a guerra da raiva

A GUERRA DA RAIVA SEM SENTIDO
Em Mariupol assiste-se a uma catástrofe onde o vicioso e a maldade se juntam.
Suspeita-se que a destruição de Mariupol é a resposta de Putin à pressão ocidental. Na cidade viviam 400.000 pessoas e agora só lá vivem 300.000.
A Rússia pediu a Mariupol que se rendesse, ao que a vice-chefe do governo respondeu: “Não haverá rendição, não haverá abandono de armas!”
Em Mariupol, lutam sobretudo os combatentes do batalhão Azov, que têm sido chamados “neonazis”.
O Batalhão Azov “é um movimento de extrema-direita a que se juntam estrangeiros de extrema-direita”, segundo o que afirmou a organização não governamental norte-americana SITE Inteligence Group, e acrescentou é” errado que o governo ucraniano esteja infiltrado por neonazis” (HNA 22.03).
Em Mariupol, soldados russos procuram entre a população combatentes ucranianos. Já capturaram 100 que são reconhecíveis pelos hematomas e contusões nos seus corpos pelos coletes de protecção que costumam usar.
Encontramo-nos, por um lado, numa guerra na Ucrânia: pobre da população ucraniana; por outro lado, encontramo-nos, também no Ocidente, numa guerra de informação dividida em pró-russa e pró-americana. Reina a partidarização e a confusão.
A nossa sociedade encontra-se dividida em dois polos cada vez mais extremos. Alguns falam das imagens de Kiev como uma encenação da América, outros falam de lavagem ao cérebro, outros veem em nós servidores do governo, diria, argamassa de amassar das elites! Facto é que, pelo que mais sobressai, quer os que são por um polo quer os que são pelo outro se mantêm radicalmente seguros na sua opinião; tudo parece certo de que acima da própria lógica não funciona a razão. Esta atitude foi o que conduziu primeiro à guerra civil ucraniana e agora à invasão russa!
Pelos vistos temos todos a tendência em alinharmo-nos, como se fôssemos todos guerreiros, de nascença!
Hoje para formarmos uma opinião mais diferenciada temos de estar atentos não só aos Media do sistema, mas também aos “media sociais”. Os media sociais (são uma espécie de democracia de base) que minam a uniformização do poder dos media oficiais; uns e outros devem ser encarados com mente crítica. Todos estamos expostos ao perigo do pathos de uma opinião e accionismo (espécie de determinismo) que não calcula as consequências.
No ar, respira-se um espírito maniqueu que só distingue entre adversários e apoiantes, demónios ou anjos!
António da Cunha Duarte Justo
Chrys Chrystello
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