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PORQUE É QUE A EXTREMA-ESQUERDA GOSTA DE BURKAS?
A burka, imposta nas versões mais retrógradas e fanáticas do Islão, é um símbolo de violência e humilhação contra as mulheres.
Ao deixar apenas uma fenda para os olhos, nega à mulher o campo de visão, a expressão e, sobretudo, a identidade. Na nossa cultura, o rosto é a marca da pessoa, o sinal visível da dignidade individual. A burka apaga-o. Transforma o ser humano em sombra.
Quem a usa dificilmente encontrará emprego, integração ou liberdade. Não é um traje: é uma cela ambulante. Por isso foi, e bem, proibida em boa parte da Europa Ocidental. A burka é um monumento à submissão, uma peça icónica de um mundo em que a mulher é propriedade. Tudo isto parece óbvio, mas, como advertia G.K. Chesterton, “chegará o dia em que teremos de provar ao mundo que a relva é verde”. Pois bem: esse dia chegou.
E então, porque é que a extrema-esquerda simpatiza com a burka? Porque, para ela, a presença da burka no nosso espaço público é mais do que uma questão de religião: é um símbolo político. Representa, aos seus olhos, o colapso moral do Ocidente, e tudo o que enfraqueça o Ocidente é, por definição, bem-vindo.
A extrema-esquerda vê na burka a prova viva de que a civilização liberal falhou em impor os seus valores universais. E como o objectivo último é destruir essa civilização, para que surjam, um dia, os tais “amanhãs que cantam”, toda manifestação do seu enfraquecimento é recebida com entusiasmo. É a velha lógica revolucionária: os inimigos dos nossos inimigos são nossos aliados.
Pena é que a dignidade das mulheres sirva, uma vez mais, de arma táctica.
Pena é que um PS, capturado ideologicamente pelo Bloco de Esquerda, não perceba o atoleiro moral em que se deixou cair.
– Miguel Alçada Baptista