perigos do aeroporto no montijo

Um post a montante.
03 de Dezembro de 2018
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Para avançar com um pequeno aeroporto complementar no Montijo, tem valido tudo.
Desde transferir trafego aéreo do Porto para Lisboa, para aumentar virtualmente os movimentos.
Aceitar um contrato de concessão “leonino” elaborado por artistas que hoje presidem á empresa que monopoliza a atividade aeroportuária e acumulam também com a vice presidência do Turismo de Portugal.
Remendar com um Memorando de entendimento que escondesse as “omissões” e alegadas obscuridades legais” do Contrato de Concessão contra a lei.
Onerando o Estado, que o mesmo é dizer o contribuinte.
Falam que o fazem devido á urgência e eminente esgotamento do AHD? falam em custos de forma errónea, mentem quando dizem quem paga a PPP.
Mas uma parte da verdade é esta:
Pretendem gastar mais 400 milhões de euros (já gastaram 200 milhões) para afinal, abandonar o AHD a partir de 2035?
E ninguém explica este paradoxo.
Contemos o que se passou a montante sobre esta matéria:
Em finais de 2006, a ANA apresentou um plano de expansão do aeroporto de Lisboa para 16 MPA, com vista a assegurar o bom funcionamento e os níveis de procura até à entrada em funcionamento do novo aeroporto de Lisboa, entretanto decidido construir próximo de Canha, em terrenos públicos utilizados pela FAP como Campo de Tiro.
Este plano de expansão enquadrava-se num “plano de contingência”, enquanto o novo aeroporto não estivesse operacional, não sendo um plano de investimento normal tinha em vista o retorno do investimento no médio/longo prazos, quando o NAL estivesse construído.
Os objetivos maiores traçados no Plano eram essencialmente quatro:
1. Suportar o crescimento de tráfego (expectável) até 2017;
2. Aumentar os níveis de qualidade, conforto e segurança do serviço prestado;
3. Expansão do negócio não-aviação;
4. Consolidação do aeroporto como nó nacional. Na prática, as obras de expansão contempladas eram:
• Terminal de passageiros (T2);
• Futura plataforma “Z” (Zulu);
• Futura plataforma “E” (Echo);
• Futuro terminal de carga (N.T.C.);
• Futuras instalações do Grupo Operacional de Combustíveis (G.O.C.);
• Futura plataforma “Q” (Quebec);
• Futuro taxiway “Y” (Yankee);
• Pista 35/17 (sinalização luminosa);
• Cais Sul (futura zona de expansão);
• Remodelação do actual cais Norte e expansão;
• Curbside – Partidas;
• Runway End Safety Area (R.E.S.A.) “17”;
• Ampliação do terminal de bagagens;
• Novo Busgate Norte.
Em termos de aumento da capacidade, em números concretos, os objetivos seguintes:
De 36 mov/hr (RWY “03”) → Para 40 mov/hr (RWY “03”)
De 46/51 stands → Para 57/64 stands
De 3.200 pax/hr (12M/ano) → Para 4.320 pax/hr (16M/ano)
De 26 portas → Para 47 portas
De 7 pontes telescópicas → Para 20 pontes telescópicas
De 80 mil tons/ano carga → Para 100-150 mil tons/ano carga.
O plano de contingência, de expansão do aeroporto de Lisboa, iniciado em 2007 com a construção do Terminal 2, visava, como foi dito, responder à procura e assegurar o seu funcionamento sem perder competitividade até 2017 para quando se estimava a abertura do NAL novo aeroporto a construir em Canha.
Apesar de ser um investimento no curto prazo, estava previsto retorno do investimento (ROI) previsto, que seria possível com a construção do NAL. Algo que não deverá acontecer se o NAL em Canha não for construído para substituir o atual aeroporto da Portela. E muito menos com o aeroporto complementar do Montijo.
