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Um verdadeiro caso de estudo sobre como um governo pode falhar redondamente naquilo que justificou a sua própria ascensão ao poder. Este executivo tomou posse com uma missão clara e inequívoca: resolver a questão da SATA, o problema estrutural que contribuiu de forma decisiva para a queda do Partido Socialista dos Açores de Vasco Cordeiro. O mandato popular era simples: pôr fim ao caos financeiro e operacional da companhia aérea, devolver-lhe sustentabilidade e transparência, e concluir o processo de privatização de forma séria e responsável.
Passados estes anos, o balanço é desolador. A SATA não só não foi resolvida, como a situação se agravou. O governo falhou na gestão corrente, falhou na execução da privatização e, pior ainda, parece agora empenhado em inviabilizá-la de propósito. Tudo isto conduz a uma conclusão inevitável: ou José Manuel Bolieiro nunca quis realmente privatizar a SATA e está apenas a ganhar tempo para manter o (seu) statu quo, ou é incapaz de liderar processos complexos e de impor autoridade política sobre o seu governo, ou é simplesmente incompetente.
Qualquer uma destas hipóteses é grave. E todas têm em comum o mesmo resultado: um governo sem rumo, que prometeu resolver o maior problema estrutural da autonomia e acabou por o agravar, hipotecando o futuro da empresa, dos trabalhadores e dos contribuintes açorianos.

