carta maternal

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Para descontrair…
Mê querido filho:
>Ponho-te estas poucas linhas para saberes que estou viva. Escrevo devagar
>porque sei que não gostas de ler depressa. Se receberes esta carta, é
>porque chegou. Se ela não chegar avisa-me, que eu mando-te outra. Tê pai
>leu no jornal que a maioria dos acidentes ocorrem a 1 quilómetro de casa.
>Assim, mudamo-nos para mais longe.
>Sobre o casaco que querias, o tê tio disse que seria muito caro mandar-to
>pelo correio por causa dos botões de ferro que pesavam muito. Por isso,
>arranquei os botões e puse-os no bolso. Quando o casaco chegar aí,
>prega-os de novo.
>No outro dia houve uma explosão de botija de gás aqui na cozinha. O pai e
>eu fomos atirados pelo ar e caímos fora de casa. Que emoção: foi a
>primeira vez em muitos anos que tê pai e eu saímos juntos. Sobre o nosso
>cão, o joli, anteontem foi atropelado e tiveram de lhe corta o rabo, por
>isso tem cuidado quando atravessares a rua. Na semana passada, o médico
>veio visitar-me e colocou a minha boca num tubo de vidro. Disse para ficar
>com ele duas hora, sem falar. O tê pai ofereceu-se logo para comprar o
>tubo.
>Tua irmã Maria vai ser mãe, mas ainda não sabemos se é menino ou menina,
>portanto não sei se vais ser tio ou tia. o tê tio Tóino deu-me muito
>trabalho hoje. Fechou o carro e deixou as chaves lá dentro. Tive que ir a
>casa pegar a chave suplente para a abrir. Por sorte cheguei antes de
>começãr a chuva, pois a capota estava em baixo. Se vires a D. Esmeralda
>diz-lhe que mando lembranças. Se não a vires não lhe digas nada.
>Não te mando beijos porque estou constipada.
>Tua mãe,
>Marta