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541. joana félix poeta feliz que não-fénix 27 março 2012
joana caminhava nas negras areias
carregava a pesada cruz
dos sapatos do pai
não deixava pegadas
na leveza do seu ser
era onda era maré
maremoto de palavras
figura gentil e frágil
caravela de mil descobertas
escrevia amor
nas entrelinhas do pai
acordou e era poeta
na leveza do seu ser
por mérito próprio
nascera de novo
joana de mil sorrisos
porto de mil abrigos
cais de mil partidas
estas as palavras que eu disse
e joana se fez livro e partiu
à descoberta do mundo
que era seu como o infinito
neste rio sem margens
nascido na praia com aban
trazia nos cabelos a brisa do mar
e nos lábios as cerejas geladas do japão
dizia que depois de escritas as palavras tinham vida
mas ainda não tinha aprendido a vivê-las
com os anjos que habitam na terra