comida de goa em macau

Associação de comida africana torna-se “único local em Macau” com comida de Goa, Damão e Diu.
O SoSabi, espaço da Associação para a Promoção Gastronómica de Países Africanos, é o único local de Macau a confecionar pratos da culinária indo-portuguesa “que só se encontram em casa de amigos”, disse o promotor da iniciativa.
Sarapatel, xacuti de frango, balchão de porco ou caril de camarão.
Referências da identidade culinária de Goa, Damão e Diu que, em Macau, já não existem só em almoços de família, mas agora também no espaço público.
A iniciativa é de Elias Colaço, natural de Damão, que explorou até fevereiro um quiosque no largo do Lilau, entre a colina da Penha e a Barra, com petiscos portugueses e daquelas regiões indianas, mas que “esteve encerrado por causa da pandemia” da covid-19.
“Fui convidado por um dos parceiros do projeto da associação de divulgação da gastronomia africana para juntar a gastronomia de origem do antigo Estado Português da Índia, Goa Damão e Diu.
Claro que aceitei de imediato”, disse à Lusa.
Na rua Formosa, no centro histórico de Macau, Colaço apresenta pratos “desconhecidos da generalidade das pessoas”, mas confia que “os chineses são curiosos e atentos à novidade”.
“É efectivamente o único local em Macau onde se pode comer comida de origem de Goa, Damão e Diu.
Não sendo culinária indiana, os restaurantes indianos em Macau não a confecionam”, apontou.
Mas este é também lugar para novas explorações na cozinha.
Elias Colaço fez “numa de brincadeira” uma francesinha “com toque de Goa”, em que substituiu a linguiça por chouriço da região.
Os pratos são, na maioria, preparados fora e, no caso da francesinha, “tem o suporte de um chefe de cozinha do norte de Portugal”.
“Não mexi no molho que sei ser fator importante na francesinha e, como não quero desvirtuar a mesma, o molho segue os critérios observados pelo chefe (…).
Para já, está aprovada pelo mesmo e [atraiu] a curiosidade da Confraria da Francesinha de Macau que já marcou um jantar”, disse.
O SoSabi – termo crioulo utilizado em vários contextos, que pode traduzir um estado de “alegria, satisfação, festa” ou significar “tudo saboroso” – abriu em fevereiro de 2022, com o objetivo de divulgar a gastronomia africana, “tão apreciada”, mas “sem nenhum espaço de divulgação” em Macau, contou Elias Colaço, um dos quatro elementos à frente do projeto.
Cachupa de Cabo Verde, Caldo de Mancarra da Guiné-Bissau, Moamba de Angola e Matapa de Moçambique são algumas das iguarias disponíveis no espaço da Associação para a Promoção Gastronómica de Países Africanos, que esteve encerrado vários meses durante à pandemia e reabriu apenas em março, “já com nova equipa e a inclusão da gastronomia de Goa, Damão e Diu”.
Para a pequena comunidade indo-portuguesa a residir em Macau, este novo projeto, lançado em fevereiro, é uma “luz ao fundo do túnel”, reagiu à Lusa o presidente do Núcleo de Animação Cultural de Goa, Damão e Diu.
“Infelizmente nunca tivemos, que eu saiba, em Macau, um restaurante goês.
Os próprios goeses conviviam entre eles e hoje era na casa de um, amanhã na casa de outro, e cada um confecionava as suas iguarias e compartilhava os poucos momentos de um sítio próprio, digno de uma casa goesa.
E tem sido assim em Macau nos últimos 50 anos”, frisou Vicente Pereira Coutinho, que espera agora que a população local possa “aderir e experimentar as iguarias” do SoSabi.
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