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Borges em Santa Maria
Ou lendas.
De que Jorge Luis Borges, o último culto do que resta da literatura, tenha sido feliz no aeroporto internacional de Santa Maria, Açores, Portugal (como se lia no telhado da aerogare).
Perguntei e nada.
Não só ninguém se lembrava de Borges – quase filho ilegítimo de Pierre Menard autor de Quixote – e a relevância da pergunta tinha sabor exótico.
Se Frank Sinatra cantou na ilha mãe, interessará pouco se Borges passou, ou não, pelo aeroporto.
E talvez até no hotel.
A caminho da Suíça?
De regresso à Argentina para trabalhar num matadouro, como castigo?
(poderia ter ido para as cavalariças, não é, António?)
E nada. Sem certezas.
Outros falaram do Eusébio, depois de Coluna e Peyroteo, o melhor jogador de futebol de todos os tempos, em Portugal. Mas eu vi o Eusébio, manco, a comprar uma garrafa de Constantino na loja de “souvenirs” do senhor Moutinho de Almeida.
Acho que foi atendido por uma senhora vestida de castanho(foi promessa), amiga da minha avó Sofia e que também dava injeções a quem precisava.
E não é que me esqueci do nome da senhora.
Ela, quando me via, oferecia muitos beijos.
Seria Maria da Glória?
Talvez alguém de Santa Maria irá ler, um dia, e saberá o nome.
E outros, também famosos.
Amália, Bing Crosby certamente com comportamentos respeitáveis no aeroporto por esta ou outra razão.
No entanto seria importante saber a verdade sobre a visita de Jorge Luis Borges.
Em trânsito, eu sei, mas é melhor do que nada.
Até no hotel? Sim.
Poucos, hoje, sabem mas o do aeroporto tinha, entre outras coisas, uma orquestra.
E Borges, quase cego, poderia ter dançado enquanto esperava por filetes de abrótea.
E bolo de ananás.
Ou escrevia, na sala, sobre a felicidade dos poemas imaginários das ilhas.
Foto: busca Google. Hotel do Aeroporto.
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