PONTA DELGADA A NOSTALGIA CINZENTA

Cidade
A NOSTALGIA DO CINZENTO
As recentes obras no coração da cidade sempre mereceram da minha parte a plena aceitação e concordância, por tal motivo manifesto o meu natural regozijo.
Contemplo o digno espaço quando a luz matinal o invade, no entanto preocupa-me a monotonia do habitual cinzento e a existência de diferentes tonalidades de pedra basáltica, alimentando um cenário caracterizado pela sombria melancolia, onde respiro uma sensação de pouca luminosidade e vivacidade. É uma espécie de assombração que invade e sufoca a energia matinal. Inquieta-me também a opção de não incluir no tapete basáltico qualquer ornamento gráfico ou design visual retratado em pedra branca (calcário?), a exemplo do Largo da Matriz ou da recente Rua do Aljube, opção esta certamente decidida por pareceres técnicos sustentados pela sensibilidade do próprio projeto.
O cinzento cansa-me e deprime-me, talvez porque há demasiados dias em que ele invade o céu e me convida ao recolhimento… mas isso sou eu!
Resta-me a convicção de reconhecer que estamos perante uma obra inacabada, por isso com margem para semear novas ideias e se elas surgirem as flores poderão desabrochar mesmo cercadas do cinzento basalto!
Isto é apenas uma reflexão. Saúdo a iniciativa, mas não me posso esquecer de que os meus olhos ainda são as janelas da alma. Observei e senti como simples cidadão amante da sua cidade, nascido e criado nas artérias do seu coração.
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Luna Telles Ribeiro

Penso que a opção do cinza uniforme é uma questão estética de modo a não entrar em conflito com antiga calçada ao redor. Um abraço Luis