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Carta Aberta ao Sr. Presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro
Exmo. Sr. Presidente,
Escrevo-lhe com um profundo sentimento de desilusão e preocupação pelo rumo que o nosso arquipélago tem tomado sob a sua governação. Os Açores merecem mais, merecem melhor. E o que vemos hoje é uma terra cansada, esquecida e entregue à sua sorte.
Na saúde, a situação é cada vez mais insustentável. Marcar uma simples consulta transformou-se num luxo, e obter um exame atempado é quase uma miragem. Os profissionais fazem o que podem, mas faltam meios, organização e visão. O Sistema Regional de Saúde está a definhar, e com ele vai-se a confiança das pessoas num Governo que parece ter perdido o contacto com a realidade.
Nos hospitais e centros de saúde reina a sobrecarga e o desespero — tanto de quem trabalha, como de quem precisa de ajuda. Estamos a falhar naquilo que é mais sagrado: cuidar das pessoas.
A educação, outro pilar essencial, está a seguir o mesmo caminho. No outro dia, a escola da minha filha não abriu por falta de funcionários.
Sim, uma escola fechada, porque não havia quem assegurasse o funcionamento mínimo.
Os professores estão exaustos, os auxiliares sobrecarregados e desvalorizados, e os alunos — o nosso futuro — são as verdadeiras vítimas desta desorganização.
A minha filha, como tantas outras crianças, sofre bullying na escola e sente-se sozinha.
Os funcionários do ATL e os educadores fazem o que podem, mas são poucos e sem apoio.
As famílias, por sua vez, sentem-se impotentes. E a impotência é o pior sentimento que um cidadão pode sentir perante o seu próprio Governo.
Mas, Sr. Presidente, o problema não se limita à saúde e à educação.
As empresas açorianas estão a definhar.
Este Governo está a destruir o que resta do tecido empresarial local — as pequenas e médias empresas que são o coração da nossa economia, que criam emprego e mantêm viva a identidade açoriana.
Cada nova decisão política, cada burocracia, cada falta de incentivo justo, é mais um golpe em quem tenta, com esforço e amor à terra, manter um negócio de pé.
Em vez de apoiar quem trabalha, investe e cria, o Governo parece apostar na dependência, na centralização e em medidas que sufocam o empreendedorismo.
Estamos a perder o que é nosso, o que foi construído com sacrifício e orgulho açoriano.
A autonomia não pode ser só palavra bonita nos discursos — tem de ser vivida e protegida, com políticas que valorizem o que é feito cá.
Hoje, o que se sente nas ruas, nas escolas, nos hospitais e nas empresas é tristeza e cansaço.
Os açorianos já não acreditam nas promessas, porque a realidade é outra: serviços públicos a colapsar, famílias sem apoio, jovens a perder a fé no futuro e empresários a desistir.
Sr. Presidente, os Açores merecem um Governo que governe para o povo, não para as estatísticas.
Um Governo que ouça, que valorize quem trabalha, que proteja as crianças, que apoie os profissionais da saúde e da educação, e que defenda as empresas que sustentam esta região.
O que temos agora é um Governo que parece viver desligado da realidade, deixando os açorianos a lutar sozinhos.
Esta carta não é apenas uma crítica — é um grito de alerta.
Estamos a perder o rumo.
Peço-lhe, em nome de todos os açorianos que sentem o mesmo mas já nem têm forças para escrever: olhe à sua volta, ouça-nos e aja enquanto ainda há tempo.
Com respeito, mas com profunda tristeza,
Um pai açoriano cansado de ver o seu povo esquecido.