Açoriana, Nelson Diogo, essas medidas podem ajudar o país atingir em 2015 os Objetivos do Desenvolvimento do Milénio no setor da educação. “Com o alargamento do parque escolar até à sexta classe, mesmo a lugares longínquos como Ribeira Afonso, Colônia Açoriana, Angra Toldo, San Fenícia – lugares onde, sobretudo, as meninas não tinham acesso ao estudo devido à distância e problemas da própria família – hoje já é possível estudarem”, sublinha o professor.
Ensino básico são-tomense : inscritas 93 por cento das crianças do país
No ensino básico, que compreende a pré escolar e o 1. e 2. ciclos, estão inscritos 43.074 alunos, cerca de 93% das crianças no país, segundo dados do Ministério da Educação são-tomense. No ensino básico de São Tomé e Príncipe estão inscritas 93% das crianças no país. Na foto: panorâmica da roça Agostinho NetoBildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: No ensino básico de São Tomé e Príncipe estão inscritas 93% das crianças no país. Na foto: panorâmica da roça Agostinho Neto
Os avanços positivos de São Tomé e Príncipe para atingir em 2015 a universalização do ensino básico não impedem que o Banco Mundial lance uma chamada de atenção: é que, segundo Geraldo Martins, o país tem que continuar a trabalhar na melhoria da qualidade do ensino: “Quando um país tem uma taxa de repetência com dois dígitos não é bom em termos de eficiência e mesmo em termos de qualidade de educação”, sublinhou.
Geraldo Martins acrescentou que ainda há muita coisa que falta fazer para melhorar a qualidade da educação ao nível da formação de professores: “A escola de formação de professores de São Tomé e Príncipe EFOPE ficou muitos anos sem funcionar e, graças a este projeto, retomou as suas atividades há três anos; e neste momento está a formar vários professores depois de muitos anos em São Tomé e Príncipe”, disse Geraldo Martins.
Também é preciso apostar na reciclagem dos professores que estão já no sistema, pois segundo o especialista do Banco Mundial “cerca da metade desses professores não têm formação pedagógica continua”. O objetivo de São Tomé e Príncipe até 2015 é garantir o acesso universal à educação básica no país.
Autor: Edlena Barros
Revisão : António Cascais

o crime do vale do Tua

Um artigo de Daniel Deusado, jornalista (JN – 08SET2011).
Atentamente,
Célia Quintas.
NOVAS BARRAGENS = CRIMES
O JN trazia esta semana dois artigos que se interligam profundamente. Num, o Norte como região turística preferida dos portugueses, sobretudo pela natureza e paisagem. No outro, o retrato da futura barragem do Tua. Questão: é possível destruir um rio como o Tua e manter-se a ficção de que o turismo é o maior activo do país?
As barragens foram propagandeadas por Salazar como o milagre da energia barata e são hoje responsáveis por uma parte da produção de electricidade nacional, além de terem melhorado o controlo do caudal dos rios. Foi assim por todo o Mundo. Mas já se evoluiu muito desde então e hoje percebe-se melhor que elas têm um custo implícito, porque os ecossistemas vão sendo profundamente alterados e a nossa saúde paga todos os dias a factura…
Infelizmente, para a maioria das pessoas, isto é conversa. O que importa é se a conta da luz é mais barata. Começo então por aqui: o plano de barragens posto em marcha pelo Governo Sócrates inclui uma engenharia financeira tipo “scut” cujo custo só vamos sentir daqui a uns anos de forma brutal – e aí já será tarde. Uma plataforma de organizações ambientais entregou esta semana à troika um documento que explica onde nos leva o plano da outra “troika” (Sócrates-Manuel Pinho-António Mexia). As 12 obras previstas que incluem novas barragens e reforço de outras já existentes produzem apenas o equivalente a três por cento de energia eléctrica do país, mas vão custar ao Orçamento do Estado e aos consumidores 16 mil milhões de euros… O documento avisa que a conta da electricidade vai, a prazo, incluir um agravamento de 10% para suportar mais este negócio falsamente “verde”. A EDP, a Iberdrola, etc., receberão um subsídio equivalente a 30% da capacidade de produção, haja ou não água para produzir. Mesmo paradas, recebem. A troika importa-se com isto?
Os especialistas das organizações ambientais dizem, desde o princípio, que as novas barragens poderiam ser evitadas se houvesse aumento de capacidade das barragens existentes. Era mais barato e a natureza agradecia. Infelizmente a EDP apostou milhões para conseguir novas barragens, e isso incluiu antecipação de pagamentos de licenças que ajudaram o ex-ministro das Finanças Teixeira dos Santos a cobrir uma parte do défice de 2009, além da mais demagógica e milionária campanha publicitária da década, em que se fazia sonhar com barragens como se fossem os melhores locais do Mundo para celebrar a natureza…
Estes monstros de betão vão agora destruir dois rios da região do Douro, desnecessariamente. O Sabor, por exemplo, é uma jóia de natureza ainda selvagem. À medida que o turismo ambiental cresce globalmente, mais Portugal teria a ganhar com um Parque Natural do Douro Internacional ainda inóspito, genuíno. Já não será assim. A barragem em construção inclui uma albufeira de 40 quilómetros onde se manipula o rio de trás para a frente, com desníveis súbitos, acabando com a vida fluvial endógena e o habitat das espécies em redor.
Não menos grave é a destruição do rio Tua e da centenária linha do comboio. Uma vez mais o argumento é “progresso” – os autarcas e as populações acreditam que os trabalhadores da construção civil, que por ali vão andar por uns anos a comer e a dormir nas pensões locais, garantem a reanimação da economia… Infelizmente, não vêem o fim definitivo daquela paisagem e da mais bela história ferroviária de Portugal. Uma linha erigida a sangue, suor e lágrimas. Única. E que deveria ali ficar, mesmo que não fosse usada ou rentável, até ao dia em fosse entendida como um extraordinário monumento da engenharia humana e massivamente visitada enquanto tal.
Ao deixarmos cometer mais estes crimes, em troca de um mau negócio energético, não percebemos mesmo qual o nosso papel no Mundo. Esquecemos que a Natureza nos cobra uma factura muito pesada quando destruímos a fauna e a flora. Estamos a comprometer a qualidade da água e das colheitas de que precisamos para viver, com consequências para a nossa saúde e a das gerações vindouras. Se ainda não sabemos isto, sabemos zero. E ainda por cima vamos pagar milhões. É triste.

