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NÃO HÁ VESTÍGIOS DE HUMANOS NOS AÇORES ANTES DA CHEGADA DOS PORTUGUESES? parece haver

Tem sido recorrente ouvir, dos mesmos do costume, que não existe qualquer evidência de ocupação pré-portuguesa nos Açores. Pois bem, à esquerda não temos imagens de nada, pois não existe coisa nenhuma, à direita temos exemplos do resto do mundo. Na primeira comparação temos uma estrutura escavada na rocha que, pelos vistos, não é nada. Na segunda temos um columbário etrusco na Toscânia. Na segunda comparação, à esquerda, apenas um monte de pedra, à direita uma pirâmide atribuída à cultura Guanche, em Guimar. Na terceira comparação, à esquerda, apenas um rasto de carros de bois e à direita vias feitas pelo homem no lV milénio a.C. em Malta. Na última comparação, à esquerda, temos uma cancela para fechar não se sabe o quê, à direita uma âncora do ll milénio a.C encontrada em Cascais.
A ciência só pode ser feita com factos, não com opiniões, por isso vamos a factos.
A comparação tipológica, ou seja, a existência de coisas semelhantes pode indicar-nos uma lógica de comportamentos, nomeadamente nos tipos de construção. Como podemos observar nas imagens existem coisas semelhantes. Por esse mesmo motivo, analisaram-se os achados de diversas formas:
Tipologia
1- Columbário das Lajes semelhante a columbários etruscos
2- Relheiras dos Açores semelhantes às relheiras de Malta, Turquia e Sardenha
3- Maroiços do Pico semelhantes às Pirâmides de Guimar
4- Ancoras de pedra semelhantes às existentes pelo mediterrâneo, datadas do ll milénio a.C.
Datações por Carbono14
1- Mosquito fossilizado dentro de uma pia esculpida na Grota do Medo (950 anos)
2- Material orgânico embutido nas Relheiras da Passagem das Bestas (1000 anos)
3- Carvão encontrado no interior de um maroiço (pelo menos 500 anos)
Datação por estratigrafia
1- Relheiras da Passagem das Bestas soterradas pela camada de cinza referente à erupção do vulcão do Pico Alto (1000 anos)
2- Registo de fungos relacionados com atividade humana, nos sedimentos do fundo da Lagoa das Sete Cidades e da Lagoa do Peixinho (700 anos)
3- Datação, nas relheiras, por plácico, composto de óxido de ferro, óxido de manganês e matéria orgânica deixado pela água (1000 anos)
Uma coincidência é uma coincidência, um conjunto de coincidências não é coincidência, é um padrão. Existem as estruturas, existem datações e existem exemplos semelhantes datados. É, no mínimo, surreal dizer-se que nada existe porque “não existem arqueólogos credenciados” a estudar o assunto, o que por si também é falso, pois não se entende o que significa “credenciados”, visto que existem dois Doutorados e um Mestre na área. A Arqueologia é transdisciplinar e por este mesmo motivo foram recolhidos dados através da Química, Geologia, Física, Arquitetura, Biologia e Ecologia. A Arqueologia não se reduz à escavação. É também, no mínimo, surreal que a única coisa que quem se opõe aos factos diz é: Não existe nada, porque essa é a minha opinião.
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