Categoria: AICL Lusofonia Chrys Nini diversos

  • curiosidades do japão

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    Apesar dos anos que tenho vivendo no Japão, ainda há coisas que continuam me surpreendendo. Meu vizinho decidiu pintar sua casa, e eles colocaram telas para proteger as casas ao redor de respingos e não incomodar durante o trabalho. Além disso, os vizinhos que não iam retirar seus carros durante o período em que a empresa estaria trabalhando tiveram seus veículos cobertos para evitar qualquer dano. Empatia, educação e respeito são valores pelos quais admiro este país.
    No photo description available.

    Chrys Chrystello

    o meu vizinho aqui na lomba da maia, envolveu o meu carro numa lona para que nao respingasse…e a lomba não é o japão

  • . a fábula tornou-se real crónica de chrys c

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    May be an image of text

    esta e anteriores em https://www.lusofonias.net/mais/as-ana-chronicas-acorianas.html

    553. a fábula tornou-se real 6.11.2024

    Há manhãs assim, nada o fazia prever com a chuva torrencial e a trovoada de ontem à noite mas quando me levantei neste dia 6 de novembro do ano da desgraça de 2024 a raposa estava no galinheiro e as ovelhas tinham votado no lobo….

    A América (leia-se Estados Unidos) nunca me desiludiram, foram sempre capazes de grandes feitos e simultaneamente foram autores das maiores burricadas da história, umas por ingenuidade, outras por estupidez, outras por excesso de confiança.

    Eleger o 45º Presidente que todos diziam estar empatado com a candidata democrata e vice-presidente será mais um marco nessa já longa história. Para mim, e os que acreditam na democracia é um dia negro a toldar de nuvens de borrasca os dias que aí virão. Sei que não serão muitos para mim, mas serão os finais e, decerto, bem tristes, como aliás aqueles que precederam o meu nascimento no pós-guerra.

    Aos amigos residentes e nativos dos EUA que se mantiveram confiantes e esperançados, até ao último dia, sempre tive o cuidado de alertar para o poder das massas ignorantes e manipuláveis como aquelas que viriam a votar no regresso de Trump.

    Não sei se as eleições foram livres (algumas eleições o serão nestes dias de IA e de votos eletrónicos?), nem sei qual o investimento russo de Putin neste regresso, mas não custa adivinhar o futuro da guerra na Ucrânia. Se não entrarmos numa 3ª guerra mundial (que muitos alegam já ter começado) enquanto a China continua a bater, um após outros todos os recordes de tecnologia até ser, de facto, a primeira potência mundial, o certo é que teremos dias difíceis para a Europa, pela qual Trump (ele mesmo europeu de origem) não nutre grandes amores.

    Um velho continente dilacerado por demografia decadente suprida com a crescente islamização das suas sociedades que se viram obrigadas a aceitar mão-de-obra imigrante e refugiada, sem encontrar solução para os seus inúmeros problemas, comum aumento de países membros, cada vez mais desavindos e díspares.

    E nós, nestas nove ilhotas à deriva no mar Atlântico, com mais açorianos a oeste do que no velho continente, vamos continuar sendo a velha base de apoio nas instalações da ilha Terceira, a ver os aviões a passar rumo a guerras que esperamos não cheguem até nós e nos EUA os novos imigrantes vão continuar a ser acusados de comerem cães e gatos e ameaçados de devolução para os seus países de origem por roubarem empregos que nenhum americano aceitaria, e a nova maioria moralista e religiosa vai continuar a retirar direitos às mulheres, proibir o aborto e sem dúvida tornar a América grande, de novo (mas só no papel e na retórica vazia e demente do seu presidente).

