ensino em pt por Jose Antonio Salcedo

Jose Antonio Salcedo
1 hr · Porto ·
For my Portuguese friends: Um sumário da minha contribuição no Seminário sobre Ensino Profissional, organizado hoje pela Câmara Municipal de Estarreja, que teve lugar na Biblioteca Municipal de Estarreja:

  1. O ensino superior não é um direito mas um privilégio, devendo estar reservado aos mais capazes e motivados. Em contraste, o ensino profissional deve ser considerado como sendo um direito: Todas as pessoas têm direito a desenvolver capacidades e competências que lhes permitam construir uma vida profissional digna e adaptá-la às necessidades ao longo da vida.
  2. Existem demasiadas instituições de ensino superior em Portugal, sendo a qualidade média mais baixa do que deveria ser. Umas deveriam ser fechadas e outras fundidas entre si, reduzindo o número total a metade do actual. A missão de uma Universidade deve ser ‘ensinar e investigar na fronteira do conhecimento’.

  3. O ensino politécnico deveria ser reformado. Os politécnicos não deveriam poder atribuir graus académicos de Mestrado e Doutoramento, como podem actualmente. Os politécnicos devem assegurar um nível superior de competências técnicas aos seus alunos, a nível de ensino profissional, para assegurar um impacto forte e de curto prazo na economia local onde estão inseridos. Devem igualmente fazer reciclagem de formação de adultos.

  4. O ensino profissional não tem sido olhado nem com a competência nem com a seriedade necessárias por sucessivos governos. Os orçamentos dedicados a essa área são disso prova. Os miúdos e os adultos que sigam esta via de ensino devem sentir orgulho pela sua opção e não sentir-se como cidadãos de segunda. As escolas têm de estar equipadas de professores e meios capazes, para que os alunos aprendam a fazer através de projectos aliciantes. Esses programas devem estar articulados de forma estreita com as empresas da região.

  5. Todas as escolas que recebem financiamento público têm de operar com um nível incomparavelmente mais elevado de autoridade e responsabilidade. O Estado não pode intervir a cada momento, como tem feito.

  6. A descentralização do ensino primário e secundário (em favor dos municípios) tem de passar a ser inteligente e eficaz, e não burocrática e ineficaz como tem sido, por pressão do Estado.

  7. Todos – cidadãos, alunos, professores, escolas, entidades públicas e governos – têm de passar a operar com um nível de responsabilidade incomparavelmente superior ao que estão habituados. A displicência e a mediocridade têm de ser denunciadas e punidas, em favor da responsabilidade e do mérito.

PS: Muito obrigado pelo amável convite, Paulo Moreira. Foi um prazer ter participado.