autobiografia Saramago

Autobiografia
fjs
Nasci
numa família de camponeses sem terra, em Azinhaga, uma pequena povoação
situada na província do Ribatejo, na margem direita do rio Almonda, a
uns cem quilómetros a nordeste de Lisboa. Meus pais chamavam-se José de
Sousa e Maria da Piedade. José de Sousa teria sido também o meu nome se o
funcionário do Registo Civil, por sua própria iniciativa, não lhe
tivesse acrescentado a alcunha por que a família de meu pai era
conhecida na aldeia: Saramago. (Cabe esclarecer que saramago é
uma planta herbácea espontânea, cujas folhas, naqueles tempos, em épocas
de carência, serviam como alimento na cozinha dos pobres). Só aos sete
anos, quando tive de apresentar na escola primária um documento de
identificação, é que se veio a saber que o meu nome completo era José de
Sousa Saramago… Não foi este, porém, o único problema de identidade
com que fui fadado no berço. Embora tivesse vindo ao mundo no dia 16 de
Novembro de 1922, os meus documentos oficiais referem que nasci dois
dias depois, a 18: foi graças a esta pequena fraude que a família
escapou ao pagamento da multa por falta de declaração do nascimento no
prazo legal.
fjs
Talvez
por ter participado na Grande Guerra, em França, como soldado de
artilharia, e conhecido outros ambientes, diferentes do viver da aldeia,
meu pai decidiu, em 1924, deixar o trabalho do campo e trasladar-se com
a família para Lisboa, onde começou a exercer a profissão de polícia de
segurança pública, para a qual não se exigiam mais “habilitações
literárias” (expressão comum então…) que ler, escrever e contar.
Poucos meses depois de nos termos instalado na capital, morreria meu
irmão Francisco, que era dois anos mais velho do que eu. Embora as
condições em que vivíamos tivessem melhorado um pouco com a mudança,
nunca viríamos a conhecer verdadeiro desafogo económico. Já eu tinha 13
ou 14 anos quando passámos, enfim, a viver numa casa (pequeníssima) só
para nós: até aí sempre tínhamos habitado em partes de casa, com outras
famílias. Durante todo este tempo, e até à maioridade, foram muitos, e
frequentemente prolongados, os períodos em que vivi na aldeia com os
meus avós maternos, Jerónimo Melrinho e Josefa Caixinha.
fjsFui
bom aluno na escola primária: na segunda classe já escrevia sem erros
de ortografia, e a terceira e quarta classes foram feitas em um só ano.
Transitei depois para o liceu, onde permaneci dois anos, com notas
excelentes no primeiro, bastante menos boas no segundo, mas estimado por
colegas e professores, ao ponto de ser eleito (tinha então 12 anos…)
tesoureiro da associação académica… Entretanto, meus pais haviam
chegado à conclusão de que, por falta de meios, não poderiam continuar a
manter-me no liceu. A única alternativa que se apresentava seria entrar
para uma escola de ensino profissional, e assim se fez: durante cinco
anos aprendi o ofício de serralheiro mecânico. O mais surpreendente era
que o plano de estudos da escola, naquele tempo, embora obviamente
orientado para formações profissionais técnicas, incluía, além do
Francês, uma disciplina de Literatura. Como não tinha livros em casa
(livros meus, comprados por mim, ainda que com dinheiro emprestado por
um amigo, só os pude ter aos 19 anos), foram os livros escolares de
Português, pelo seu carácter “antológico”, que me abriram as portas para
a fruição literária: ainda hoje posso recitar poesias aprendidas
naquela época distante. Terminado o curso, trabalhei durante cerca de
dois anos como serralheiro mecânico numa oficina de reparação de
automóveis. Também por essas alturas tinha começado a frequentar, nos
períodos nocturnos de funcionamento, uma biblioteca pública de Lisboa. E
foi aí, sem ajudas nem conselhos, apenas guiado pela curiosidade e pela
vontade de aprender, que o meu gosto pela leitura se desenvolveu e
apurou.
Quando