  • valencia a razão é esta

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    Talvez com um desenho…
    May be a doodle of map and body of water
    You, Sandra Fernandes and others
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    Sandra Fernandes

    Amiga… Já desenhaste melhor…

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  • Vasco Pereira da Costa, Introdução de “Os Contos”

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    “Os contos destes livros foram editados nos anos 70/80 do século passado. A primeira dúzia antes do sismo de 1980; os restantes durante a cisma sísmica em que as gentes partiam de Angra deixando a solidão a escorrer pelas valetas. Hoje, a minha cidade reergueu-se em potente betão tornando-se num magnífico cenário encantatório pronto a acolher um filme de época.”
    Vasco Pereira da Costa, Introdução de “Os Contos”
    É com imensa alegria que, finalmente, temos reunidos num só volume todos os contos escritos pelo contista, poeta e artista plástico açoriano, Vasco Pereira da Costa.
    Para aqueles que apreciam o género literário em particular, e para todos os outros que gostam de literatura de qualidade reconhecida, não há como perder esta leitura.
    Dia 14 de novembro, 18h00, na Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada, pelo Professor Vamberto Freitas, em Ponta Delgada.
    Dia 16 de novembro, 17h30, na livraria Lar Doce Livro, pela Professora Claudia Cardoso, em Angra do Heroísmo.
    Uma edição Letras Lavadas.
    A não perder!
    All reactions:

    Luís Filipe Borges and 11 others

  • desânimo e eleiçôes nos EUA…um poema inédito “A ilha é uma prisão” Chrys C

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    749. a ilha é uma prisão 4.11.2024

     

    a ilha é uma prisão

    como o casamento

    sem pena perpétua

    há aviões e divórcios

    sem saídas precárias nem caixão

     

    a ilha é uma prisão

    como um desterro

    voluntário e escolhido

    com bilhete de regresso

    tanta saudade e uma benção

     

    a ilha é uma prisão

    em caso de tufão

    maremoto ou vulcão

    tremor de terra furacão

     

    a ilha é uma prisão

    exilados há 20 anos

    escolhemos o destino

    construímos nova paixão

    a morte prematura levou

    no tabagismo assassino

     

    a ilha é uma prisão

    nela criamos um destino

    realizamos sonhos e utopias

    era amor e genuíno

     

    a ilha é uma prisão

    hoje mutuamente nos enganamos

    quando se diz que tu querias

    que ficasse aqui e agora

    prosseguisse rumos mundanos

    na mesma rotina sem alegrias

     

    a ilha é uma prisão

    se me chamas eu vou

    sem ti a ilha é só calabouço

    mera paragem de ocasião

    onde não vivo e me destroço

     

    a ilha é uma prisão

    juramos ficar juntos

    no bem, no mal, na doença

    em todos outros assuntos

    como era nossa crença

     

    a ilha é uma prisão

    nunca estivemos tanto tempo sós

    liberta das vestes humanas

    sei que velas por mim

    ainda ouço a tua voz

    sei que falas e me chamas

     

    a ilha é uma prisão

    em volta um mundo fútil e falso

    com mulheres de mamas de silicone

    a explodirem como baterias do tesla

    mera tecnologia do percalço

    vinda na vaga dum ciclone

    com tatuagens e demais adereços

    inúteis como as ereções de viagra

    quando o Alzheimer chegar

    com as palavras aos tropeços

    não quero por aqui andar

     

    amanhã a América vai votar

    persiste a democracia

    ou o fascismo irá retornar

    este mundo já nada tem

    para me seduzir

     

    Nini

    para onde foste

    também quero ir

  • CONTOS VASCO PEREIRA DA COSTA

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  • -quando-a-IA-prescindir-dos-humanos-2.11.2024.

