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José Martins Garcia:
DA REDONDEZA DO SENTIR
na humildade vegetal do meu sentir
há bolsas de memória por dizer
e a gorda bátega da Nova Inglaterra
aviva-me o suor colhido em África
afinal tanto sonho tanto espanto
tanta revolução tanta derrota
tantos punhos fechados logo inúteis
para vir acabar americano
chovendo-me «scotch» pela goela abaixo
engulhando ao cheiro verde desta nova chuva
na bolanha onde a vida se me foi
e Portugal apodreceu
(«Temporal», Providence, R.I., 1986)
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Surrealista. Freda Jackson, de 81 años y de Blackburn (Inglaterra), viajó a Benidorm a pasar sus vacaciones en mayo y su recuerdo no ha sido nada grato. La turista inglesa se queja de que su estancia de dos semanas en España ha sido arruinada porque había “demasiados españoles” en su hotel. Jackson ha añadido que los españoles deberían irse a otro lugar en sus vacaciones, según ha informado el Lancashire Telegraph .
La turista tiene problemas de movilidad y ha explicado que en su hotel estaba lleno de españoles “groseros” y que incluso hubo una vez casi la derribaron. “El hotel estaba lleno de turistas españoles y realmente nos pusieron de los nervios porque eran muy groseros”, ha relatado.
El hotel estaba lleno de turistas españoles y realmente nos pusieron de los nervios porque eran muy groseros”
“Una noche un chico español casi me tira volando y se fue sin siquiera disculparse. El entretenimiento en el hotel estaba enfocado y atendido para los españoles, ¿por qué los españoles no pueden ir a otro lugar para sus vacaciones?”.
Jackson viajó con una amiga a Benidorm con la compañía Thomas Cook, que les recomendaron el hotel. Ambas pagaron 1.133 libras esterlinas (1.269 euros) y piden a la agencia de viajes que les hagan un reembolso completo o unas vacaciones gratis. La turista ha estado de vacaciones en Grecia, Turquía, Portugal y Tenerife y ha afirmado que “nunca me he quejado por unas vacaciones anteriormente, pero estas fueron un desastre de principio a fin”.
Nunca me he quejado por unas vacaciones, pero estas fueron un desastre”
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Sala de cuidados intensivos para recém-nascidos com know-how usado nas boxes da Williams
Source: Visão | Hospital chama mecânicos da Fórmula 1 para salvar bebés em risco de vida
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Há tempos fiquei menente[1] quando me disseram que um falecido, na vizinha Lombinha da Maia, pedira para ser enterrado com o seu inseparável telemóvel.
O homem sem pitafe[2] algum viera da Amerca[3], ali da antiga Calafona[4], e queria estar contactável mesmo para lá do grande túnel luminoso.
Qual não foi o meu espanto, num alpardusco[5] de camarça[6], ao transitar pelo cemitério já encerrado a visitas, e ver três pessoas do lado de fora das grades do cemitério falando com alguém e usando os seus telemóveis ou celulares bem encostados ao ouvido. Uma delas, tinha uma mão nas grades e na outra segurava o aparelho.
Não tinha tarelo[7] nenhum. Não querendo ser lambeta[8], interroguei-me “Estaria a falar com o falecido, que nascera empelicado[9]?” Será que o finado atendeu do lado de lá dentro do seu caixão de mogno envolto na “Stars and Stripes” à prova de leiva[10] ou continuaria na sua eterna Madorna[11]? Teria acendido um palhito[12]para ver quem lhe ligava?
De que falariam? Que mexericos trocavam? Lamentar-se-iam da falta que lhes fazia ou estariam a queixar-se da carestia de vida? Que palavras trocariam que não tivessem já comunicado? Que faltara dizer?
Estariam a queixar-se da sorte caipora[13] dos herdeiros ou a culpá-los pela caltraçada[14] criada pelo inexistente testamento? Teriam sido vizinhos de ao pé da porta[15]? Falariam do gado alfeiro[16] sem touro de cobrição?
Talvez dum derriço duma filha numa constante arredouça[17], às fiúzes[18] do namorado da cidade? Eu ia ficar a nove[19] mas tratando-se de gente rural podia augurar que os vaqueiros se preocupassem mais com subsídios e vacas.
Não devem escalar grandes cumes culturais ou espirituais. Pressuponho ser esse o jaez da conversação. Não creio que pedissem aconselhamento para as eleições legislativas dali a seis semanas nem tampouco lamentassem a falta delas.
Quem sabe que lastimavam? Falariam, talvez, de mordomos, impérios e festas que isso, sim, seria assunto da maior relevância local, que o melhor da festa é esperar por ela, mas mais apropriado para se discutir à mesa, sem ninguém a atramoçar[20], com uns calzins[21] de abafado[22] até se ficar meio piteiro[23].
