arquitetura cemitério inovador no Pico nunca utilizado

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Cemitério “inovador” inaugurado há 11 anos nos Açores nunca foi utilizado

01 FEV 2017 / 11:23 H.

 

 

 

Um cemitério “inovador” inaugurado há 11 anos em São Roque do Pico, nos Açores, ainda não foi utilizado, por opção dos habitantes e por falta dos equipamentos necessários, disse hoje o presidente do município.

O cemitério, baseado num modelo canadiano, é constituído por nichos de betão em vez das tradicionais sepulturas, o que não foi bem acolhido pela população.

“Não havia uma manifestação de simpatia pelo novo cemitério, devido ao sistema inovador que apresentava”, afirmou à agência Lusa o presidente do município, Mark Silveira, que pretende colocar a infraestrutura a funcionar durante este ano.

Segundo o autarca socialista, as “vozes” que se levantaram contra a obra tinham a ver com “questões de hábitos e tradições”.

Por outro lado, o novo cemitério obrigava à aquisição de equipamentos e materiais específicos “para o seu funcionamento correto” e ainda “formação adequada para os funcionários”, o que nunca aconteceu.

“Desde que tomei posse, foi sempre um objetivo colocar o cemitério a funcionar, que foi para isso que ele foi construído”, salientou Mark Silveira, acrescentando que será necessário proceder, entretanto, a pequenas obras no local, uma vez que a estrutura já apresenta sinais de degradação.

O novo cemitério de São Roque do Pico, que resulta de projeto de arquitetura e paisagismo de Teresa Teixeira e Carlos Fazenda, foi uma das 80 obras selecionadas à data pela exposição “Habitar 2003-2005”, organizada pela Ordem dos Arquitetos.

A obra, no valor de 245 mil, euros, foi inaugurada em novembro de 2005, pelo então presidente da Câmara Municipal, Manuel Joaquim Costa, do PSD.

A estrutura fica situada do lado oposto da estrada do antigo cemitério de São Roque, que continua a ser utilizado, apesar dos riscos de ruína da parte situada junto à encosta virada para o mar.

“Já houve uma parte do cemitério que ruiu devido ao recuo da arriba”, adiantou Mark Silveira, acrescentando que esse risco “é mais uma razão” para a autarquia colocar o novo cemitério em funcionamento.