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Um texto escrito por uma Médica, honestíssimo, exacto, com saber concreto da situação e com a coragem que hoje em dia só as mulheres têm.
Da Dra Margarida Abreu, Médica
A resposta emotiva dos seres humanos ao medo torna-os irracionais e leva-os a tomar atitudes profundamente prejudiciais, ao próprio e aos outros.
O que nos distingue dos outros animais que habitam este nosso planeta, não é o medo, mas sim a inteligência.
É ela que nos leva a observar os factos, a interpretá-los e a aprender com eles.
É ela que nos leva a olhar para um problema e tentar perceber qual é a melhor maneira de o resolver.
É ela que nos permite aprender com os erros para que, em circunstâncias semelhantes, não voltemos a repeti-los.
É essa mesma inteligência a responsável pelo nosso bom senso.
Já o medo, leva-nos a atitudes irreflectidas, irracionais, paralisantes, muito mais prejudiciais do que benéficas.
Foi o medo que, ao longo da história da humanidade, levou seres humanos a queimarem vivos outros seres humanos em fogueiras.
Foi o medo que levou pessoas a emparedarem vivas outras pessoas.
Foi o medo que levou filhos a delatarem os pais, irmãos a delatarem irmãos, amigos a delatarem amigos.
Foi o medo que impediu muitas sociedades de evoluírem e levou outras, inclusive, a retrocederem na sua liberdade e na sua prosperidade.
Já devíamos ter aprendido que a disseminação do medo e do terror é uma má estratégia, paralisa e anula os seres humanos de serem aquilo que são: seres inteligentes, sociais, afectuosos, compassivos.
Infelizmente, a estratégia de disseminação do terror começou por aquela que deveria ser, supostamente, a organização mundial que zelaria pela nossa saúde e pelo nosso bem-estar.
E quase todos os países, submissos a um único mandante, subservientemente, fizeram o que lhes foi mandado fazer. Todos, com uma única excepção, obedeceram à OMS.
Mesmo havendo uma variedade enorme de países pelo mundo, com realidades socio-económico-culturais e sanitárias completamente diferentes. Todos cederam ao medo e todos impuseram o medo.
A história da humanidade e todos os erros cometidos em países e culturas submetidas ao terror, foram completamente irrelevantes.
O percurso deste caminho trouxe-nos até onde nos encontramos agora.
Seres humanos paralisados pelo medo, incapazes de pensar, com as suas personalidades totalmente anuladas, famílias separadas ou desfeitas, amigos contra amigos, desemprego, abandono, infelicidade, infância e adolescência perdidas, a nossa essência como seres humanos destruída.
E porquê? Porque há uma doença nova. Porque há a C0vI9.
Mas ela justificará tudo isto?
Vamos então aos factos, aos pontos nos ii.
Vamos à verdadeira realidade e não à realidade perversa que os media passam diariamente e que a DGS passa, sub-repticiamente, com o seu boletim diário de uma única doença e de uns únicos mortos.
Lamento muito que a nossa DGS, autoridade máxima nacional com o dever de zelar pela nossa saúde como um povo, seja a principal responsável em Portugal, pela manutenção do medo e do terror contribuindo, activamente, para a percepção distorcida que a população tem da realidade.
Ponto 1.
Desde o dia 1 de Janeiro de 2020 até ao dia 31 de Outubro de 2020 faleceram em Portugal 100.107 indivíduos (vide: sic mortalidade) dos quais 2.507 com C0vI9 ou seja faleceram cerca de 39 vezes mais pessoas com outras doenças do que com C0vI9.
Mas, quem ouça o boletim diário da DGS percepciona que em Portugal só há uma doença mortal, a C0vi9.
E a situação é de tal maneira que os nossos políticos homenageiam os mortos com C0vid9 dando a entender, de forma perversa, que estes são muito mais que os outros quando são, até agora, cerca de 2,5% de todos os falecidos em Portugal durante o ano de 2020.
E lá fica, novamente, a população convencida de que em Portugal só se morre de C0vi9
Quando um número ou uma frase são retirados do seu contexto, transmite-se a informação que se quer e não o que verdadeiramente se passa.
A título de exemplo, a 31 de Outubro de 2020 faleceram em Portugal 369 pessoas, das quais 39 com C0vI9.
Ou seja, do total de óbitos ocorridos nesse dia, cerca de 10% foram com C0vidI9 e cerca de 90% foram com outras doenças.