Uma pessoa interroga-se sobre a possibilidade de duração infinita das baterias do aparelho no esquife.
Seria a solução para tantos escritores e outros que se separam dos leitores sem tempo de dizerem um último adeus, escreverem a última frase de um livro, acenarem com um novo projeto ou retificarem qualquer coisinha.
Seria a forma inédita de poderem continuar a comunicar com aqueles que ficam facilmente órfãos de autores que os acompanharam nesta digressão terrena.
Admiro-me que as companhias de telecomunicação não tenham inventado uma bateria de longa duração que não precise de ser carregada debaixo de terra e permita acesso ilimitado, a troco de uma conveniente taxa vitalícia, aos que os deixaram já no meio duma amizade, dum amor, duma relação, duma paixão.
Seria, decerto, um êxito comercial se viesse com a possibilidade de personalização do aparelho. Quem sabe o que se evitaria de dores incompletas, de saudades por mitigar, de conversas inacabadas? Novos planos poderiam surgir em operadoras de telemóveis.
Um tema a merecer estudos futuros…[24]”
[1] Menente, espantado, estupefacto (São Miguel)
[2] Pitafe, defeito, atribuído quer a pessoas, quer a objetos. Nódoa na reputação.
[3] Amerca, corruptela de América, ou Nova Inglaterra por oposição ao outro grande polo de emigração, a Califórnia
[4] Calafona, Califórnia, na estropiação dos emigrantes de antigamente
[5] Alpardusco, o mesmo que alpardo, crepúsculo, lusco-fusco (São Miguel)
[6] Camarça, tempo húmido (São Miguel)
[7] Tarelo, juízo, tino (São Miguel)
[8] Lambeta, intrometido (São Jorge)
[9] Empelicado diz-se de pessoa afortunada, usado na frase nascer empelicado (Terceira)
[10] Leiva, designação dada a formações de musgo de várias espécies Sphagnum, abundante na parte alta das ilhas. No Corvo é o musgo, nas Flores musgão, no Faial tufos. Nome da urze, Calluna vulgaris, usada em S. Miguel na preparação do solo das estufas dos ananases.
[11] Madorna, sono leve, sonolência, torpor
[12] Palhito, o mesmo que fósforo (Terceira)
[13] Caipora, de qualidade inferior, reles. Sorte caipora: que pouca sorte, sorte maldita (São Miguel)
[14] Caltraçada, confusão, mixórdia, trapalhada
[15] Vizinho do pé da porta, o mesmo que vizinho do portal da porta, que mora nas redondezas de uma casa (vizinho de ao pé da porta em São Miguel)
[16] Alfeiro, gado bovino que não dá leite, por exemplo de uma vaca que não apanhou boi, e que, por isso, não dá leite. Gado alfeiro sem touro de cobrição (in Cristóvão de Aguiar)
[17] Arredouça, confusão, desordem
[18] Fiúzes (São Miguel) ou às fiúzas de, à custa de, viver à custa de outrem (Terceira)
[19] Ficar a nove, não entender nada do que ouviu.
[20] Atramoçar, aborrecer, interferir com, maçar (in Cristóvão de Aguiar) (São Miguel)
[21] Calzins, pequeno copo, geralmente destinado a beber aguardente ou bebidas finas
[22] Abafado, O vinho abafado é um vinho tradicional dos Açores, constituindo uma tradição na costa norte de São Miguel, onde a abundância de pomares e a produção frutícola excedentária é frequentemente aproveitada para a feitura de licores, vinhos abafados e compotas. No caso dos vinhos abafados, trata-se de um género vinícola com elevado teor alcoólico cuja fermentação é interrompida através da adição de aguardente ou álcool, permanecendo mais ou menos doce (uma vez que o açúcar natural da uva não se transformou em álcool). Transformação licorosa do típico vinho de cheiro micaelense. O abafado é considerado o vinho do Porto dos Açores, em resultado de um processo de laboração que dispensa o recurso a corantes ou conservantes. (São Miguel)
[23] Piteiro, aquele que bebe muito (Terceira, Flores)
[24] (texto revisto por e dedicado ao Dr. J. M. Soares de Barcelos, autor de Dicionário dos Falares dos Açores (ed. Almedina 2008), por me fazer sentir menos estrangeiro
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https://community.computingatschool.org.uk/resources/5376/single
A Coreia do Sul criou este recurso excepcionalmente interessante e útil para o ensino secundário. Nestes materiais, o nosso Ministério de Educação encontrará oportunidades excelentes para aprender como se fazem as coisas. E não, não é essencialmente com supostos pedagogos que elas se fazem. (Link cortesia Antonio Camara)