malditos aposentados (e enganados)Henrique Schanderl

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OS MALDITOS APOSENTADOS!
É verdade, ser aposentado hoje em dia não é uma regalia de quem trabalhou mais de 44 anos ou ultrapassou os 65 anos de idade, é sim alguém que já devia ter morrido há bastante tempo para não ser um “peso” nas reformas futuras de quem está a trabalhar.
A realidade, pelo menos no meu caso como de milhares de trabalhadores da Administração Pública, é que quando assinamos o contrato de trabalho com o Estado, estava lá bem claro que me comprometia a trabalhar para este até aos 55 anos de idade e que de acordo com a minha carreira especial do ensino superior, teria obrigatoriamente de passar por provas públicas estipuladas, em determinado tempo pela Lei, nomeadamente provas de Capacidade Científica e Pedagógica ou Mestrado e Doutoramento para além de um aumento simbólico de vencimento a cada 5 anos.
A verdade é que o Estado nos enganou como quis e entendeu ao longo dos anos, foi alterando o nosso Estatuto contratual em todas as formas e feitos fazendo que em termos académicos, cada vez tivéssemos mais sobrecarga de trabalho, tivéssemos de fazer parte de um novo sem número de cargos que aumentava em muito o nosso horário de trabalho como foi aumentando ano após ano o tempo de serviço a que éramos obrigados a trabalhar.
Estas alterações, não são conhecidas pela maioria de quem nos veio a substituir, razão pela qual somos mal vistos por quem nos veio substituir.
Ninguém, e muito menos o Estado disse a quem nos veio a substituir que as verbas por nós pagas mensalmente para usufruirmos nas nossas reformas, foram por diversas vezes utilizadas pelo Estado para outros fins, descapitalizando o que salvaguardava as nossas reformas, e muito menos lhes informou porque teriam de trabalhar mais, igualmente como aconteceu connosco, ou que só teriam no máximo de reforma 80% do seu vencimento bruto aquando das suas reformas.
É esta falta de conhecimentos, das nossas camadas mais jovens de trabalhadores, por culpa de quem os contratou, que não lhes explicou como as coisas podiam mudar, como mudou connosco, sem que alguém nos explicasse o porquê, que leva a que muitos odeiem, a nós “pobres” aposentados.
Ufa! Espero que não me chateiem mais.