VASCO PEREIRA DA COSTA – 50 Anos de Vida Literária

VASCO PEREIRA DA COSTA – 50 Anos de Vida Literária
Hoje, no Açoriano Oriental, Vamberto Freitas recenseia, com propriedade e brilhantismo, o mais recente trabalho poético do virtuoso Vasco Pereira da Costa – «Os Nós do Tempo», obra com que o poeta, ficcionista e artista plástico terceirense assinala os seus cinquenta anos de vida literária. Acompanha o livro em análise um opúsculo contendo o conto «O Maestro, o Poeta, e o Menino de Sua Mãe», um texto “esquecido”, mas de notável qualidade, aliás, vencedor do «Prémio Aquilino Ribeiro», em Viseu, em 1985.
Um e outro serão lançados em Coimbra, no próximo mês de setembro e em Angra do Heroísmo e Ponta Delgada, no próximo mês de outubro.
Reportando-me somente aos seus contos, e rememorando o que deixou escrito Santos Barros acerca da escrita ficcional de Vasco Pereira da Costa:
«Não custa muito admitir que as letras açorianas ganharam, neste ano de 1978, novo fôlego com a edição em quantidade de livros a que não falta qualidade. (…) uma vez por outra surgem obras merecedoras do emprego de palavras cuja justeza não obriga a temer-se o desgaste do lugar-comum. E porque são «verdadeiramente extraordinárias» as sublinho, repetindo-as. Uma, é a colectânea de contos «Nas Escadas do Império» de Vasco Pereira da Costa (…)».
Ora, se além da referida coletânea nos ativermos também a outras obras posteriores, como sejam, «Plantador de Palavras Vendedor de Lérias», de 1984 ou «Memória Breve», de 1987, parece-me muito ajustado confirmar que a «mina» literária que este autor terceirense tem vindo a escavar ao longo dos anos, se tem revelado muito profícua, tendo há muito ultrapassado «o limiar das «promessas»», elevando-o ao lugar de relevo que hoje deve ocupar, junto dos melhores contistas nacionais.
Estamos a falar de um corpus textual robusto e de uma amplitude temática muito significativa, um conjunto de contos de qualidade assinalável, digno de reedições atualizadas, sob pena de, indiligentemente, vermos silenciada uma voz que, além de nos encantar com o brilhantismo poético, se destaca também como um dos grandes contadores de histórias do nosso tempo.
Ao autor, muitos parabéns pelos seus cinquenta anos de vida literária. Que os próximos sejam, pelo menos, tão profícuos quanto estes que agora se comemoram.
Vasco Pereira da Costa, «Os Nós Do Tempo», Palimage, 2022
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