    Views: 8

     

     

    esta e anteriores crónicas podem ser lidas em https://www.lusofonias.net/mais/as-ana-chronicas-acorianas.html

     

     

  • 12 poemas inéditos Chrys

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    748. primeiros finados sem ti, 2.11.2024

     

    dia de finados a seguir a todos os santos

    e tu que nunca te finaste nem foste santa

    faltaste à entrega de lollies das crianças

    dos enxames da tua escola que aqui tocavam

    sabedores da tua imensa generosidade

    da tua dádiva diária e no pão por deus

     

    ontem a campainha não tocou

    não se ouviram as vozes juvenis

    nem o latir das cadelas assarapantadas

    nem o teu andar hesitante e lento

    no curto roteiro da cozinha à porta

    carregando um saco de guloseimas e sorrisos

     

    todos os outros correm uma vez ao ano

    aos cemitérios com promessas, velas e flores

    lembrando nesse dia quem esqueceram durante o ano

     

    eu fiquei mudo e quedo aqui em casa

    no meu castelo como diria o daniel de Sá

    olhei da minha torre de menagem

    evoquei memórias tuas a chegar da escola

    a partir para reuniões ou lanche com colegas

     

    não fui ao ossário visitar as tuas cinzas

    não estive no cemitério a derramar uma lágrima

    não te levei flores perecíveis como a vida

    evoco-te em pensamento a toda a hora, todos os dias

    sem esperar pelo feriado ou dia de finados

     

    para mim nunca te finarás e aqui fico

    eternamente à espera do teu regresso

    ou da minha partida para o nosso reencontro

    depois desta separação dolorosa insuportável

    que nenhum tempo mitigará

     

    amo-te hoje mais do que nunca

    sem imaginar que te amava tanto

    queimo os minutos de cada dia

    como outrora queimava cigarros

    evolo-me no seu fumo

    enquanto busco o teu sorriso


    736, não à guerra na ucrânia, 28. fevº 2022

     

    já não ouço os tambores de guerra

    silenciaram as sirenes aéreas

    os alarmes calaram-se

    as bombas não caem

    os soldados não disparam

    o choro das crianças ficou suspenso

    os mortos não estrebucham

    os feridos não gemem

    nesta guerra não há bons nem maus

    nem o czar nem os falcões eua

    neste mar de gente

    morta e inocente

    feneceu a humanidade

     

    (inédito chrys c)

     

    737. nem guerra nem paz 10.3.2022

     

    já não quero salvar o mundo

    nem salvar o planeta

    nem salvar-me a mim

    não quero salvar nada

    não quero guerra nem paz

    nem capitalismo nem comunismo

    nem nenhum outro ismo

    nem quero acabar com a fome

    ou a sede ou a pobreza

    quero voltar à pureza original

    da infância e da ingenuidade

    em vez de estar aqui velho

    à espera que nos matem a todos

    738 imarcescível 22.5.2022

     

    imarcescível quis ser

    escrevi livros, plantei árvores e tive filhos

    lavrei no granito natal

    os meus petróglifos de nazca

    em timor dissipei-me na areia branca

    em bali fui hippie em kuta beach

    em macau fiz tai chi no lou lim iok

    na austrália nadei em rottnest island

    em bragança renasci transmontano

    e no basalto açoriano gravei

    imperecíveis poemas

    este o improvável epitáfio

     

    739 outro epitáfio 25.6.2022

     

    ser velho é isto

    olhar para a parede que já foi branca

    contar os traços quase a atingir 26645

    já pouco espaço resta para mais traços

    cada um deles um dia

    uma alegria mil tristezas

    sonhos que se esfumaram

    sonhos nunca sonhados

    que se concretizaram

    sonhos recorrentes

    nunca atingidos

    subidas aos sete céus

    descidas a mil infernos

    a certeza inabalável

    de ter feito a diferença

    no carneirismo cinzento

    a ovelha negra

    no meio do rebanho

    sem medo

    dos cães pastores

    de seus dentes ameaçadores

    sem temor da chibata do pastor

    e para epitáfio

    um “smile” gigantesco

    de desdém, de zombaria

     

    740. Caos 24.7.2023

     

    em tempo de caos

    arrume a confusão

    na harmonia da poesia

     

