Quem passeia na avenida marginal não consegue ignorar as ruínas das galerias da Calheta Pero de Teive. São caixotes de cimento, ocos por dentro, deixados ao abandono,semi-edifícios resultantes de um processo de construção nunca terminado.

A Calheta Pero de Teive é um lugar com uma forte simbologia histórica, marcado pelos processos de desenvolvimento urbanístico da cidade dePonta Delgada. Uma zona que no passado era mar e entretanto foi aterrada. Neste momento, este espaço público está concessionado e fala-se na construção de mais um hotel de grande dimensão (para se juntar aos outros 4 existentes na avenida marginal).

Os edifícios já cresceram, e voltaram a diminuir, mas fica a marca impossível de ignorar do betão que toma conta daquele que já foi mar e rocha. No meio das incertezas sobre como e quando os edifícios voltarão a crescer, é certo que os planos para a zona não vão ao encontro das necessidades e desejos da população micaelense, que comprometem qualquer tentativa de promover um desenvolvimento urbanístico ambientalmente sustentável e que desrespeitam a memória coletiva e a simbologia deste espaço tão importante para quem habita a cidade de Ponta Delgada.

E o mais desejado primeiro prémio, um fim de semana no inesquecível Monte Palace, é para Clarisse Canha! Muitos parabéns e que passe uma excelente estadia!!

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