Mas, mais uma vez, ao falar-se apenas dos falecidos com C0vid19 continua a dar-se a entender à população que não há outras mortes.
Caímos na situação absurda das pessoas fugirem de consultas, exames e tratamentos necessários para doenças que realmente têm e que precisam ser tratadas e controladas, com medo duma doença que poderão nunca vir a ter e que, quando presente, para a grande maioria da população é uma doença benigna.
Parecemos aquelas multidões assustadas em fuga dum estádio de futebol que, do evento que as assustou, morre muito pouca gente, mas a fugir, atropeladas umas por cima das outras, morrem centenas.
Ponto 2.
Das 369 pessoas falecidas a 31 de Outubro, 329 tinham 65 anos ou mais e 40 tinham menos de 65 anos.
Dos que faleceram com Covid19, 9 tinham entre 60 e 80 anos e 30 tinham mais de 80 anos.
No mundo real o ser humano não vive até aos 200 anos.
No mundo real a doença e a morte fazem parte da vida.
No mundo real a esperança media de vida, em Portugal é de 83,5 anos para as mulheres e de 78 anos para os homens, com uma média global de 80,9 anos.
Tal significa que as pessoas vivem, em média, até essas idades.
Fazer da morte, nessas faixas etárias, uma notícia como se se tratasse duma aberração da natureza, não é viver no mundo em que todos vivemos, é viver num mundo utópico e imaginário.
A morte é uma fatalidade e é um evento triste, deixando saudade nos que ficam. Mas é um evento inerente à condição humana.
O ser humano, por muito que isso o desgoste, é mortal.
Negar essa realidade é contribuir para a destruição da sociedade, pois na tentativa de evitar a morte a todo o custo, estamos todos a enterrarmo-nos em vida.
Convenceram-nos de que podíamos impedir a progressão dum vírus respiratório, nós, que não podemos parar de respirar.
A divulgação repetida diariamente do número de mortos duma determinada causa é perversa e constitui, do meu ponto de vista, um crime mantido de violência psicológica grave, com efeitos completamente sobreponíveis aos verificados na violência psicológica exercida sobre idosos ou sobre outros seres humanos.
Tal violência pública e diária tinha de ser parada já.
E já vamos tarde.
Nunca anunciámos o número de mortos diários com AVCs, enfartes, pneumonias, cancros, SIDA, ou qualquer outra causa (e que como já descrito acima são quase 40 vezes mais do que com Covid19).
Nunca contámos, anunciando diariamente, o número de novas pessoas com estas enfermidades.
E fazíamos bem.
Este tipo de dados servem para estudos da saúde das populações.
Nunca, até este ano, foram utilizados para disseminar o terror e o medo nas pessoas.
Ponto 3.
A taxa de letalidade (percentagem de óbitos de C0vid19 em relação ao número de casos confirmados), não pára de diminuir desde Abril.
A taxa de letalidade a 30 de Abril era de 4%.
A taxa de letalidade a 31 de Outubro era de 1,77%.
Mas, também disto, ninguém fala ou anuncia.
A doença atinge mais pessoas, mas em relação às pessoas atingidas, a percentagem de pessoas que falece é menos de metade do que em Abril.
Ponto 4.
A doença é uma doença maioritariamente benigna.
– 96,6% dos chamados «casos confirmados» encontram-se em recuperação em casa.
– 3,4% encontram-se em ambiente hospitalar, em que 2,9% estão em enfermaria e 0.5 % em UCI.
Para qualquer professor uma nota de 96,6% num teste é uma muito boa nota.
Sei que estamos a falar duma doença e não duma nota num teste, mas não deixa de nos dar uma ideia de como a doença se comporta para a grande maioria das pessoas.
E 96,6% estão a recuperar em casa, não porque o seu quadro clínico os obrigue a estar em casa, mas a C0vid19 é uma doença que a OMS obrigou a isolamento domiciliário.
Muitas destas pessoas, não têm mais que perda de olfacto, uma constipação ou tosse.
Uma situação que, em nenhuma outra altura da história da humanidade, obrigou ninguém a faltar à escola ou ao trabalho.
De referir que muitos dos chamados «casos confirmados» de doença que testam positivo para o Sarscov2, testando posteriormente negativo ao fim de 14 ou mais dias, nunca apresentam, durante todo esse tempo, doença propriamente dita.
Nada, zero sintomas.
Inacreditavelmente, «casos confirmados de doença» sem nunca sequer estarem doentes…
A perversão que a OMS instituiu no actual exercício da medicina é impressionante.