    741. pianíssimo (à Ana Paula Andrade) 26.8.2023

     

    as tuas mãos são poemas

    que dedilhas no teclado

    pianíssimos versos que invejo

    umas vezes a solo

    outras com solfejo

    seja com violino ou violoncelo

    a métrica rigorosa

    desenha o bailado dos teus dedos

    as teclas calcorreiam desertos

    montanhas, mares e vulcões

    impérvios a ciclones ou furacões

    compões obras maiores que a ilha

    mais altas que a montanha do pico

    mais fundas que a fossa das marianas

    poemas que dançam na partitura

    vibrações únicas numa só leitura

    o sentir e a alma açorianas

     

    742 dores – Maria nini nunca saberei viver sem ti 4.2.2024

     

    o pior de tudo são os silêncios sem fim

    entrecortados pelo toque dos sinos,

    o pior de tudo é não ouvir a tua voz

    ao telefone com colegas e amigas

    ou a ralhar com as cadelas ou comigo

    o pior de tudo é ninguém bater, o telefone não tocar

    e os silêncios dantescos como as sombras

    como os murmúrios que ainda ouço, das tuas dores

     

    o pior de tudo é a irreversibilidade

    as fotos que passam não voltam

    29 anos de memórias, partilhas, cumplicidades,

    e a certeza inabalável de que nada nos separaria

    e nada nos separará, ou afastará

    nem a morte traiçoeira que chegou sem ser convidada

     

    o pior de tudo são os silêncios sem fim

    entrecortados pelo toque dos sinos,

    o pior de tudo é não ter quem leia os meus escritos

    não os corriges nem criticas

    o amanhã não vai mudar nada

    e a solidão será companheira indesejada e fria

    havia tantos planos e projetos

    a tua vontade inabalável para os concluir

    mesmo quando já te faltavam as forças

     

    o pior de tudo são os silêncios sem fim

    entrecortados pelo toque dos sinos,

    como os murmúrios que ainda ouço, com as dores

    e as fotos que passam na moldura não voltam mais

    nem as poderemos recriar ou reviver

    e onde quer que vá estive lá contigo

     

    o pior de tudo são os silêncios sem fim

    esta irreversibilidade inaceitada

    chorar a saudade do teu riso alegre

    ansiar o teu sorriso cúmplice

    nestes dias chorosos e tristes

    solitários, vazios, silenciosos

     

    o pior de tudo são os silêncios sem fim

    esta imensa dor nunca vai passar

    a angústia e solidão não vai mudar

    preciso tanto de ti ao meu lado

    para me ajudares com esta dor

    não quero viver sem ti

    não posso crer que não vais voltar

     

     

    o pior de tudo são os silêncios sem fim

    e ninguém sente o que estou a passar

    só tu entendes esta dor

    só tu podes secar estas lágrimas

    só tu podes dar-me razão para viver

    e eu nunca saberei viver sem ti

     

    743. Gaza, sem choro nem dó, (lomba da maia, 25/7/2024)

     

    todos choram os mortos em gaza

    mais um genocídio sionista, dizem

    há fome, há dor, há morte

    agitam-se bandeiras e manifs

    todos solidários e palestinos

     

    os israelitas repetem em gaza

    os tormentos nazis que sofreram

    até ao extermínio quase total

    mas não vencem nem vencerão

     

    e eu que tanta vez fui palestino

    não choro nem tenho dó

    sofro silente as dores dos reféns

    de quem ninguém fala

    moeda de troca em campo de morte

     

    744. Nini, sinto a tua enorme falta, 6.8.2024

     

    na esquina do tempo

    restam as nossas sombras

    memórias de vidas passadas

     

    na esquina da vida

    sobram os nossos silêncios

     

    na esquina da memória

    sombras silenciosas

    memórias dum amor eterno

     

    na esquina da morte

    ficaram imagens e sons

    que nenhum tempo apagará

     

