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Post de Jaime Pacheco O Futuro Adiado da SATA Internacional

É incompreensível a insistência em entregar a empresa a um consórcio cuja capacidade de defender o interesse público é, no mínimo, questionável.
O Secretário das Finanças tenta justificar a venda com o argumento de que a União Europeia obriga à alienação, “custe o que custar”. Mas convém recordar que foi o próprio Governo Regional, através da sua Comissão Negociadora, quem levou a Bruxelas as propostas que agora dizem ser imposições da UE.
Nunca se viu tamanha falta de visão: entrar numa negociação abdicando logo à partida daquilo que é essencial — o controlo de uma empresa que garante a mobilidade dos Açorianos.
O que teria sido das ilhas de Santa Maria, Pico e Faial se o Governo não mantivesse o controlo da S4?
Tudo indica que a venda da SATA Internacional servirá apenas para disfarçar a incapacidade de encontrar um plano sólido e sustentável que coloque a empresa no bom caminho.
Não é com reformas antecipadas sem critério, nem com aumentos salariais incomportáveis, que se reestrutura uma companhia aérea. Essas medidas já foram experimentadas e apenas agravaram o prejuízo.
Este é o Governo que prometeu fazer melhor do que os anteriores, mas que, afinal, repete os mesmos erros — talvez até com mais convicção.
Sinto-me profundamente frustrado.
Frustrado por não ter conseguido contribuir para construir uns Açores melhores para os meus filhos e netos.
Deixo-lhes uma herança pesada: uma Região dominada por políticos de carreira, em vez de políticos que verdadeiramente lutem por um futuro melhor para todos os Açorianos.