SÁ CARNEIRO E SNU ABECASSIS

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AMOR, PRIMEIRO
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SÁ CARNEIRO E SNU ABECASSIS
Sá Carneiro, tendo-se separado da mulher, Isabel Maria, lutou durante anos, sem resultados, para que esta lhe concedesse o divórcio. Quando parecia ter desistido da felicidade afetiva em prol da carreira política, conheceu, em 1976, Ebba Seindenfaden, uma jovem dinamarquesa, bela, culta e inteligente, sensível, cosmopolita. Divorciada de um português (Vasco Abecassis), com dois filhos, descendia de uma família nórdica com ligações à imprensa e à literatura, sendo conhecida por Snu Abecassis.
Foi Natália Correia quem lhe apresentou Snu, a dinamarquesa sócia fundadora da editora Dom Quixote, a editora da poetisa que um dia lha descreveu: «É uma princesa nórdica num esquife de gelo à espera que venha o príncipe encantado dar-lhe o beijo de fogo.» E acrescentou: «Esse príncipe encantado é você. Porque ela é a mulher da sua vida!»
Possuíam ambos um grande sentido de humor, partilhavam o gosto pela música clássica e pela pintura. Ele encontrou nela a paz de espírito, a tranquilidade e uma força vital para o seu ardor político. Isso tornou-o um homem mais alegre e confiante.
Francisco Sá Carneiro foi um herói romântico que desafiou os princípios da sociedade do seu tempo. Assumiu então em público a relação com a nova companheira por quem se fazia acompanhar nos atos oficiais. Foi uma afronta à velha hipocrisia e ao falso puritanismo portugueses. Ironicamente, o chefe da Direita portuguesa, um católico militante, casado, vivia com uma mulher “ilegítima”. Contra tudo e contra todos, não abdicou do seu amor por Snu. Às razões de Estado e às conveniências prevaleceram as razões do coração.
Um grande amor que duraria quatro anos. Faleceram ambos na noite de 4 de dezembro de 1980, em circunstâncias trágicas e nunca completamente esclarecidas, quando o avião no qual seguiam se despenhou em Camarate, pouco depois da descolagem do aeroporto de Lisboa, quando se dirigiam ao Porto para participar num comício.

Sobre CHRYS CHRYSTELLO

Chrys Chrystello jornalista, tradutor e presidente da direção da AICL
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