casei, em 1944, já tinha mudado de actividade, passara a trabalhar num
organismo de Segurança Social como empregado administrativo. Minha
mulher, Ilda Reis, então dactilógrafa nos Caminhos de Ferro, viria a
ser, muitos anos mais tarde, um dos mais importantes gravadores
portugueses. Faleceria em 1998. Em 1947, ano do nascimento da minha
única filha, Violante, publiquei o primeiro livro, um romance que
intitulei A Viúva, mas que por conveniências editoriais viria a sair com o nome de Terra do Pecado. Escrevi ainda outro romance, Clarabóia, que permanece inédito até hoje, e principiei um outro, que não passou das primeiras páginas: chamar-se-ia O Mel e o Fel ou talvez Luís, filho de Tadeu…
A questão ficou resolvida quando abandonei o projecto: começava a
tornar-se claro para mim que não tinha para dizer algo que valesse a
pena. Durante 19 anos, até 1966, quando publicaria Os Poemas Possíveis , estive ausente do mundo literário português, onde devem ter sido pouquíssimas as pessoas que deram pela minha falta.
Por
motivos políticos fiquei desempregado em 1949, mas, graças à boa
vontade de um meu antigo professor do tempo da escola técnica, pude
encontrar ocupação na empresa metalúrgia de que ele era administrador.
No final dos anos 50 passei a trabalhar numa editora, Estúdios Cor, como
responsável pela produção, regressando assim, mas não como autor, ao
mundo das letras que tinha deixado anos antes. Essa nova actividade fjspermitiu-me
conhecer e criar relações de amizade com alguns dos mais importantes
escritores portugueses de então. Para melhorar o orçamento familiar, mas
também por gosto, comecei, a partir de 1955, a dedicar uma parte do
tempo livre a trabalhos de tradução, actividade que se prolongaria até
1981: Colette, Pär Lagerkvist, Jean Cassou, Maupassant, André Bonnard,
Tolstoi, Baudelaire, Étienne Balibar, Nikos Poulantzas, Henri Focillon,
Jacques Roumain, Hegel, Raymond Bayer foram alguns dos autores que
traduzi. Outra ocupação paralela, entre Maio de 1967 e Novembro de 1968,
foi a de crítico literário. Entretanto, em 1966, publicara Os Poemas Possíveis, uma colectânea poética que marcou o meu regresso à literatura. A esse livro seguiu-se, em 1970, outra colectânea de poemas, Provavelmente Alegria, e logo, em 1971 e 1973 respectivamente, sob os títulos Deste Mundo e do Outro e A Bagagem do Viajante
, duas recolhas de crónicas publicadas na imprensa, que a crítica tem
considerado essenciais à completa compreensão do meu trabalho posterior.
Tendo-me divorciado em 1970, iniciei uma relação de convivência, que
duraria até 1986, com a escritora portuguesa Isabel da Nóbrega.
Deixei a editora no final de 1971, trabalhei durante os dois anos seguintes no vespertino Diário de Lisboa como coordenador de um suplemento cultural e como editorialista. Publicados em 1974 sob o título As Opiniões que o DL teve,
esses textos representam uma “leitura” bastante precisa dos últimos
tempos da ditadura que viria a ser derrubada em Abril daquele ano. Em
Abril de 1975 passei a exercer as funções de director-adjunto do
matutino Diário de Notícias, cargo que desempenhei até Novembro
desse ano e de que fui demitido na sequência das mudanças ocasionadas
pelo golpe político-militar de 25 de daquele mês, que travou o processo
revolucionário. Dois livros assinalam esta época: O Ano de 1993,
um poema longo publicado em 1975, que alguns críticos consideram já
anunciador das obras de ficção que dois anos depois se iniciariam com o
romance Manual de Pintura e Caligrafia, e, sob o título Os Apontamentos , os artigos de teor político que publiquei no jornal de que havia sido director.
Sem
emprego uma vez mais e, ponderadas as circunstâncias da situação
política que então se vivia, sem a menor possibilidade de o encontrar,
tomei a decisão de me dedicar inteiramente à literatura: já era hora de
