Arquivo mensal: Novembro 2014

Primeiro fotógrafo açoriano é desconhecido nos Açores

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Primeiro fotógrafo açoriano é desconhecido nos Açores (Som)
Publicado: 2014-11-20 11:13:17 | Actualizado: 2014-11-20 11:23:42

Por:

http://www.rtp.pt/acores/?article=38306&visual=3&layout=10&tm=7

 

 

O florentino Christiano Junior foi o primeiro fotógrafo açoriano de que há memória.
A investigação é do arquiteto portuense Manuel Magalhães, um dos poucos que se dedica à história da fotografia em Portugal e foi feita a partir da Argentina, país onde o açoriano é reconhecido.

Homem multifacetado, Christiano Júnior nasceu em Santa Cruz das Flores em 1832 e viajou e viveu em vários países da América Latina.

Antena 1 Açores

carreira pública nº 1 Baucau Dili (Timor 1973)

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aeroporto de Baucau (Vila Salazar)baucau aeroporto

mercado de Baucaubaucau mercado 1970tenho uma longa descrição desta viagem no m/ livro timor leste dossier secreto que podem descarregar gratuitamente de vários locais (incluindo deste blogue ) …fiz essa viagem mal aterrei em Baucau, rumo a Dili set73

ET Dossier Secreto 73 75 PT Cc0

o resumo da primeira viagem na carreira nº 1 entre Baucau e Dili do meu livro Timor Leste o dossier secreto 73-75:
Aqui, as formalidades têm um novo sabor, semelhante ao lento mas rítmico compasso de espera das pessoas que nos esperavam, como se tivessem séculos de vida para viver. A alguma distância, uma velha camioneta Bedford com telhado de zinco, abriga-se do sol protegendo os velhos bancos de madeira, sob o pomposo sinal de Carreira Pública #1 Dili – Baucau”.
A sinuosa estrada de montanha volve-se para o mar, descendo lentamente para esta cidade menina, Baucau, escondida entre as folhas dos palmeirais e luxuriantes florestas tropicais. Pela traseira da camioneta vislumbram-se novas imagens de uma terra morta à nascença. Cruzamo-nos com homens vestidos com uma ‘lipa’ [i]
estreitando galos de luta entre os seus braços nus e o torso, enquanto
caminham. Baucau tem algumas casas de pedra para além das de terra e adobe e o aspeto exótico da sua população colorida. Das ruínas do mercado evocam-se templos romanos desconhecidos. Uma curta paragem para uma sandes e limonada na messe do quartel-general local, em frente à piscina que subitamente parece estar
deslocada no tempo e no espaço. Logo a seguir estamos de regresso à estrada n.º 1 Baucau – Dili.
Encostas escarpadas, a pique sobre um mar de corais brancos. A picada de montanha, por vezes aproxima-se tanto do abismo que os nossos corações entram em animação suspensa. Ao longo do caminho vamos atravessando leitos secos de ribeiras que o
tempo, a incúria dos homens e os elementos converteram em estrada de ocasião. O chão de gravilha, por vezes apenas pedregoso, a cor indefinida entre o castanho e o verde, as ‘palapas’ [ii]
disfarçadas por entre a vegetação, tudo serve para propiciar uma imagem de pedras e colinas. As baías, primitivas e inconquistas por barcos de qualquer tamanho ou tipo, as praias cheias de conquilhas e outros destroços das ondas, revelam paraísos insuspeitos.
É difícil ver os nativos e os seus sorrisos abertos. Engasgo-me espantado, mas não é sangue que jorra dos seus lábios, apenas a ‘masca’: uma mistura de cal e ‘harecan’ [iii].
Mastigá-la é um placebo psicológico para a comida que não existe. (janeiro 1998: ouço o José Ramos Horta a apelar à solidariedade internacional para debelar a fome que ainda grassa no território). Os sorrisos vermelhos escondem fomes de séculos.
De súbito, após passar e deixar para trás vilas e aldeias que só a memória despalavrada pode recordar, eis Díli: 212 km e onze horas mais tarde. Uma avenida extremamente larga espalha a poeira pesada por sobre o colmo das palapas vizinhas e por algumas casas de cimento com teto de zinco.
Ao entrar em Dili, por leste, podia-se ver os chineses e os timorenses a partilharem a promiscuidade criada pela falta de estruturas urbanas adequadas.
Díli é uma planície que se espraia por um mar espelhado como um lago, com uma baía majestosa acentuada pela sombra imponente da ilha do Ataúro. Um porto incipiente abriga uma lancha onde flutua uma bandeira portuguesa. Uma longa avenida acompanha a marginal costeira de Díli, terminando no bloco residencial do Farol, onde as vivendas coloniais construídas depois da 2ª Grande Guerra
abrigam os chefes de departamento e os escalões superiores do exército colonial.
Por esta época, Díli dispunha apenas de 16 quilómetros de asfalto esparsamente distribuídos por pequenas, e poucas estradas e ruas da capital. Três casas apenas sobreviveram à devastação nipónica da Grande Guerra. No aeroporto um Land Rover limpava a pista dos pachorrentos búfalos, das vacas balinesas e porcos selvagens. A principal artéria comercial atravessa Díli de ocidente a oriente, através do centro comercial, espinha dorsal da capital, e onde se
alberga o Palácio do Governo (um imponente edifício pomposamente denominado Palácio) e o Museu cujo nome ostenta o vazio de todos os tesouros exportados por anteriores governadores e colonizadores, ao longo dos séculos.

[i] Lipa – tipo de
vestuário usado por ambos os sexos enrolado da cintura para baixo

[ii] Palapas: casas
tradicionais, de colmo com teto circular.

[iii] Harecan: uma
folha vegetal, tipo folha de tabaco

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