barcos e açores: do lixo ao luxo

Elvira Leal shared a post to the group: Porto da Horta – Açores.

Do lixo ao luxo

Image may contain: outdoor and water
Nelio Martins to Info Açores

REFLEXÕES do W.C.

E o “Atlântida” aqui tao perto
O “AZORES Express”, esta relíquia que nos “oferecem” este Verão, teve o início da sua construção em 1969 e foi lançado ao mar em 1972 como “Saint Eloi” ficando parado em doca quase 3 anos a aguardar o terminus da sua construção, devido à falência do estaleiro!
Iniciou finalmente a sua actividade em 1975 e já teve pelo menos outros 4 nomes antes de ser transformado em “AZORES Express”.
Já foi “Channel Entente”, passando depois a ser “King Orry” e reformulado depois num estranhíssimo e erótico “Moby Love”, que depois foi rebatizado de “Moby Love 2” e mais tarde novamente como “Moby Love”.
Recauchutado em “Aeolus”, deu que falar na Grécia em Janeiro de 2018, aquando da sua última entrada em estaleiro, devido à denúncia sobre existência de amianto ilegal a bordo e consequente exposição dos trabalhadores do estaleiro a este produto cancerígeno.
Comissões de inquérito e análises repetidas confirmaram o facto e obrigaram a “medidas governamentais”!
Menos de um ano depois, a solução ideal…vai poluir e chatar para outro lado, com o nome de “AZORES Expresso” a preço de “Queen Mary 2”.
As características técnicas do navio, aliadas à sua história náutica e “clínica” fazem adivinhar viagens “tranquilas” e no mínimo altamente trepidantes, poluentes e gastadoras.
Para uma região que se anuncia como “natureza em estado puro”, “a maravilha do eco turismo” ou “certificados pela natureza”, é de todo o interesse ter este navio no tal “cluster do mar”…tudo tretas…tudo palavras de ocasião…tudo politiquices!
Em resumo, é neste CHAÇO VELHO com quase 50 anos, que passarei no mínimo 18 horas, se quiser manter as habituais 2 semanas de férias no triângulo com viatura própria…um luxo portanto!
Ás entidades que selecionaram e validaram o aluguer deste navio não consigo reconhecer nenhum mérito:
1- Ou sabiam os detalhes técnicos deste navio e revelam incapacidade de conseguir melhor para uma operação marítima que apesar de sazonal, é de todo previsível e sabemos que em tudo, quem vai ao mercado tarde só apanha os restos (que tal já começar a trabalhar no aluguer para a época 2020 e até na de 2021?).
2- Se desconhecem estes e outros pormenores, bom então a situação é reveladora de que se tomam decisões e decidem gastos públicos astronómicos com uma ligeireza e falta de rigor, incompatíveis com as exigências do cargo!
Se calhar a SATA e a Atlanticoline tem mais coisas em comum do que se pensaria…e não são os recursos materiais, porque a era dos Clippers já foi… agora os aviões só voam e os navios só navegam!

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Do lixo ao luxo

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Nelio Martins to Info Açores

REFLEXÕES do W.C.

E o “Atlântida” aqui tao perto
O “AZORES Express”, esta relíquia que nos “oferecem” este Verão, teve o início da sua construção em 1969 e foi lançado ao mar em 1972 como “Saint Eloi” ficando parado em doca quase 3 anos a aguardar o terminus da sua construção, devido à falência do estaleiro!
Iniciou finalmente a sua actividade em 1975 e já teve pelo menos outros 4 nomes antes de ser transformado em “AZORES Express”.
Já foi “Channel Entente”, passando depois a ser “King Orry” e reformulado depois num estranhíssimo e erótico “Moby Love”, que depois foi rebatizado de “Moby Love 2” e mais tarde novamente como “Moby Love”.
Recauchutado em “Aeolus”, deu que falar na Grécia em Janeiro de 2018, aquando da sua última entrada em estaleiro, devido à denúncia sobre existência de amianto ilegal a bordo e consequente exposição dos trabalhadores do estaleiro a este produto cancerígeno.
Comissões de inquérito e análises repetidas confirmaram o facto e obrigaram a “medidas governamentais”!
Menos de um ano depois, a solução ideal…vai poluir e chatar para outro lado, com o nome de “AZORES Expresso” a preço de “Queen Mary 2”.
As características técnicas do navio, aliadas à sua história náutica e “clínica” fazem adivinhar viagens “tranquilas” e no mínimo altamente trepidantes, poluentes e gastadoras.
Para uma região que se anuncia como “natureza em estado puro”, “a maravilha do eco turismo” ou “certificados pela natureza”, é de todo o interesse ter este navio no tal “cluster do mar”…tudo tretas…tudo palavras de ocasião…tudo politiquices!
Em resumo, é neste CHAÇO VELHO com quase 50 anos, que passarei no mínimo 18 horas, se quiser manter as habituais 2 semanas de férias no triângulo com viatura própria…um luxo portanto!
Ás entidades que selecionaram e validaram o aluguer deste navio não consigo reconhecer nenhum mérito:
1- Ou sabiam os detalhes técnicos deste navio e revelam incapacidade de conseguir melhor para uma operação marítima que apesar de sazonal, é de todo previsível e sabemos que em tudo, quem vai ao mercado tarde só apanha os restos (que tal já começar a trabalhar no aluguer para a época 2020 e até na de 2021?).
2- Se desconhecem estes e outros pormenores, bom então a situação é reveladora de que se tomam decisões e decidem gastos públicos astronómicos com uma ligeireza e falta de rigor, incompatíveis com as exigências do cargo!
Se calhar a SATA e a Atlanticoline tem mais coisas em comum do que se pensaria…e não são os recursos materiais, porque a era dos Clippers já foi… agora os aviões só voam e os navios só navegam!