saber o que poderia realmente valer como escritor. No princípio de 1976
instalei-me por algumas semanas em Lavre, uma povoação rural da
província do Alentejo. Foi esse período de estudo, observação e registo
de informações que veio a dar origem, em 1980, ao romance Levantado do Chão,
em que nasce o modo de narrar que caracteriza a minha ficção novelesca.
Entretanto, em 1978, havia publicado uma colectânea de contos, Objecto Quase, em 1979 a peça de teatro A Noite, a que se seguiu, poucos meses antes da publicação de Levantado do Chão, nova obra teatral, Que Farei com este Livro?. Com excepção de uma outra peça de teatro, intitulada A Segunda Vida de Francisco de Assis e publicada em 1987, a década de 80 foi inteiramente dedicada ao romance: Memorial do Convento, 1982, O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1984, A Jangada de Pedra, 1986, História do Cerco de Lisboa , 1989. Em 1986 conheci a jornalista espanhola Pilar del Río. Casámo-nos em 1988.
Em consequência da censura exercida pelo Governo português sobre o romance O Evangelho segundo Jesus Cristo
(1991), vetando a sua apresentação ao Prémio Literário Europeu sob
pretexto de que o livro era ofensivo para os católicos, transferimos,
minha mulher e eu, em Fevereiro de 1993, a nossa residência para a ilha
de Lanzarote, no arquipélago de Canárias. No princípio desse ano
publiquei a peça In Nomine Dei, ainda escrita em Lisboa, de que seria extraído o libreto da ópera Divara,
com música do compositor italiano Azio Corghi, estreada em Münster
(Alemanha), em 1993. Não foi esta a minha primeira colaboração com
Corghi: também é dele a música da ópera Blimunda, sobre o romance Memorial do Convento, estreada em Milão (Itália), em 1990. Em 1993 iniciei a escrita de um diário, Cadernos de Lanzarote, de que estão publicados cinco volumes. Em 1995 publiquei o romance Ensaio sobre a Cegueira e em 1997 Todos os Nomes e O Conto da Ilha Desconhecida . Em 1995 foi-me atribuído o Prémio Camões, e em 1998 o Prémio Nobel de Literatura.
fjs
Em
consequência da atribuição do Prémio Nobel a minha actividade pública
viu-se incrementada. Viajei pelos cinco continentes, oferecendo
conferências, recebendo graus académicos, participando em reuniões e
congressos, tanto de carácter literário como social e político, mas,
sobretudo, participei em acções reivindicativas da dignificação dos
seres humanos e do cumprimento da Declaração dos Direitos Humanos pela
consecução de uma sociedade mais justa, onde a pessoa seja prioridade
absoluta, e não o comércio ou as lutas por um poder hegemónico, sempre
destrutivas.
Creio ter trabalhado bastante durante estes últimos anos. Desde 1998, publiquei Folhas Políticas (1976-1998) (1999), A Caverna (2000), A Maior Flor do Mundo (2001), O Homem Duplicado (2002), Ensaio sobre a Lucidez (2004), Don Giovanni ou o Dissoluto Absolvido (2005), As Intermitências da Morte (2005) e As Pequenas Memórias (2006). Agora, neste Outono de 2008, aparecerá um novo livro: A Viagem do Elefante, um conto, uma narrativa, uma fábula.
fjs
No
ano de 2007 decidiu criar-se em Lisboa uma Fundação com o meu nome, a
qual assume, entre os seus objectivos principais, a defesa e a
divulgação da literatura contemporânea, a defesa e a exigência de
cumprimento da Carta dos Direitos Humanos, além da atenção que devemos,
como cidadãos responsáveis, ao cuidado do meio ambiente. Em Julho de
2008 foi assinado um protocolo de cedência da Casa dos Bicos, em Lisboa,
para sede da Fundação José Saramago, onde esta continuará a
intensificar e consolidar os objectivos a que se propôs na sua
Declaração de Princípios, abrindo portas a projectos vivos de agitação
cultural e propostas transformadoras da sociedade.
Nota – Depois de A Viagem do Elefante, José Saramago escreveu Caim e O Caderno I e O Caderno II, livros que não chegou a acrescentar à sua Autobiografia.
© José Saramago 2010

