foi há 51 anos em 19 setº 1973

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aterrei em Baucau e fui numa destas para Díli e depois numa GMC ou Berliet para Bobonaro…

para o bem e mal a minha vida nunca mais seria a mesma como o exprimi em poema de 2012

 

547. eleições sem lições em timor (lomba da maia) 8 julho 2012

díli, 23 setº 1973 cheguei hoje a timor português

a vinda marcará a minha vida para sempre

sem o saber nunca mais nada será igual, o futuro começa hoje e aqui

entrei no tempo da ditadura sairei na democracia adiada

 

na bagagem guardo sabores

imagens e odores

sonhos de pátria e amores

divórcios e outras dores

 

cheguei sem bandeiras nem causas

parti rebelde revolucionário

tinha uma voz e usei-a

tinha pena e escrevi sem parar

pari mais livros que filhos

para bi-beres e mauberes

 

48 anos de longo inverno da ditadura

24 de luta independentista

agora que a lois vai cheia

e não se passa na seissal

já maromác se apaziguou

crescem os lafaek nos areais

perdida a riqueza do ai-tassi

gorada a saga do café

resta o ouro negro

para encher bolsos corruptos

sem matar a fome ao timor

 

perdido nas montanhas

sem luz, água ou telefone

repetindo gestos seculares

mascando sempre mascando

o placebo de cal e harecan

mas com direito a voto

para escolher quem o vai explorar

sob a capa diáfana da lei e ordem

do cristianismo animista

oprimido sim mas enfim livre.


608. eleições 29 jul 2013

 

era tempo de eleições

políticos vinham e prometiam

a populaça aplaudia

acenava e acreditava

 

 

depois de contados votos

os políticos desapareciam

junto com as suas promessas

e o povo esquecido esperava

assim crendo na democracia

uma pessoa, um voto, uma promessa

repetiam a antiga escravatura

acreditando serem livres

 

 

Sobre CHRYS CHRYSTELLO

Chrys Chrystello jornalista, tradutor e presidente da direção da AICL
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