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VIGIA
A carga simbólica da torre aqui, mais uma vez, a cumprir-se.
Porque encerra segredos. Porque nela se encarceravam donzelas inocentes. Porque dela se vê um mundo que se quer e não se tem. Porque também dela sai uma visão espartilhada desse mundo e nunca do seu todo.
Pois aquela igreja, aquela árvore e aquele mar não são assim exatamente.
Na torre de vigia só fazemos uso dos olhos. Onde o fresco do mar? E o zoar do vento nas Araucárias? E o sabor da cidade? E os cheiros que dela vêm?
A torre de vigia está fora do mundo que vivemos por dentro.
Maria João Ruivo
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Ana Franco
Maria João, que beleza de texto! Publique, com frequência, alguns textos para irmos saboreando e abrindo o apetite para a obra completa. A beleza é um antídoto para a doença generalizada da humanidade actual.
Um beijinho.
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