O PARADOXO DA TOLERÂNCIA

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Image may contain: text that says "PARADOXO TOLERÂNCIA PELO FILOSOFO KARL POPPER* ASOCIEDADE TOLERANTEDEVE INTOL LERÂNCIA? NÃO QUER MAIS TOLERANCIA? RESPEITEM MINHAS IDEIAS PARADOXO, RESPOSTA ÉNÃO. LIMITADA PODEL EVAR QUANDO ESTENDEMOSA TOLERÂNCIAPARAAQUELE TOLERAM ABERTAMENTE.. DESAPARECIMENTO TOLERÂNCIA. VAMOS DA CHANCE ERANTES ACABAM SENDO ATOLERÂNCIACOMELES UALQUERMOVIMENTOPREGANDO PERSEGUI RMAIS PARADOXAL QUESEJA, DEFENDER ATOLERÂNCIA. EXIGE ERARO INTOLERANTE *Fonte: Open Society Enemies Popper Tradução AGANISTAS COM/PICTOLINE"
A Vida Breve

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O PARADOXO DA TOLERÂNCIA
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“O chamado “paradoxo da liberdade” é o argumento de que a liberdade, no sentido de ausência de todo o controlo coercivo, vai levar a uma restrição enorme, pois vai deixar os opressores livres para escravizarem os pacíficos. Esta ideia é, de uma forma ligeiramente diversa e com uma direcção muito diferente, claramente expressa em Platão.
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Menos conhecido é o “paradoxo da tolerância”: a tolerância ilimitada conduzirá ao desaparecimento da tolerância. Se estendermos a tolerância ilimitada mesmo àqueles que são intolerantes, se não estivermos preparados para defender uma sociedade tolerante contra os ataques dos intolerantes, então, os tolerantes vão ser destruídos e, com eles, a tolerância. Nesta formulação, não insinuo, por exemplo, que devamos suprimir sempre a expressão de filosofias intolerantes; desde que possamos combatê-las com argumentos racionais e mantê-las sob o controlo da opinião pública, a supressão não seria, seguramente. acertada. Devemos, porém, reivindicar o “direito” de suprimi-las, se necessário, mesmo pela força; pois pode facilmente resultar que não estejam preparadas para chegar ao nível do argumento racional, mas que comecem por condenar todos os argumentos; podem proibir os seguidores de atender a argumentos racionais, por serem enganosos, e ensiná-los a responder a argumentos com os punhos ou armas. Devemos, pois, reivindicar, em nome da tolerância, o direito de não tolerar o intolerante. Devemos alegar que qualquer movimento que prega a intolerância se coloca fora da lei e devemos considerar o incitamento à intolerância e à perseguição como criminosos, do mesmo modo que devíamos considerar criminosos o incitamento ao assassínio, ou ao sequestro, ou ao regresso ao comércio de escravos.”
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— KARL POPPER (Viena, 28 de Julho de 1902 — Londres, 17 de Setembro de 1994), filósofo e professor austro-britânico, nascido numa família judia convertida ao cristianismo, in “The Open Society and Its Enemies“ (1945), Vol. 1, Notes to the Chapters: Ch. 7, Note 4, que traduzimos.
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A obra encontra-se publicada entre nós, em dois volumes, pelas Edições 70: “A Sociedade Aberta e os Seus Inimigos”.
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Nas imagens:
Karl Popper, em dois momentos da sua vida, e uma esquematização do paradoxo da tolerância.