um aventureiro nos açores de anatanho

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*** UM AVENTUREIRO PORTUGUÊS DO SÉCULO XV ***
“Corria o ano de 1519. O vencedor do Samorim em Granganor, o homem que fizera arder Zeila na costa etíope e fundara em Ceilão a fortaleza de Colombo, aquele que fora o terceiro Governador da índia – Lopo Soares de Albergaria – regressava ao Reino.
O sucessor do «Terribil» embarcara numa esquadra composta de quatro navios que, antes de ancorarem no Tejo, fizeram escala na baía da Horta.
Logo que se estabeleceu contacto com a gente de terra, um compadre de Lopo Soares deu ao antigo Governador a notícia de que ali, naquela ilha, habitava um parente seu, que vida aventurosa afastara do continente, onde a família lhe perdera o rasto. Mandou Lopo Soares recado para que o chamassem à sua nau e, quando pouco depois lhe vieram dizer que alguns homens honrados o procuravam, não lhe foi difícil reconhecer entre eles João Garcia Pereira.
Surpreendido ao vê-lo naquela ilha, longe da Corte e do serviço de El-Rei, julgando-o pobre e decadente, recriminou-lhe o ex-Governador o que atribuía a esquecimento dos muitos serviços e feitos honrosos que os seus avós tinham prestado aos soberanos de Portugal e acusou-o de que, se não mandasse seus filhos servir a El-Rei, por culpa dele ali acabariam miseravelmente sendo de sangue tão ilustre e honrado. Porque o não procurara na Índia, onde era notório que estivera por Governador e onde o mesmo que fizera a outros, com melhor vontade faria a ele e aos do seu sangue?
Respondeu-lhe João Garcia Pereira que no tempo de seus trabalhos e enfadamentos todos os seus amigos e parentes o haviam desamparado e que lhe fizera Deus grande mercê, quando se acolheu àquela ilha onde estava já no derradeiro quartel da vida, em dar-lhe uma mulher nobre e não ter filhas fêmeas a quem dotar. E o que lhe faltava de fazenda, que seus filhos varões, únicos que tinha, o fossem buscar à Índia em serviço do Rei, porque para tanto já tinham idade.
Então Lopo Soares de Albergaria e muitos outros fidalgos, que na sua nau vinham, trataram João Garcia Pereira como parente e lhe fizeram muita cortesia e honra, o que tudo Pedro Afonso, escudeiro do capitão e Governador das Justiças nas ilhas do Faial e do Pico, e testemunha jurada aos Santos Evangelhos, viu com os seus próprios olhos por ser dos que acompanhavam João Garcia a bordo da nau, assim o depondo em inquirição de testemunhas realizada a 26 de Setembro de 1542 nos Paços do Concelho da vila da Horta.
Quem era João Garcia Pereira e o que o levara aos Açores?
Alguns historiadores e linhagistas ocupam-se na vida atribulada do que foi um dos mais ilustres povoadores da ilha do Faial. “
Anexo I – Justificação da nobreza iniciada em 26 de Setembro de 1542 perante o Tabelião do Público e Judicial na ilha do Faial a requerimento de Álvaro Pereira Sarmento (Códice Árvore de Geração dos Pereiras das Ilhas).
Anexo II – Justificação da nobreza de Gaspar Garcia Sarmento feita em 10 de Janeiro de 1525 na Horta (Códice Árvore de Geração dos Pereiras das Ilhas).
Anexo III – Instituição de Catarina Gonçalves.
Anexo IV – [Introdução]. Testamento de Catarina Gonçalves, mulher de João Pereira, segundo o traslado do tombo da capela instituída em 1531 no dito testamento. Breve resumo acerca da instituição de Catarina Gonçalves. Conservatória do Registo Civil de Povoação : Certidão de cópia integral do registo de nascimento.
Anexo V -Certidão.
(Excerto da Apresentação)
SANTOS, Carlos Ary dos – UM AVENTUREIRO PORTUGUÊS DO SÉCULO XV. Atribulações e família de João Garcia Pereira da Ilha do Faial. [S.l.], Edição da S. A. A., 1969. In-4.º (25,5 cm) de 83, [3] p. ; il. ; B. 1.ª edição.
Importante subsídio genealógico para a história da Ilha do Faial.
Livro impresso em papel encorpado, ilustrado com o Brasão de armas dos Pereiras e diversos documentos da época reproduzidos em fac-símile.
May be an image of text that says "CARLOS ARY DOS SANTOS UM AVENTUREIRO PORTUGUÊS DO SÉCULO XV ATRIBULAÇÕES E FAMILIA DE JOÃO GARCIA PEREIRA DA ILHA DO FAIAL EDIÇÃO DA AS.A.A. 1969 Brasão de rmas don Pereiras"
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  • Ricardo Costa

    É obra de carácter pessoal, ou existe cópia na nossa Biblioteca?
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      António Couto

      Dr.Ricardo Costa, está obra faz parte das “minhas coisas”. Não sei se estará disponível na biblioteca de Angra. Caso a queira ler terei muito gosto em a emprestar. Abraço.
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