    745 nos meus poemas não cabe… 21.8.2024

     

    nos meus poemas não cabe

    toda a dor da tua ausência

    abarcam um universo de momentos
    dias, meses e anos felizes

     

    nos meus poemas não cabe

    toda a dor da tua ausência

    carregam a alegria que nos unia

    teus sorrisos e risos contagiantes

     

    nos meus poemas não cabe

    toda a dor da tua ausência

    celebram as lutas e as vitórias

    de mil e uma batalhas e conquistas

     

    nos meus poemas não cabe

    toda a dor da tua ausência

    e são pequenos demais

    para os nossos sonhos

     

    nos meus poemas não cabe

    toda a dor da tua ausência

    profunda como a fossa abissal

    que não partilho com ninguém

     

    nos meus poemas não cabe

    toda a dor da tua ausência

    viajam à velocidade da luz

    em milhares de imagens e locais

     

    nos meus poemas não cabe

    toda a dor da tua ausência

    fomos à descoberta do mundo

    e encontramo-nos a nós

     

    nos meus poemas não cabe

    toda a dor da tua ausência

    nem a alegria dos nossos livros

    nem todo o amor que nos consumia

     

    nos meus poemas não cabe

    toda a dor da tua ausência

    apenas há espaço para te perpetuar

    neste tempo que ainda me resta

     

    746. lamento de viúvo 19.9.2024

     

    se eu pudesse ir para os amanhãs

    levava comigo todos os ontens…

    nunca devemos deixar os ontens no armário

    têm a tendência de desaparecer sem rasto

    sabe-se lá para onde vão e o que vão dizer

     

    nunca devemos confiar nos ontens

    são frágeis como as memórias

    ou a neblina ou a gaze ou algodão-doce

    pintam-se e abonecam-se de muitas cores

     

    os ontens amarram-nos e impedem a viagem

    mas eu só fui feliz ontem

    e os amanhãs são apenas

    a memória de ontem sem felicidade

     

    747. abril 4ever, 22.10.2024

     

    houve quem sonhasse com o 25 abril

    houve quem vivesse o 25 abril

    houve quem ainda esperasse por abril

    houve quem se esquecesse já de abril

    mas já não haverá quem faça abril

     

    748. primeiros finados sem ti, 2.11.2024

     

    dia de finados a seguir a todos os santos

    e tu que nunca te finaste nem foste santa

    faltaste à entrega de lollies das crianças

    dos enxames da tua escola que aqui tocavam

    sabedores da tua imensa generosidade

    da tua dádiva diária e no pão por deus

     

    ontem a campainha não tocou

    não se ouviram as vozes juvenis

    nem o latir das cadelas assarapantadas

    nem o teu andar hesitante e lento

    no curto roteiro da cozinha à porta

    carregando um saco de guloseimas e sorrisos

     

    todos os outros correm uma vez ao ano

    aos cemitérios com promessas, velas e flores

    lembrando nesse dia quem esqueceram durante o ano

     

    eu fiquei mudo e quedo aqui em casa

    no meu castelo como diria o daniel de Sá

    olhei da minha torre de menagem

    evoquei memórias tuas a chegar da escola

    a partir para reuniões ou lanche com colegas

     

    não fui ao ossário visitar as tuas cinzas

    não estive no cemitério a derramar uma lágrima

    não te levei flores perecíveis como a vida

    evoco-te em pensamento a toda a hora, todos os dias

    sem esperar pelo feriado ou dia de finados

     

    para mim nunca te finarás e aqui fico

    eternamente à espera do teu regresso

    ou da minha partida para o nosso reencontro

    depois desta separação dolorosa insuportável

    que nenhum tempo mitigará

     

    amo-te hoje mais do que nunca

    sem imaginar que te amava tanto

    queimo os minutos de cada dia

    como outrora queimava cigarros

    evolo-me no seu fumo

    enquanto busco o teu sorriso