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Espaço pode ser o próximo grande ativo geoestratégico dos Açores – RTP Açores
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…defende Tomé Ribeiro Gome.
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SOLIDÃO NA VELHICE EM PORTUGAL: UMA TRAGÉDIA
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SOLIDÃO NA VELHICE EM PORTUGAL: UMA TRAGÉDIA ANUNCIADA QUE NINGUÉM QUER VEREm Portugal, ser velho é quase uma sentença de invisibilidade. Numa sociedade que idolatra a juventude, os idosos são descartados como móveis antigos: já tiveram o seu tempo, agora atrapalham. A solidão na velhice não é um acaso, mas o produto direto das escolhas que temos feito como sociedade. E o mais triste é que todos fingem que não têm nada a ver com isso. A cultura portuguesa, que em tempos se orgulhava de cuidar dos seus mais velhos, hoje terceiriza essa responsabilidade. Os filhos estão “ocupados demais”, os vizinhos desapareceram e os lares de idosos tornaram-se depósitos de consciência tranquila. Instalou-se a ideia de que “o Estado que resolva”. Só que o Estado não tem tempo, nem dinheiro, nem afeto. Vivemos num país onde os idosos sustentaram famílias inteiras, mas agora vivem com reformas miseráveis, onde cuidaram de netos para que os pais pudessem trabalhar, mas agora são esquecidos em apartamentos frios ou abandonados no interior, sem transporte, sem apoio, sem voz. O envelhecimento, em Portugal, tornou-se um sinónimo de isolamento. A cidade não está pensada para eles. A tecnologia, muito menos. E a sociedade, essa, só os lembra no Dia dos Avós ou quando se quer comover em telejornais. No resto do tempo, a presença deles é incómoda: caminham devagar, falam do passado, não “sabem mexer no telemóvel”. O mais hipócrita é que todos nós vamos envelhecer. Mas, por algum motivo, fingimos que isso não nos diz respeito.E por que razão esta solidão só tende a aumentar?1. Desumanização das relações familiares: Os laços familiares tornaram-se frágeis, impacientes e baseados na utilidade. Quem não produz ou não “rende” é descartado.2. Migração e urbanização: Filhos e netos partiram para o estrangeiro ou para as grandes cidades. O interior do país está envelhecido e esquecido, literalmente.3. Tecnologia que exclui: Tudo é digital, automatizado, desumanizado. Quem não acompanha, é deixado para trás. Até ir ao banco virou um desafio para quem tem mais de 70 anos.4. Falta de políticas públicas eficazes: Fala-se muito em “envelhecimento ativo”, mas o que se oferece são atividades pontuais e simbólicas. Onde estão os centros comunitários reais, o apoio psicológico, os transportes adaptados?5. Vergonha de envelhecer: Os próprios idosos foram levados a acreditar que envelhecer é um fracasso. Por isso, escondem-se, silenciam-se, encolhem-se no mundo.A solidão na velhice em Portugal não é um problema social. É um espelho da nossa falência moral. E enquanto não houver coragem para encarar esta verdade, continuaremos a assistir ao envelhecimento de um povo abandonado à sua própria sorte.(Um dia seremos todos velhos… Para meditarmos seriamente).José Micard Teixeira(Crónicas Sem Maquiagem sobre uma Sociedade Sem Perfume)AguarelaJoao Paulo de CarvalhoNão foi só Marinhais: Associação aconselhou autarquias a contornar alerta
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Festas de Marinhais não foram caso único no que toca à decisão de antecipar o fogo de artifício, no passado fim de semana, para contornar as restrições impostas pelo Governo. A recomendação para tal partiu da própria associação de pirotecnia.
