os imbecis de geração espontânea

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POSTAL DO DIA
Os imbecis parecem nascer de geração espontânea.
1.
Quando andava no liceu, talvez no sétimo ou oitavo ano, a malta escolheu o Barralhões para delegado de turma.
O tipo era impagável.
Tirava as caricas com a boca, dizia o abecedário com arrotos, insultava os professores, queimava as pestanas e dizia-se mestre na mui nobre arte dos linguados o que ninguém conseguiu comprovar.
Era um provocador, mas um bocadinho cobarde e totalmente misógino, o que ele ou nós não sabíamos pois não conhecíamos o conceito.
2.
Quase 40 anos depois, nas várias escolas dos meus filhos e enteados, a tradição manteve-se firme.
Os delegados de turma (felizmente com exceções) continuam a ser eleitos entre os idiotas.
Ou, se preferirem entre os “muita malucos”, os “muita cool”, os “muita maus” ou os “muita cromos”.
3.
Neste tempo em que estamos, com homens tresloucados que têm o poder efetivo de magoar o mundo, percebemos que há cada vez mais pessoas que não crescem verdadeiramente.
Continuam a ser o que eram no liceu quando elegiam o palhaço de serviço.
E continuam a achar que os bons alunos são chatos e lambe botas, que os miúdos que têm convicções sociais ou políticas são uns comunas, que os que leem precisam de levar na cabeça para ver se vão ao lugar, que quem não é como eles deve ser corrido à biqueirada.
Nos liceus estes imbecis incomodam.
Mas depois quando crescem incomodam ainda mais.
Porque são o que eram mais o ressentimento de terem tido vidas de merda porque o seu talento e conhecimento não davam para mais.
Mas como continuaram a achar que o mundo precisa deles, mais das suas ideias, acham-se traídos pelo sistema e pela supremacia cultural marxista – seja isso o que for.
São latagões com uma idade mental de 14 anos e uma ignorância atrevida, mas com um enorme ressentimento que os faz perigosos.
4.
Foi também sobre isso que ontem escrevi.
Sobre a Mónica…
… mas também
sobre a necessidade de questionamento, de exigência, de problematização.
Sobre a necessidade absoluta de colocarmos tudo em causa… a começar pela democracia que existe.
Se a democracia que temos não for repensada acabará por morrer às mãos dos que não param de crescer – há muito tempo que sei (sabemos) que as ervas daninhas crescem muito mais depressa do que as outras.
E os imbecis parecem nascer de geração espontânea.
Gente que se infantilizou e que recusa qualquer tema que seja muito complicado ou ponha em causa o “sim ou o não”, “o branco ou o preto”, “a verdade ou a mentira”.
Gente que cresceu, mas que vive como se continuasse no liceu a fazer tudo para estar o mais divertido possível.
A por na linha os que não pensam como eles ou a fazer bullying aos mais frágeis.
LO
(da página do FaceBook de Luís Osório).
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