Cumprir o Acordo da Base das Lajes

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(Cron. Rádio Atlântida) –
A situação de salários em atraso que atinge mais de 400 trabalhadores ao serviço dos norte-americanos na Base das Lajes, é reveladora da dependência e subserviência do Estado Português face aos Estados Unidos.
A paragem de aviões de combate vendidos a Israel, para reabastecimento na Ilha Terceira, sem a necessária autorização do Estado português continua sem uma explicação plausível. O Governo de Lisboa, porém, não se sentiu publicamente, incomodado com a invasão do seu território, o que no mínimo, é de condenar, tratando-se de uma base militar de um país soberano, com regras estabelecidas em acordos internacionais.
A impunidade com que a administração Trump procedeu, até agora mal explicada, prova que Portugal não agiu com firmeza, em defesa do seu território nem da sua política diplomática, que reconhece o direito do povo palestiniano a um estado independente.
Como se isso não bastasse, o Governo português também nada diz sobre as vítimas do shutdown americano que afeta os baixos salários de centenas de trabalhadores, cuja tabela salarial não é revista há mais de 30 anos.
Trata-se de uma descriminação salarial injusta que os Governo português e Regional aceitam, sem contestação, como se fossem feitores ou encarregados de uma apreciável parcela do território açoriano, com receio de que as forças Armadas norte-americanas possam levantar as tendas e partir para outras latitudes, estrategicamente mais vantajosas.
O shutdwon que dura há cerca de um mês, não é razão para o não pagamento de salários, pois as entidades contratantes são os dois governos e compete ao Estado Português substituir-se na falta do outro país.Se o não faz, é motivo suficiente para denunciar o contrato com os Estados Unidos e obrigar as Feusaçores a saírem da Terceira.
Tenho a noção de que esta é uma solução irrealista, inviável, face ao poderio militar e político de Washington. No entanto, é de direito e de justiça resolver as dificuldades de centenas de famílias, sujeitas a restrições impostas por legislação do país estrangeiro.
A Base das Lajes, nas décadas de 60 e 70, empregou milhares de açorianos e então pagavam-lhes salários acima da média do mercado local.
Não se entende, pois, que as entidades militares de Portugal e dos EUA tenham baixado as tabelas salariais para níveis por vezes inferiores ao salário mínimo, enquanto a FLAD – Fundação Luso-americana para o desenvolvimento, desenvolve iniciativas nos domínios da educação, do ensino e da ciência com apreciáveis gastos financeiros, a maioria dos quais não contemplam os Açores.
Mesmo que os salários em atraso venham a ser devidamente saldados nos próximos dias, há receio de acusar o parceiro norte-americano de incumprimento e falta de palavra. Por outro lado, o Governo Português e o comando militar português não se mostram dispostos a afrontar a Casa Branca. A Comissão Bilateral há muito não reúne e isso penaliza as relações laborais, repito, dos 400 trabalhadores açorianos.
Se tudo continuar como está, faltando coragem a Lisboa e a Ponta Delgada para fazer os americanos cumprirem o acordo da Base das Lajes, mais cedo ou mais tarde, não nos admiremos de ver as nossas ilhas invadidas por tropas dos Estados Unidos onde, quando e como quiserem.
Se a soberania do estado não consegue defender os direitos básicos do povo, é sinal de que não somos um país independente.
Ponta Delgada, 2 nov 2025

From today, anyone in South Australia caught using artificial intelligence to create or share a deepfake could face a four-year jail

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From today, anyone in South Australia caught using artificial intelligence to create or share a deepfake could face a four-year jail term or a $20,000 fine.

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“SERÃO CULTURAL” COM EDUÍNO DE JESUS

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VAI ACONTECER
28 DE NOVEMBRO, 19H00
“SERÃO CULTURAL” COM EDUÍNO DE JESUS
A terminar o mês de novembro, a Casa dos Açores acolhe o poeta e sócio honorário da nossa Casa, Eduíno de Jesus.
Trata-se de um serão que contará ainda com a participação – a confirmar – de Ana Maria Almeida Martins, especialista que se tem dedicado em especial à obra de Antero de Quental. Atualmente, encontra-se a organizar, ao fim de mais de 100 anos, a edição de toda a prosa do pensador.
Em breve, ficará disponível mais informação.
A Casa dos Açores aguarda com especial entusiasmo por este serão cultural!
Contamos consigo, sempre!