PIOR QUE ISTO É QUE, PARA BENEFICIAR UM EMPRESA CONCESSIONÁRIA, AINDA SE AVANÇA PARA A ATUAL EXPANSÃO, AERPORTUÁRIA, QUE NÃO SE SABE MUITO BEM QUEM PAGA, MAS QUANDO NÃO SE SABE, NORMALMENTE PAGA O CONTRINBUINTE
(foto do plano de expansão de 2006 -2010)
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A Agencia Portuguesas de Ambiente APA autoriza obras para a expansão do AHD.
Sabe-se que o ruído dos aviões e as micropartículas emitidas pelos aviões são altamente prejudiciais à saúde, mas nunca foi feito um estudo em como isso afeta os lisboetas.
Entre 2010 e 2019, o número de passageiros do aeroporto da Portela duplicou de 15 milhões para 30 milhões. Isso significou um aumento dos voos para cerca de 214 mil, ou seja um voo a cada 2 minutos e meio – em 2018. Não foram estudados os efeitos desse aumento na saúde nem no ambiente.
O aeroporto de Lisboa está mesmo no meio da cidade. Os Hospitais, escolas, universidades, escritórios e mesmo e as habitações são afetadas pelo aeroporto, para além do o risco de queda de um avião, os estudos científicos sobre ruído e poluição atmosférica na saúde indicam que o impacto na qualidade do sono e no sistema cardiovascular podem causar lesões vasculares, hipertensão arterial, comprometer o desempenho cognitivo das crianças, o sistema reprodutivo e aumentar doenças respiratórias como a asma.
O aeroporto de Lisboa usa uma exceção na lei para permitir mais 26 voos diários. A associação ambientalista Zero monitorizou o nível de ruído destes aviões e o cumprimento desta exceção e descobriu que os limites de ruído foram ultrapassados.
A expansão prevista vai tornar o problema maior. O Governo quer aumentar em 33% a área do aeroporto de Lisboa de 500 para 700 hectares, e transportar mais 12 milhões de passageiros para um total de 42 milhões por ano. Ou seja, em vez de 40 aviões por hora, teremos 50 aviões. Só em ruído, as contas do ex-bastonário da Ordem dos Engenheiros indicam que vão ser ultrapassados os limites máximos definidos pela Organização Mundial de Saúde e afetar mais de 300 mil pessoas de Lisboa e Loures.
Não se promove um estudo de impacto ambiental à expansão do aeroporto de Lisboa e apesar da ilegalidade vão iniciar as obras. Muito embora esteja provado que a Agência Portuguesa do Ambiente nunca chumba nenhum projeto, tal como no caso do Montijo.
A expansão do aeroporto de Lisboa significa maior tráfego rodoviário, na Segunda Circular e zona circundante.
A Câmara Municipal de Lisboa aprovou uma proposta que exige a divulgação dos planos de expansão do aeroporto de Lisboa e que obriga a Câmara a fazer os estudos necessários para avaliar os impactos da poluição e do ruído na saúde e ambiente da cidade.
Em 2020 Lisboa vai ser a Capital Verde da Europa. Com o aumento dos voos põe em causa o cumprimento das metas de emissões de gases com efeito de estufa. Com este plano, vira-se as costas ao combate à crise climática?
O ar de Lisboa já é considerado um dos piores da Europa. A Av. da Liberdade, que era uma das artérias mais poluídas da Europa, perdeu o pódio para o Parque das Nações, a Segunda Circular na zona de Telheiras e a Avenida Ribeira das Naus, no Cais do Sodré. Lisboa já é a sexta cidade europeia mais poluída pelos navios de cruzeiro. E a expansão do aeroporto da Portela só pode agravar ainda mais o problema.
Assim, o aeroporto de Lisboa atingiu o seu limite, não se resolve um erro com outro erro ainda maior. A sua expansão significa que o aeroporto se vai manter no centro da cidade nos próximos 50 anos, afetando o bem-estar e a saúde desta e das próximas duas gerações. É tempo de parar e pensar sobre o que se está a fazer aos lisboetas.
Texto adaptado de Ricardo Sant’Ana Moreira,
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