Mais preocupante foi saber que no Reino Unido chamar “careca” a alguém pode ser considerada uma ofensa. A decisão gerou um amplo debate depois de os juízes determinarem que chamar um homem de «careca» pode ser legalmente considerado assédio sexual. A decisão veio de um tribunal do trabalho, que argumentou que comentários sobre a calvície de um homem visam uma característica física diretamente ligada ao sexo — já que os homens sofrem de queda de cabelo com muito mais frequência do que as mulheres. Como resultado, o tribunal decidiu que usar o termo como um insulto se enquadra em assédio baseado em género.
Especialistas jurídicos afirmam que o caso destaca como a linguagem no local de trabalho está a evoluir. A decisão enfatizou que zombar da aparência de alguém, especialmente de uma forma historicamente ligada à identidade masculina, pode criar um ambiente hostil. O tribunal comparou comentários sobre calvície a comentários inadequados sobre o corpo das mulheres, observando que ambos podem ser usados para menosprezar, humilhar ou intimidar.
A decisão provocou enormes reações nas redes sociais. Alguns elogiaram a decisão como um passo em direção a locais de trabalho mais respeitosos, enquanto outros a viram como um exemplo de regras modernas que vão longe demais. Muitos brincaram sobre os departamentos de RH a prepararem novas diretrizes, enquanto outros partilharam histórias sobre como a calvície tem sido uma fonte de bullying ou constrangimento para os homens há anos. Quer as pessoas concordem ou não com o resultado, o caso abriu uma discussão mais ampla sobre dignidade, respeito e os tipos de comentários que não são mais aceitáveis em ambientes profissionais. É um lembrete de que mesmo insultos aparentemente pequenos podem ter um significado mais profundo — e agora, no Reino Unido, eles também podem ter consequências legais. Como a minha calvície tem estado, progressivamente, a aumentar espero que alguém me chame careca para testar a jurisprudência portuguesa, numa tentativa de atualizar as ofensas puníveis em Portugal.