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Centum Cellas: a sombra e o segredo

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Há muitas interpretações para este original monumento do concelho de Belmonte, mas parece evidente que ele foi reimaginado para vários usos, acompanhando a história atribulada do território.

Source: Centum Cellas: a sombra e o segredo

UMA GERAÇÃO DE PAIS ÓRFÃOS DE FILHOS

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【A CAUSA DAS COISAS】
UMA GERAÇÃO DE PAIS ÓRFÃOS DE FILHOS
Pais órfãos que não se negam a prestar ajuda financeira, dentro das suas posses.
Pais mais velhos que sustentam os netos nas escolas e pagam viagens de estudo fora do país.
Pais que cedem seus créditos consignados para filhos contraírem dívidas em seus honrados nomes, que lhes antecipam herança. Mas que não têm assento à vida familiar dos mais jovens, seus próprios filhos e netos, em razão – talvez, não diretamente de seu desinteresse, nem de sua falta de tempo – mas da crença de que seus pais se bastam.
Este estilo de vida, nos dias comuns, que não inclui conversa amena e exclui a “presença a troco de nada, só para ficar junto”, dificulta ou mesmo impede, a partilha de valores e interesses por parte dos membros de uma família na actualidade, resulta de uma cultura baseada na afirmação das individualidades e na política familiar focada nos mais jovens, nos que tomam decisões ego-centradas e na alta velocidade: tudo muito veloz, tudo fugaz, tudo incerto e instável.
O universo de relacionamento nas sociedades ditas modernas, provoca a insegurança permanente e monta uma armadilha, em que redes sociais são ilusoriamente suficientes, para gerar controle e sentimento de pertença. Não passam porém de falsidades, que mascaram as distâncias interpessoais que se acentuam e que esvaziam de afecto, mesmo aquelas que são primordiais: entre pais e filhos e entre irmãos.
O desespero calado dos pais abandonados, órfãos de quem lhes asseguraria conforto emocional e quiçá material, não faz parte de uma genuína renúncia da parte destes pais, que “não querem incomodar ninguém”, uma falsa racionalidade – e é para isso que se prestam as racionalizações – que abala a saúde, a segurança pessoal, o senso de pertença. É do medo de perder o pouco que seus filhos lhes concedem em termos de atenção e presença afectuosa.
O primado da “falta de tempo”, torna muito difícil viver um dia a dia, em que a pessoa está sujeita ao pânico de não ter com quem contar.

【A CAUSA DAS COISAS】
UMA GERAÇÃO DE PAIS ÓRFÃOS DE FILHOS
Pais órfãos que não se negam a prestar ajuda financeira, dentro das suas posses.
Pais mais velhos que sustentam os netos nas escolas e pagam viagens de estudo fora do país.
Pais que cedem seus créditos consignados para filhos contraírem dívidas em seus honrados nomes, que lhes antecipam herança. Mas que não têm assento à vida familiar dos mais jovens, seus próprios filhos e netos, em razão – talvez, não diretamente de seu desinteresse, nem de sua falta de tempo – mas da crença de que seus pais se bastam.
Este estilo de vida, nos dias comuns, que não inclui conversa amena e exclui a “presença a troco de nada, só para ficar junto”, dificulta ou mesmo impede, a partilha de valores e interesses por parte dos membros de uma família na actualidade, resulta de uma cultura baseada na afirmação das individualidades e na política familiar focada nos mais jovens, nos que tomam decisões ego-centradas e na alta velocidade: tudo muito veloz, tudo fugaz, tudo incerto e instável.
O universo de relacionamento nas sociedades ditas modernas, provoca a insegurança permanente e monta uma armadilha, em que redes sociais são ilusoriamente suficientes, para gerar controle e sentimento de pertença. Não passam porém de falsidades, que mascaram as distâncias interpessoais que se acentuam e que esvaziam de afecto, mesmo aquelas que são primordiais: entre pais e filhos e entre irmãos.
O desespero calado dos pais abandonados, órfãos de quem lhes asseguraria conforto emocional e quiçá material, não faz parte de uma genuína renúncia da parte destes pais, que “não querem incomodar ninguém”, uma falsa racionalidade – e é para isso que se prestam as racionalizações – que abala a saúde, a segurança pessoal, o senso de pertença. É do medo de perder o pouco que seus filhos lhes concedem em termos de atenção e presença afectuosa.
O primado da “falta de tempo”, torna muito difícil viver um dia a dia, em que a pessoa está sujeita ao pânico de não ter com quem contar.