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  • CHRYS EXPLICA SAÚDE ATUAL

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    594. um novo grito de alerta 31.5.25

    É muito difícil tentar explicar a amigos e outros o que sinto e como me sinto depois do acidente cardiovascular de há um mês. Perdi a confiança em mim, e no mundo que me rodeia. Sei que o problema cardíaco não está resolvido mas sim controlado e que daquele não devo morrer (mas pode haver outros, não abrangidos pelo pacemaker e desfibrilhador). Tenho um medo imenso de viajar, um medo terrível de ir para outras ilhas (em especial sem Hospital), ou mesmo de ir ao Continente onde a saúde anda pelas ruas da amargura e as pessoas morrem em salas de espera de hospital.

    Não consigo explicar a irracionalidade deste medo que me tolhe e condiciona futuros colóquios da lusofonia ou, pelo menos a minha presença neles.

    Sei que vinha de uma fase, um ciclo altamente negativo, o cancro primeiro e a morte da minha querida mulher eram suficientes para abalar os alicerces da construção mais sólida, qualquer uma mais sólida que a minha. Tinha as reservas anímicas reduzidas a um fragmento de memória, sem correlação com qualquer defesa psíquica que pudesse manter. Estes três episódios cardiovasculares seguidos num curto espaço de tempo, e de consequências tão graves como seja a ressuscitação tripla, abalaram-me para lá das reservas que já não existiam.

    Antecipo os dias e as horas com terror, cismático com o que pode acontecer, temendo sempre o pior num negativismo que não era próprio de mim. Pensei que depois de vir para casa as coisas lentamente retornariam a um certo normal, mas até agora nada disso se passou e temo estar aqui sem assistência de médicos e enfermeiras como tinha quando estive internado.

    A solidão em que vivo, entremeada pela vinda da nossa governanta aumenta os medos. Até do duche tenho medo e tomo-o tão rapidamente quanto possível.

    A recuperação psíquica vai demorar mais tempo do que imaginei e as feridas são mais profundas do que se poderia pensar. Não sei explicar melhor do que isto os meus medos. Mudei ritmos e rotinas, além de me mudarem o escritório para o andar de baixo e evitar subir escadas, durmo a meio da manhã e a meio da tarde uma sesta retemperadora, faço o que posso enquanto posso, mantenho-me ocupado com os colóquios e as mil e uma tarefas que isso implica, mas sem pressão nem pressas.

    Tenho a vaga esperança de que o tempo ajude a sarar estas mazelas invisíveis, mas evito sair ou estar com gente pois serei péssima companhia nesta fase, as semanas passam sem que se notem melhorias, embora os médicos me digam que clinicamente estou bem…

     

  • a tradição da apanha do porco

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    Tenho visto este comunicado a circular nas redes sociais e na minha opinião alguns dos comentários negativos e ofensivos não ajudam a mudar nada.
    A vida é uma evolução e acho que todos devemos saber evoluir, a única frase que me chamou a atenção neste comunicado foi:
    “É por estas e mais outras coisas, que as nossas festas vão morrendo”.
    As festas, as tradições, os impérios entre muitas outras coisas não vão “morrendo” por causa destes pequenos detalhes mas sim por razões muito piores infelizmente…!
    E na minha opinião para estes senhores mordomos no sentido de continuarem as suas festas e poderem preservar a tradição e o espírito festivo, podem o fazer mas sem causar sofrimento a animais, respeitando os avanços na consciência social e legal sobre o bem-estar animal.
    Não esquecendo que hoje em dia existe proteção aos animais numa sociedade evoluída.
    Muitos dos chamados “Jogos tradicionais com animais” como o do Porco a correr numa festa foram criados em épocas em que o entretenimento e a relação com os animais era muito diferente da que temos hoje.
    Hoje temos meios de recriar o simbolismo e a diversão, sem causar sofrimento.
    E na tentativa de ajudar a evoluir um pouco a mentalidade de quem escreveu este COMUNICADO e outros posso lhes ajudar e mostrar que podem continuar as tradições apenas alterando pequenos detalhes que certamente não vão “matar” as tradições isso posso lhes garantir.
    O jogo da apanha do porco foi inventado e se não querem acabar uma tradição que a meu ver o mais importante é o império e a sua festa não é a “Apanha do Porco” por si só.
    Não custa nada algumas cabecinhas pensadores se sentarem e pensarem que existem sim coisas que devem ser mudadas que devem evoluir com os tempos e neste sentido posso deixar-vos alguns exemplos para pensarem se vale apena mudar.
    JOGO “APANHA DO PORCO” exemplo:
    Podem substituir o porco real por um boneco de porco em borracha, revestido com algo escorregadio (ex: sabão). Pode ser “Libertado” num espaço delimitado e escorregadio, e os participantes devem conseguir o apanhar.
    É muito engraçado e não provoca sofrimento a nenhum animal real e faz com que tenham mais participantes porque sabemos que alguns não jogam com os porcos verdadeiros por medo do animal.
    “LANÇA AO PORCO” Exemplo:
    Um jogo de pontaria com um alvo em forma de porco. Pode envolver bolas ou argolas para acertar, e quem ganhar leva um prémio simbólico.
    Reflexão cultural: Uma tradição com evolução
    Substituir o animal não apaga a tradição enriquece-a, mostrando que a comunidade é viva, consciente e criativa.
    Viva ao Espirito Santo.
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  • o caso da falsa identidade, Português Puro

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    esta e anteriores crónicas https://www.lusofonias.net/mais/as-ana-chronicas-acorianas.html

     

     

    1. o caso da falsa identidade, Português Puro,13.6.2025

    A sociedade portuguesa está cada vez mais exaltada, dividida e extremista. Surgem casos como o ataque físico a um ator, ataque a voluntárias que servem sem-abrigo e dezenas de pequenos casos, muitos deles escondidos nas pequenas notícias do dia-a-dia.

    Houve mesmo manipulação do discurso da autora Lídia Jorge no dia 10 de junho, com versões adulteradas, “nacionalistas” surgindo no ciberespaço, as quais não gostaram que fosse dito que a nossa ascendência tem de tudo um pouco, com vários tons de pele, como se fosse possível negar a História de Portugal e os Lusíadas.

    Há quem pense que existe um tipo chamado Português Puro, que não se misturou em mil anos de História. Basta olhar para os Açores para vermos de que massa somos feitos, pois aqui seremos tudo menos Portugueses Puros.

    Tudo isto me choca e confrange e temo que a passividade lusitana tenha de dar o lugar a uma reação enérgica, antes que seja demasiado tarde.