Como o falante galego é visto em Portugal?

Como o falante galego é visto em Portugal?

A esta pergunta de um leitor , Carlos Rocha, responde no Ciberdúvidas da língua portuguesa assim:
 
Há realmente um grande desconhecimento em Portugal acerca das afinidades linguísticas com a Galiza. Perante um falante de galego, é típico um português tentar falar castelhano, muitas vezes porque não reconhece o que ouve como língua ainda muito próxima da que fala a sul do rio Minho. Lembro-me, por exemplo, de que, durante a crise do Prestige no final de 2002, os noticiários portugueses normalmente legendavam as respostas das entrevistas feitas aos habitantes do litoral galego; muitos deles falavam um galego que, apesar da “geada” (troca do "g" por um som parecido com o "jota" castelhano), tinha uma entoação familiar para ouvidos portugueses. Este comportamento dos canais de televisão em Portugal parecia obedecer ao atavismo de considerar castelhano tudo o que se fala para lá da fronteira. Penso ainda que a identidade galega nem sempre é clara para o português médio ou popular. Assim, é curioso que, dialetalmente, nem sempre um
 galego é apenas um habitante da Galiza. Por exemplo, no Alentejo um galego pode ser um natural das Beiras (Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa). E suspeito que no Norte e no Centro de Portugal, em algumas regiões que não fazem fronteira com a Galiza, um zamorano, um salmantino ou até um estremenho de Cáceres – não sei se de Badajoz – sejam todos galegos (o que pode ter alguma verdade histórica em casos como os de San Martín de Trevejo, Valverde del Fresno e Eljas). É claro que também acontece que alguns (ou muitos?) portugueses ficam baralhados quando começam a ler o que se escreve a norte do Minho. É como se dissessem: «o que se passa, que os espanhóis andam a escrever num português estranho?» Recordo que há cerca de dez anos se dedicou um excelente número da revista Colóquio Letras (Fundação Calouste Gulbenkian) à cultura galega. Nele, a prof.ª Pilar Vázquez Cuesta abordava
 justamente o desconhecimento com que os portugueses (quase sempre não acadêmicos, mas também há acadêmicos) costumam “brindar” os galegos, quando se trata de falar dos laços comuns. Para esta situação contribui certamente o fato de a História ter dificultado desde muito cedo a descoberta ou o reforço desse elo: quando, com D. Dinis, os documentos notariais portugueses passaram a ser escritos na língua que se desenvolvera no Noroeste da Península e a que historicamente poderíamos chamar galego, o reino de Portugal já existia há mais de um século. Assim, ao querer dar nome ao “galego” que se falava do Minho ao Algarve, esse nome foi muito logicamente português, visto que se estava a designar o idioma do Reino de Portugal e do Algarve. Explica-se, deste modo, que se fale em português antigo, não porque se negue a relação ou mesmo a identificação com o galego, mas talvez porque se pensa que o Condado e, depois, Reino de
 Portugal é que deu consciência idiomática coletiva a uma parte dos dialetos galegos – os que eram falados pelos portugueses. Sobre este assunto, recomendaria uma obra que dedica alguns capítulos ao problema da designação da língua na faixa ocidental da Península: Ramón Mariño Paz, Historia da Lingua Galega, Santiago de Compostela, Sotelo Blanco, 1998.

Carlos Rocha :: 30/06/2006 

http://ciberduvidas.pt/pergunta.php?id=18099
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