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715. o sabor amargo dos dias 19.8.2020 chrys chrystello
ó mar salgado que assomas à varanda dos dias
bebo nas tuas ondas memórias antigas
ninfas e sereias, amores de verão
alterosos como as marés vivas de agosto
leio na tua espuma cartas infindas
que nenhum carteiro entregou no destino
envelhecer é saber abrir as gaiolas da vida
libertar todos os pássaros aprisionados
afagar asas que já não voam
deixar a imaginação subir aos céus
e usar a vida como um drone
observar cumes conquistados
navegar em deltas tranquilos
mergulhar em felizes fugazes fogos