MACRON IRRITA A ALEMANHA

QUEM SÃO OS RIVAIS SE A EUROPA É CONSIDERADA INEXISTENTE?
O Presidente Mácron solicita mais soberania para a Europa irritando assim a Alemanha
Mácron busca um debate que até agora foi oprimido na Europa. Na entrevista no voo de volta da China, Mácron referindo-se ao conflito com Taiwan disse: “O pior seria pensar que nós, europeus, deveríamos seguir a liderança nessa questão e nos adaptar ao ritmo americano e ao exagero chinês”.
O presidente francês Mácron no seu discurso de visita à Holanda, também pede mais soberania europeia. Mácron não se contenta com uma Europa presente mundialmente só pela sua importância económica; ele quer que a Europa assuma relevância a nível geopolítico para ter influência nos destinos dos povos; doutro modo estes continuarão a ser determinados pelos Estados Unidos e pela Rússia (e num futuro próximo também pela China).
No próximo conflito, a Europa não deve cair na armadilha dos EUA, como aconteceu com a Ucrânia; doutro modo a Europa permanecerá sempre presa das crises geopolíticas externas. Vai sendo tempo de as potências deixarem de afirmarem os seus negócios egoístas com a guerra em vez de negociarem a paz!
Se a Europa não acordar, os estados extremamente dependentes do regime americano tornar-se-ão vassalos dos EUA e da China. A Europa mereceria ter uma palavra a dizer em questões geopolíticas se fosse fiel a próprios interesses e às suas populações, mas para isso, não poderia renunciar a ser a terceira posição geopolítica e desse modo poder contribuir para a construção da paz mundial.
Que o governo alemão se irrite com a mensagem de Mácron é natural porque a Alemanha não tem a possibilidade de privilegiar uma política europeia em relação aos Estados Unidos devido às condições pós-guerra que lhe foram impostas e ao facto da presença militar dos EUA na Alemanha ser avassaladora! Na Europa precisa-se uma influência mais latina e menos anglo-saxónica…
O governo alemão critica Mácron, acusando-o de se isolar da Europa, mas ignora que Mácron personifica melhor a voz, a situação e os interesses da Europa do que a Alemanha;esta encontra-se altamente comprometida pela presença militar americana. Devido aos fardos da guerra e às condições impostas pelos aliados vencedores, a Alemanha só pode ocupar na política mundial uma posição intermediária vendo-se limitada ao poder económico e controlada no que respeita às relações económicas com a Rússia (recorde-se a espionagem de Ângela Merkel, o boicote económico do gasoduto Stream 2, pelos “amigos” americanos e a sabotagem explosiva de Stream 1 e 2! Também por isso o debate político na Alemanha obedece a certas coordenadas em relação aos EUA e também a Israel…
Já não basta repetir o mantra de que somos parceiros, é hora de usar-se o bom senso e velar pelos interesses europeus. Quem são os rivais se a Europa é considerada inexistente?…
Tanto o capitalismo liberal como o socialismo precisam de um tratamento fundamental para se tornarem mais compatíveis com a dignidade humana e com os interesses humanos e estatais…
A Europa, goste ou não, a longo prazo, será mais dependente da Rússia e da China do que dos EUA apesar do poder estratégico mais alto destes. O interesse e o poder mais elevado deve ser o da paz (1).
Na opinião pública europeia joga-se com cartas pró-americanas e antieuropeias ao impedir-se uma discussão pública diferenciada e crítica que permita formular interesses culturais europeus...
António CD Justo
Texto completo e nota em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=8441
QUEM SÃO OS RIVAIS SE A EUROPA É CONSIDERADA INEXISTENTE?
ANTONIO-JUSTO.EU
QUEM SÃO OS RIVAIS SE A EUROPA É CONSIDERADA INEXISTENTE?
O Presidente Mácron solicita mais soberania para a Europa irritando assim a Alemanha Mácron busca um debate que até agora foi oprimido na Europa. Na entrevista no voo de volta da China, Mácron referindo-se ao
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