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Lição de coragem e estoicismo
Após uma situação aflitiva, causada pelo coronavírus, em que faleceram 15 pessoas, os Açores parece que conseguiram dominar tão grande mal, pois neste momento não existem casos activos nestas ilhas.
Esta vitória é o resultado do bom comportamento da generalidade dos açorianos e das açorianas, que cumpriram as orientações das autoridades de Saúde. É o resultado do heroico trabalho dos profissionais de Saúde no tratamento dos infectados, dando tudo por tudo para salvar vidas. É o resultado das medidas tomadas pelo Governo da Região Autónoma dos Açores, legítimo representante do povo destas ilhas. É o resultado da posição solidária e serena de todos os partidos políticos, que, colocando a política na “gaveta”, apoiaram o processo de recuperação. É o resultado, enfim, da unidade açoriana, que ficou patente, deve continuar e deve até ser reforçada, porque o futuro é sempre incerto e poderemos ter de enfrentar novas e difíceis “batalhas”.
Poderão sempre dizer que nem tudo decorreu bem, que houve alguma descoordenação, que se registou alguma insuficiência de meios ou que mais poderia ter sido feito. Obviamente que numa situação tão complicada e inesperada ninguém estava preparado para tão difícil missão. Todos temos que tirar ilações, reter aprendizagens e procurar fazer sempre melhor no presente e no futuro, para que nestas ilhas haja mais progresso e mais Saúde.
Uma ilação a tirar é que é preciso reforçar o Serviço Regional de Saúde e compensar mais os respectivos profissionais, que se revelaram competentes, disponíveis e unidos.
Outra ilação a tirar é que se o Governo Regional não tivesse imposto as quarentenas obrigatórias para quem chegava do exterior o coronavírus teria com certeza atingido níveis muito mais preocupantes. Alguns alegaram que foi uma medida inconstitucional. Todas as medidas que visem salvar vidas são constitucionais, porque o fim último da Constituição da República Portuguesa é garantir precisamente o bem do povo português.
Muitas ilações há, pois, a retirar desta crise de Saúde pública. Fica claro, desde já, que o povo açoriano, mais uma vez, deu uma lição de coragem e estoicismo. Orgulho-me de ter origem neste povo, que é português, pela cultura e por convicção.