taxas covid

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Se tivéssemos sido “bombardeados” com as taxas de sobrevivência, não havia este pânico generalizado
May be an image of text that says "Expresso Quanto as vítimas mortais desde o início da pandemia de covid-19, este é o cenário do país por faixa etária: TAXAS DE SOBREVIVÊNCIA 0-9 anos: 2 99,996% 10-19 anos: 2 99,998% 20-29 anos: 12 99,98% 30-39 anos: 41 99,96% 40-49 anos: 153 99,88% 50-59 anos: 461 99,6% 60-69 anos 1520 98,2% 70-79 anos: 3615 93,4% 80 anos:11.170 83,8%"
Às vezes pensamos estar numa zona obscura do Universo, como se muita gente tivesse comido uns cogumelos alucinógenos. Pois não é que Marcelo Rebelo de Sousa anunciou ontem que a matriz não serve porque não contém o número de internamentos? Isso foi escrito e dito em público há meses e por dezenas de pessoas, todas com formação superior. Pois o número de internamentos – “achatar a curva” – não foi sempre a razão alegada para as medidas? O que interessa não são os “casos” mas a doença grave. Aliás, se há mais casos e menos doentes isso é um bom sinal de imunidade de grupo.
Entretanto o Expresso publicou uma fotografia elucidativa, também de dados amplamente conhecidos, a esmagadora maioria dos mortos situa-se acima da esperança média de vida em Portugal, que é 78, 80 anos? Morreram acima desta idade. O pânico social, o medo lançado sem análise critica de dados, a anomia social, as crianças sem escola, a falência da saúde mental, as falências económicas, os confinamentos do lazer, a suspensão de direitos democráticos, as delirantes comparações com a gripe espanhola, as projecções sistematicamente erradas, as máscaras na praia, as multas de gomas e as delacções vizinhas entusiasticamente aplaudidas em directo por altos quadros do Estado, neste caso da polícia, tudo isto precisa de um divã social, uma espécie de psicanálise do país durante largos anos. Quando o país estiver em guerra que medidas tomamos? E quando for um terramoto? E uma gripe espanhola?
Sim, tivemos uma pandemia, felizmente de baixíssima letalidade, e a mortalidade média vai situar-se não muito longe dos outros anos – esperemos que não suba a mortalidade da ausência de outros cuidados de saúde e que o SNS vá a tempo destes.
Agora temos, e nunca deixámos de ter, só o agravámos, cerca de dez mil problemas mais graves no país, um deles, que ficou explícito, é a relação entre ciência e política e a necessidade imperiosa da independência e objectividade cientificas. Não é neutralidade, que a ninguém se pede isso, tomar posições é saudável e necessário para a sociedade, é objectividade. Falhou-se e muito aí. Esse dano é uma ferida aberta na esfera pública, é um debate filosófico central, porque abala a confiança quer na ciência quer na política, que são fundamentais.
Foto via Tiago Mendes.
André Silveira and 17 others
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  • Bárbara Tavares

    Só bombardeiam com o que é negativo. É-lhes muito mais conveniente 😉 só vão descansar enquanto destruírem isto tudo
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