Em junho e julho de 2021 li com imenso gosto “Nova Relação de Bordo”, de Cristóvão de Aguiar. Esta obra faz a contracapa com a foto do escritor, a preto e branco, excelente, diga-se, da autoria de Luís Monte.

“Nova Relação de Bordo”, tal como Cristóvão de Aguiar a define, é um “diário ou nem tanto ou talvez muito mais”. Alguns apontamentos diários deram-me bastante trabalho, obrigando-me a releituras após catar o dicionário, e, vezes sem conta, desejei uma coruja, sábia, que me descortinasse metáforas para mim impenetráveis.

“Nova Relação de Bordo” traz para o leitor a tertúlia de Cristóvão de Aguiar em Coimbra, apontamentos biográficos de amigos como Miguel Torga e Paulo Quintela, o rolar da vida nos Estados Unidos da América, que o autor visita amiúde, extratos de cartas recebidas, Vitorino Nemésio, a ilha de São Miguel, a Montanha da ilha do Pico, a escrita corrosiva e impiedosa que derruba figurões que atuam em domínios diversos da nação.

Tenho a certeza que é uma desgraça ignorar o grande Cristóvão de Aguiar. Abraços.

(PFig, 30Julho2021);