Considera casos confirmados duma doença, baseando-se apenas no resultado positivo dum teste que não consegue identificar, com certeza, o que está a testar, sendo completamente indiferente para esta definição, se a pessoa esteve realmente doente ou não.
E a mesma OMS determinou que todos os que testem positivo estão proibidos de sair de casa enquanto o mesmo teste se mantiver positivo, sendo indiferente se, algures durante todo aquele tempo, adoeceram realmente.
Também a estratégia de «testar, testar, testar» foi difundida pela mesma OMS, aquela que deveria zelar por nós e que é a grande responsável por nos encontrarmos na situação em que nos encontramos.
Pois essa estratégia, profundamente perversa, iniciou esquemas de utilização abusiva dum teste não inventado para o efeito, em indivíduos assintomáticos, que puderam a partir do teste positivo serem considerados doentes, sem apresentarem qualquer sintoma de doença.
Indivíduos esses que passaram a ser obrigados ao isolamento domiciliário, bem como os seus contactos.
Algo nunca visto.
E assim se mandaram (e continuam a mandar) dezenas, centenas de pessoas para casa, sem estarem doentes, muitas delas sem nunca virem a estar, à espera que os dias passem, encarcerados na própria casa.
Como se a nossa vida não fosse muito curta para nos podermos dar ao luxo de a podermos desperdiçar assim.
E assim se fecham serviços de hospitais, urgências de centros de saúde, balcões bancários, salas de creche, salas de aula, empresas e por aí fora, doa a quem doer.
E assim se privam pessoas da sua liberdade, como se a liberdade fosse um bem supérfluo e dispensável, daqueles que não fazem falta a ninguém.
Como se ser livre fosse um luxo e não um direito fundamental que a todos nos assiste quando nascemos e que, só deveria poder ser retirado perante um tal crime que cometêssemos, que um tribunal assim o ordenasse.
Como se ser livre não fosse uma condição necessária e imprescindível para se ser feliz.
E assim, mais uma vez o medo faz mais estragos e mata mais do que o evento que o desencadeou.
Ponto 5.
Mas o que mais me custa são as crianças.
Já tivemos doenças terríveis, associadas a mortalidade infantil elevada, como era o caso do sarampo, da difteria, da tosse convulsa, entre outras, e nem assim o mundo parou.
A C0vid19 praticamente não afecta crianças e aquelas que adoecem têm uma doença equivalente ou até menos grave que a gripe.
E nós, por causa do nosso medo, por causa dessa ideia utópica de que poderemos ser imortais se fizermos determinadas medidas, estamos a destruir a infância das nossas crianças, a torná-las seres humanos, que ainda agora estão no início da sua vida, em seres humanos traumatizados, amedrontados, assustados, sem alegria de viver.
Estamos a privar os nossos adolescentes do convívio saudável da juventude, com os seus grupos de amigos, com as experiências do primeiro namoro.
A partir dos 18 anos somos adultos para o resto da vida, mas só temos 18 anos para sermos crianças e para sermos jovens adolescentes.
Privarmos os nossos filhos disso é privá-los duma experiência única e impossível de repetir mais tarde na vida.
Podemos, inclusive, estar a contribuir para a destruição da sua felicidade a longo prazo.
O que nos distingue dos outros animais é a inteligência e com a inteligência vem o bom senso.
Vivamos as nossas vidas, como sempre até aqui.
Consciencializemo-nos que para morrer desta ou de qualquer outra doença ou situação, basta estarmos vivos.
E já era assim antes da Covid19 existir e continuará a ser sempre assim.
Por isso temos obrigação de cultivar os afetos e a união.
Por isso temos obrigação de cuidar dos nossos: nossos filhos, nossos pais, nossos avós, nossa família, nossos amigos.
Corremos riscos, mas a vida é um risco.
Foi sempre na adversidade que as pessoas se uniram para cuidarem umas das outras, para ultrapassarem obstáculos.
E agora, na adversidade, mandam separar-nos e encararmo-nos a todos como potenciais inimigos.
É contra toda a essência do ser humano.
Continuar, obstinadamente, neste caminho que tem trazido tanta infelicidade e destruição é, do meu ponto de vista, falta de inteligência.
Sim, há uma doença nova, grave e mortal para alguns.
Também há muitas doenças velhas, também elas graves e mortais para muitos.
E existimos todos nós e toda a vida que há em nós.
A continuar assim, não passaremos de mortos vivos.
Dra Margarida Abreu
Médica
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