Situação financeira da Unileite é preocupante

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Cooperativa está a secar leite em pó na Insulac e na Prolacto
Situação financeira da Unileite é preocupante
A situação financeira da Cooperativa Unileite é muito preocupante. Com os armazéns cheios de produto acabado, devido à diminuição do consumo, e como consequência da crise provocada pela Covid-19, a Unileite viu-se na obrigação de secar leite em pó, estando a enviar matéria prima para as empresas Insulac e Prolacto, que transformam o leite do dia em leite em pó. Não foi possível confirmar junto daquelas empresas se estão, de facto, a prestar este serviço à Unileite, mas é possível assistir à entrega do leite pelos camiões de recolha daquela cooperativa.
Segundo um dos lavradores contactado pelo CE, “o mercado nacional caiu muito, e os preços dos produtos também, e a Unileite não pode de um momento para o outro recusar receber o leite dos seus associados. A única solução foi solicitar à Insulac e a Prolacto que secassem leite em pó, pois a Unileite tem os armazéns cheios de leite UHT, queijo de várias qualidades, e manteiga”.
Banca está a apertar
Entretanto, o CE sabe que os bancos que têm sido parceiros de negócio da Unileite estão a pedir reforço de garantias, naturalmente preocupados com a situação da empresa. De referir que a difícil situação financeira já vem da anterior Direcção presidida por Gil Jorge, agora acusada de fazer investimentos intensivos de duvidosa rentabilidade para aquela cooperativa. Alguns lavradores e sócios da Unileite são da opinião que deve haver uma separação entre a gestão e os corpos sociais, pois a situação financeira da Unileite é muito difícil, e existem dossiers complexos que só podem ter sucesso se forem discutidos e decididos por pessoas com formação específica na área financeira. Algumas críticas também se fazem ouvir à área comercial da empresa, muito fechada sobre si própria e que demora muito a decidir os negócios. Na opinião de outro dos lavradores com quem o CE falou, “a Unileite não pode cair, já que o impacto da Unileite na economia dos Açores, e na Ilha de São Miguel em particular, é de tal ordem que se a Unileite falisse as consequências seriam muito piores quando comparadas com o impacto que a saída dos americanos da Base das Lages teve na economia da Terceira”.
Cooperativa União Agrícola pode ser chamada a intervir
Entretanto, um novo cenário poderá ser equacionado, se a situação da Unileite não se alterar rapidamente. Uma das alternativas que começa a ser equacionada é a da entrada no capital da Unileite da Cooperativa União Agrícola, liderada por Jorge Rita. É preciso rapidamente recapitalizar a Unileite, e se muito dificilmente os actuais associados estão em condições de o fazer, a entrada de novos cooperantes poderá ser a forma de ajudar a situação. Jorge Rita tem vindo, desde há muito tempo, a reclamar a necessidade de aumentar o preço à produção, e, se aqui poderiam existir interesses antagónicos, por outro lado, Jorge Rita poderia com um pé na Unileite, e com o conhecimento que tem do mercado, assegurar uma gestão equitativa e um acompanhamento mais efectivo da sua actividade, bem como alinhar a estratégia futura para o sector em termos de mercado, ligando os produtores e a indústria de acordo com as necessidades do mercado e as profundas alterações resultantes do efeito da presente crise.
Até ao fecho desta edição não foi possível contactar nenhuma das partes citadas. Por outro lado, a situação na Unileite é tão delicada que vai merecer da nossa parte um acompanhamento permanente.
(Correio dos Açores de 27/11/2020)
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Cooperativa está a secar leite em pó na Insulac e na Prolacto
Situação financeira da Unileite é preocupante
A situação financeira da Cooperativa Unileite é muito preocupante. Com os armazéns cheios de produto acabado, devido à diminuição do consumo, e como consequência da crise provocada pela Covid-19, a Unileite viu-se na obrigação de secar leite em pó, estando a enviar matéria prima para as empresas Insulac e Prolacto, que transformam o leite do dia em leite em pó. Não foi possível confirmar junto daquelas empresas se estão, de facto, a prestar este serviço à Unileite, mas é possível assistir à entrega do leite pelos camiões de recolha daquela cooperativa.
Segundo um dos lavradores contactado pelo CE, “o mercado nacional caiu muito, e os preços dos produtos também, e a Unileite não pode de um momento para o outro recusar receber o leite dos seus associados. A única solução foi solicitar à Insulac e a Prolacto que secassem leite em pó, pois a Unileite tem os armazéns cheios de leite UHT, queijo de várias qualidades, e manteiga”.
Banca está a apertar
Entretanto, o CE sabe que os bancos que têm sido parceiros de negócio da Unileite estão a pedir reforço de garantias, naturalmente preocupados com a situação da empresa. De referir que a difícil situação financeira já vem da anterior Direcção presidida por Gil Jorge, agora acusada de fazer investimentos intensivos de duvidosa rentabilidade para aquela cooperativa. Alguns lavradores e sócios da Unileite são da opinião que deve haver uma separação entre a gestão e os corpos sociais, pois a situação financeira da Unileite é muito difícil, e existem dossiers complexos que só podem ter sucesso se forem discutidos e decididos por pessoas com formação específica na área financeira. Algumas críticas também se fazem ouvir à área comercial da empresa, muito fechada sobre si própria e que demora muito a decidir os negócios. Na opinião de outro dos lavradores com quem o CE falou, “a Unileite não pode cair, já que o impacto da Unileite na economia dos Açores, e na Ilha de São Miguel em particular, é de tal ordem que se a Unileite falisse as consequências seriam muito piores quando comparadas com o impacto que a saída dos americanos da Base das Lages teve na economia da Terceira”.
Cooperativa União Agrícola pode ser chamada a intervir
Entretanto, um novo cenário poderá ser equacionado, se a situação da Unileite não se alterar rapidamente. Uma das alternativas que começa a ser equacionada é a da entrada no capital da Unileite da Cooperativa União Agrícola, liderada por Jorge Rita. É preciso rapidamente recapitalizar a Unileite, e se muito dificilmente os actuais associados estão em condições de o fazer, a entrada de novos cooperantes poderá ser a forma de ajudar a situação. Jorge Rita tem vindo, desde há muito tempo, a reclamar a necessidade de aumentar o preço à produção, e, se aqui poderiam existir interesses antagónicos, por outro lado, Jorge Rita poderia com um pé na Unileite, e com o conhecimento que tem do mercado, assegurar uma gestão equitativa e um acompanhamento mais efectivo da sua actividade, bem como alinhar a estratégia futura para o sector em termos de mercado, ligando os produtores e a indústria de acordo com as necessidades do mercado e as profundas alterações resultantes do efeito da presente crise.
Até ao fecho desta edição não foi possível contactar nenhuma das partes citadas. Por outro lado, a situação na Unileite é tão delicada que vai merecer da nossa parte um acompanhamento permanente.
(Correio dos Açores de 27/11/2020)

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