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Os turistas podem ser muito barulhentos. Espanhóis têm a solução: ecoesplanadas – ZAP Notícias
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Valência começou a testar “ecoesplanadas” para combater o ruído do turismo em bairros saturados. Moradores não estão convencidos: “é a coisa mais vergonhosa que já vi, não duram dois dias”. O bairro de Ruzafa é um dos mais movimentados de Valência e tornou-se um alvo de ódio por parte dos espanhóis: é hoje casa do barulho e sujidade que perturbam os locais, especialmente em esplanadas e bares noturnos. A resposta da autarquia chegou finalmente, mas não passa por impor limites ao turismo. A resposta chama-se “ECOterrazas” (ou, em português, ECOesplanadas”). A iniciativa do programa Valencia Innovation Capital consiste num sistema
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TÃO FELIZES QUE NÓS ÉRAMOS clara ferreira alves
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TÃO FELIZES QUE NÓS ÉRAMOS“Anda por aí gente com saudades da velha portugalidade. Saudades do nacionalismo, da fronteira, da ditadura, da guerra, da PIDE, de Caxias e do Tarrafal, das cheias do Tejo e do Douro, da tuberculose infantil, das mulheres mortas no parto, dos soldados com madrinhas de guerra, da guerra com padrinhos políticos, dos caramelos espanhóis, do telefone e da televisão como privilégio, do serviço militar obrigatório, do queres fiado toma, dos denunciantes e informadores e, claro, dessa relíquia estimada que é um aparelho de segurança.Eu não ponho flores neste cemitério.Nesse Portugal toda a gente era pobre com exceção de uma ínfima parte da população, os ricos. No meio havia meia dúzia de burgueses esclarecidos, exilados ou educados no estrangeiro, alguns com apelidos que os protegiam, e havia uma classe indistinta constituída por remediados. Uma pequena burguesia sem poder aquisitivo nem filiação ideológica a rasar o que hoje chamamos linha de pobreza. Neste filme a preto e branco, pintado de cinzento para dar cor, podia observar-se o mundo português continental a partir de uma rua. O resto do mundo não existia, estávamos orgulhosamente sós. Numa rua de cidade havia uma mercearia e uma taberna. Às vezes, uma carvoaria ou uma capelista. A mercearia vendia açúcar e farinha fiados. E o bacalhau. Os clientes pagavam os géneros a prestações e quando recebiam o ordenado. Bifes, peixe fino e fruta eram um luxo.A fruta vinha da província, onde camponeses de pouca terra praticavam uma agricultura de subsistência e matavam um porco uma vez por ano. Batatas, peras, maçãs, figos na estação, uvas na vindima, ameixas e de vez em quando uns preciosos pêssegos.As frutas tropicais só existiam nas mercearias de luxo da Baixa. O ananás vinha dos Açores no Natal e era partido em fatias fininhas, para render e encharcado em açúcar e vinho do Porto para render mais. Como não havia educação alimentar e a maioria do povo era analfabeta ou semianalfabeta, comia-se açúcar por tudo e por nada e, nas aldeias, para sossegar as crianças que choravam, dava-se uma chucha embebida em açúcar e vinho. A criança crescia com uma bola de trapos por brinquedo, e com dentes cariados e meia anã por falta de proteínas e de vitaminas. Tinha grande probabilidade de morrer na infância, de uma doença sem vacina ou de um acidente por ignorância e falta de vigilância, como beber lixívia. As mães contavam os filhos vivos e os mortos era normal. Tive dez e morreram-me cinco. A altura média do homem lusitano andava pelo metro e sessenta nos dias bons. Havia raquitismo e poliomielite e o povo morria cedo e sem assistência médica. Na aldeia, um João Semana fazia o favor de ver os doentes pobres sem cobrar, por bom coração.Amortalhado a negro, o povo era bruto e brutal.Os homens embebedavam-se com facilidade e batiam nas mulheres, as mulheres não tinham direitos e vingavam-se com crimes que apareciam nos jornais com o título ‘Mulher Mata Marido com Veneno de Ratos’. A violação era comum, dentro e fora do casamento, o patrão tinha direito de pernada, e no campo, tão idealizado, pais e tios ou irmãos mais velhos violavam as filhas, sobrinhas e irmãs. Era assim como um direito constitucional. Havia filhos bastardos com pais anónimos e mães abandonadas que se convertiam em putas. As filhas excedentárias eram mandadas servir nas cidades. Os filhos estudiosos eram mandados para o seminário. Este sistema de escravatura implicava o apartheid. Os criados nunca dirigiam a palavra aos senhores e viviam pelas traseiras.O trabalho infantil era quase obrigatório porque não havia escolaridade obrigatória. As mulheres não frequentavam a universidade e eram entregues pelos pais aos novos proprietários, os maridos. Não podiam ter passaporte nem sair do país sem autorização do homem. A grande viagem do mancebo era para África, nos paquetes da guerra colonial. Aí combatiam por um império desconhecido. A grande viagem da família remediada ao estrangeiro era a Badajoz, a comprar caramelos e castanholas.A fronteira demorava horas a ser cruzada, era preciso desdobrar um milhão de autorizações, era-se maltratado pelos guardas e o suborno era prática comum.De vez em quando, um grande carro passava, de um potentado veloz que não parecia sujeitar se à burocracia do regime que instituíra uma teoria da exceção para os seus acólitos. O suborno e a cunha dominavam o mercado laborai, onde não vigorava a concorrência e onde o corporativismo e o capitalismo rentista imperavam. Salazar dispensava favores a quem o servia. Não havia liberdade de expressão e o lápis da censura aplicava-se a riscar escritores, jornalistas, artistas e afins. Os devaneios políticos eram punidos com perseguição e prisão. Havia presos políticos, exilados e clandestinos. O serviço militar era obrigatório para todos os rapazes e se saíssem de Portugal depois dos quinze anos aqui teriam de voltar para apanhar o barco da soldadesca. A fé era a única coisa que o povo tinha e se lhe tirassem a religião tinha nada. Deus era a esperança numa vida melhor. Depois da morte, evidentemente. “Clara Ferreira Alves.