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na data em que Timor se junta à ASEAN este poema meu de 2012:
551. lágrimas por timor, até quando? (lomba da maia, julho 2012)
confesso sem vergonha nem temor
os olhos transbordaram hoje
lágrimas em cascata como diques
pior que a lois quando chove
o coração bateu impiedoso por timor
os olhos turvos a mente clara
as mãos trémulas de impotência
nas covas e nas valas comuns
muitos se agitaram com a violência
mais uma morte gratuita
mais um casal de pais órfão
mais um filho varado às balas
sem razão nem justificação
poucas vozes serenas se ouviram
velhos ódios, vinganças acicatadas
o povo dividido como em 1975
sem alguém capaz de congregar o povo
sem alguém capaz de governar para todos
sem alguém acima de agendas pessoais
sem alguém acima de partidos
temos de superar agosto 75
udt e fretilin, a invasão
a indonésia e o genocídio
amigo, família, irmão
é urgente um passo em frente
faça-se ou não justiça
vamos congregar toda a gente
é urgente alguém com visão
um sonhador, um utópico
um poeta como xanana já foi
todos juntos em união
alguém que ame timor
mais do que as suas crenças
mais do que a sua família
mais do que as suas tenças
ou memórias e homilias
talvez mesmo uma mulher
meiga e sensível
olhar almendrado
pele tisnada e volúvel
capaz de amar
impulsiva para acreditar
talvez mesmo uma mulher
liberta de injustiças passadas
solta de ódios, vinganças
e outras dores desusadas
capaz de abdicar
das armas e liderar .
