E se lhe oferecessem uma mala em madeira com fibra de ananás? – Renascença

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A ideia original é de uma arquitecta e empreendedora dos Açores. A primeira colecção em madeira de criptoméria terá três modelos, de diferentes dimensões.

Fonte: E se lhe oferecessem uma mala em madeira com fibra de ananás? – Renascença

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E se lhe oferecessem uma mala em madeira com fibra de ananás?

24 out, 2016 – 08:38

A ideia original é de uma arquitecta e empreendedora dos Açores. A primeira colecção em madeira de criptoméria terá três modelos, de diferentes dimensões.

Foto: Eduardo Costa/ Lusa
Foto: Eduardo Costa/ Lusa

Um produto “maleável, leve, que traz o aroma da madeira”. É assim que Sónia Pereira descreve a sua criação: malas de senhora em madeira de criptoméria, com couro de fibra de ananás, que vão estar disponíveis em 2017, para venda online.

“A partir de um protótipo, já houve encomendas do produto final. Por exemplo, o primeiro-ministro das Bermudas encomendou uma mala e o presidente da IBM Portugal também fez uma encomenda para a sua esposa”, afirmou à agência Lusa a criadora.

Filha de um carpinteiro, Sónia Pereira desde cedo se habituou a apreciar a madeira, mas foi após a licenciatura em arquitectura, em Lisboa, e de ter vencido, em 2012, um concurso regional de empreendedorismo, com o projecto “Casa de bonecas”, que ousou enveredar pela área da moda.

Apesar de a sua empresa ‘startup’ estar orientada para as maquetes em madeira de criptoméria, não esconde ser “apaixonada por moda”, o que a levou a querer ser mais criativa.

“Consegui perceber que há um grande potencial nesta matéria-prima”, referiu, acrescentando que a ideia das malas surgiu da necessidade de criar algo pessoal e inovador para usar num evento social.

Depois de ter conquistado o prémio regional, de ter recorrido a fundos comunitários para adquirir equipamento e de se ter instalado no parque de tecnologia da ilha de São Miguel, na cidade da Lagoa, começou a dar vida a protótipos de malas.

Sónia Pereira no seu ateliê onde cria as malas. Foto: Eduardo Costa/ Lusa
Sónia Pereira no seu ateliê onde cria as malas. Foto: Eduardo Costa/ Lusa

Colecção com três modelos

Neste momento, o ateliê de Sónia Pereira está a ultimar a primeira colecção, que será lançada em 2017, com três modelos de malas de diferentes dimensões.

“Nesta primeira colecção estamos a trabalhar com o tema ‘Raízes’, que resultou do livro escrito pelo Dr. Augusto Athayde, em que conta a história da chegada da criptoméria aos Açores, que foi trazida por José do Canto”, referiu a jovem empresária, alegando que o seu produto tem a história dos Açores associada.

A área de floresta nos Açores tem 12.698 hectares de matas de criptoméria (Cryptomeria japonica D. Don) e cerca de 4.500 hectares estão sob a gestão do Governo Regional. Destes, 2.119 hectares encontram-se na ilha de São Miguel.

O processo criativo e de corte da matéria-prima é da responsabilidade de Sónia, bem como o revestimento final do produto, feito manualmente nos Açores. Já a confecção da base da mala decorre na região Norte do continente.

Para conseguir chegar ao produto final são utilizadas máquinas laser e 3D, de última geração, assim como é aproveitada uma parte da criptoméria que é pouco valorizada – as primeiras camadas do exterior das árvores.

“É um produto totalmente natural, amigo do ambiente e com matérias-primas locais, para mostrar o quanto os Açores são bonitos”, alegou a empresária, revelando que o preço das malas ainda não está definido.

Segundo Sónia Pereira, que considera que ser empreendedora é “um desafio encantador e também um desafio que assusta”, ideias para futuros projectos na moda não lhe faltam, mas por agora prefere estar concentrada em produzir malas.

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