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1. autonomias nominais (moinhos, junho 2013)
“para saberes quem te governa descobre quem não podes criticar” voltaire
hoje acordei
sem voz
sem mãos
sem pés
sem coração.
habito nove ilhas de mil cores
num fiasco de autonomia
de pobreza sem alegria
arquipélago de mil autores
na independência poucos confiam
em busca de subvenções porfiam
submissos e acomodados
pobres e despreocupados
perenes servos enfeudados
ingénuos sempre explorados
melhor é ficar mudo e quedo
viver do esmoler subsídio
na eterna espera de godot
ou de mandela ainda no presídio
assim se explicam os açores
ilhas de mil e uma dores
2. autonomias açorianas (moinhos, ago 2015)
a independência é o fim
último das autonomias
de nada serve criar
sonhos grandiosos
(de independência)
em fundações movediças
mais valera criar
realidades funcionais
(de autonomia)
firmes na instabilidade destes vulcões
de nada serve sonhar
sem lançar alicerces
de cultura e educação
só um povo culto e educado
pode ser libertado
só um povo autónomo
pode ser independentizado