HISTÓRIA DAS CALDEIRAS RIBª GRANDE

Views: 7

May be an image of text
As Caldeiras da Ribeira Grande
Local que sempre me fascinou, e onde algumas vezes os meus pais me levaram quando era miúdo, as Caldeiras da Ribeira Grande eram lugar de veraneio para algumas famílias, que aí possuíam propriedades ou alugavam casa, e onde sempre conheci alguns edifícios meio arruinados, um deles a ‘Assembleia’, que nunca soube que serventia havia tido, e que durante anos conheci com as portas abertas e a ameaçar ruir, aproveitando nós para ali ouvir música, dançar e namoriscar, algo protegidos de olhares indiscretos e de um ou outro chuvisco, já nesses idos anos de setenta do século passado tendo-se ouvido falar da renovação das termas, dessas casas de estivar ainda visitei uma ou outra por andar de amizade com os filhos de uns ou outros veraneantes, de quem acabei por me distanciar, coisas do tempo, e uma das casas onde nunca cheguei a entrar pertencia a um grande aficcionado do Benfica, o senhor Viriato Moreira, de cujo filho era amigo, a quem muita gente chamava Viriatinho, afilhado de baptismo do Eusébio, e numa visita da equipa do clube a S. Miguel levou os jogadores, dirigentes e técnicos a essa casa, creio não estar errado, que nunca assisti ao préstito, mas foi o que me contaram, isto ainda nos tempos do Eusébio e de outras das figuras míticas que fizeram tradição no futebol português, à falta de transporte até às mais longínquas Furnas comia-se milho cozido nas águas ferventes das Caldeiras, porque da Ribeira Grande até lá ia-se mesmo a pé, por norma com paragem na “água férrea”, já prestes a chegar às primeiras casas, num copo improvisado com folhas de conteiras, de que também se chupava o caule das flores, hoje parece que não se pode beber dessa fonte, que faz mal à saúde, o certo é que muitas vezes bebi e ainda cá estou para contar.
(Fotografia do Instituto Cultural de Ponta Delgada: https://www.icpd.pt/)

Sobre CHRYS CHRYSTELLO

Chrys Chrystello jornalista, tradutor e presidente da direção da AICL
Esta entrada foi publicada em Historia religião teologia filosofia. ligação permanente.