pêsames a yvette centeno

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Mestres
Fazer escola é isto
Pode ser uma imagem de 4 pessoas, pessoas em pé e interiores
Há uns anos, numa ida ao Hot Clube, enquanto os músicos tocavam, um senhor alto, elegante, já de certa idade, estava de pé em frente ao palco, tendo numa mão um tablet e o “Público” e na outra a bengala em que se apoiava. E enquanto os músicos tocavam, este senhor perguntava a um deles, o seu filho Pedro, se aquele sax era novo, dizia-lhe que soava bem, e combinava uma boleia a seguir ao concerto. O senhor chama-se Bernardo Moreira, Binau, como era carinhosamente tratado, e essa foi a primeira vez que o vi assim de perto. Depois, conheci três dos seus filhos, o Bernardo, o João e o Pedro, e fui sabendo um pouco mais sobre o Binau, que veio para Lisboa porque, apesar dos tempos sombrios da ditadura, era o sítio onde ainda era possível ouvir música ao vivo, sobre o papel que o Hot Clube, do qual foi fundador, teve na divulgação e no ensino do jazz em todo o país, sobre o facto de continuar a dar aulas de História do Jazz no Hot e de continuar a estudar teoria musical e a tocar contrabaixo. Depois, na primeira edição do LouresJazz, tive o privilégio de participar numa conversa em que o Binau também esteve, e pude testemunhar da sua lucidez na forma de pensar sobre a música, relacionando-a com outras formas de arte e de pensar e ver o mundo. E que bom foi ouvi-lo.
O Binau deixou-nos ontem, e aqui fica um abraço à Yvette Centeno, aos seus filhos, à Márcia, amiga com quem criei a Clave na Mão, e a toda a família.
O jazz português, as gentes da música ficam muito mais pobres..
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