o coronavírus já cansa

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O coronavírus já cansa

Posted: 09 Mar 2020 08:43 PM PDT

Acima, cabeçalho da página online da TSF, seguida dos apontamentos da atualidade quase ao minuto acerca do coronavírus em Portugal e do mundo. Já podemos dizer que o tema está a levar-nos à exaustão. Notamos isso mesmo, o cansaço, nos semblantes de todos nós. A preocupação é demasiada para conseguir esconder-se nos sorrisos amarelos que transportamos como uma máscara de carnaval que esquecemos de tirar na efeméride recentemente passada. Devido a esse mesmo cansaço sobre o tema, a doença global, a pandemia que invade largos milhares e que vai deixando escapar muitos mais (até agora) deixamos aqui no PG o acesso aos “relatos” na TSF.

Ali, aqui, em todos os locais de informação, o coronavírus está presente. Siga e entenda no original que postamos à sua disposição O último de dia 9 e o primeiro de dia 10. Quantos dias faltam para o resto da vida tão ativa deste vírus que nos acossa? Vá-se lá saber. (PG)

Leia mais AQUI, na TSF ou noutro portal de informação.

10 mar 00:00

Nuno Guedes

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Qual é a segunda tragédia do coronavírus?

Posted: 09 Mar 2020 07:55 PM PDT

Pedro Tadeu | TSF | opinião

A epidemia do coronavírus é uma espécie de revelador da fotografia de doenças da sociedade do nosso tempo, dos males que afetam a forma como os homens e as mulheres do século XXI se relacionam e reagem coletivamente aos eventos do planeta.

A primeira doença social que podemos detetar através do coronavírus é o estado de medo permanente em que vivemos.

Com a capacidade que nas sociedades desenvolvidas temos de aceder a informação instantânea, seja na rádio, na TV ou na Internet, e com a repetição exaustiva e simultânea que todos os órgãos de comunicação social fazem dos mesmos assuntos que, por sua vez, são comentados e distribuídos em massa pelas pessoas que usam as redes sociais, somos permanentemente conduzidos a temer um cataclismo mundial.

Se a Coreia do Norte testa um míssil, ficamos com medo que venha aí a guerra nuclear; se às praias do sul da Europa chegam uns milhares de refugiados muçulmanos, ficamos com medo do fim da civilização cristã; se Donald Trump ameaça fazer guerra económica à China, ficamos com medo do colapso da economia mundial; se o número de incêndios e a sua dimensão cresce por causa das alterações climáticas, tememos que o fim do mundo esteja já aí à porta.

O medo do coronavírus é, no seu mecanismo de expansão do pânico global, um fenómeno semelhante a muitos outros que hoje em dia fazem parte do nosso dia-a-dia e cujos efeitos me parecem ser muito perigosos.

Num extremo este medo pode provocar reações coletivas irracionais, histéricas e, até, violentas comas as notícias de hoje sobre a revolta nas prisões em Itália exemplificam.

No outro extremo, o constante medo global pode inocular uma espécie de anestesia nas populações que as leve a ficar indiferentes a tanto alarmismo. Esta indiferença, esta eventual dormência perigosa faz lembrar a fábula do Pedro e o lobo, a história do miúdo travesso que tantas vezes alertou, falsamente, a população de uma aldeia que o lobo a ia atacar que, quando os seus gritos de aviso foram verdadeiros, ninguém acreditou.

A segunda doença social que o coronavírus mais uma vez nos mostra é a dependência em que se sustenta mas que, nestas alturas, envenena toda a economia global: as bolsas e o petróleo.

Sempre que há um destes fenómenos globais e o pânico tende a ser generalizado, imediatamente estes dois suportes da economia mundial entram em oscilações de preços de tal maneira brutais que põem em risco a vida quotidiana em muitos países.

É sempre a mesma coisa: fossem nas crises da Coreia, de Trump com a China, dos refugiados ou dos incêndios ou outra qualquer, imediatamente os corretores de bolsa dão milhares de milhões de ordens de compra e venda de ações, transacionadas em segundos, capazes de arruinar empresas, destruir postos de trabalho ou, contraditoriamente, fazer fortunas milionárias de uma hora para a outra. É tudo tão rápido que ninguém tem tempo para se prevenir.

E sempre que estas oscilações na bolsa acontecem, a atividade económica tende a desacelerar, as indústrias e as pessoas consomem menos combustíveis e o preço do petróleo cai a pique.

O petróleo, do qual, apesar do advento das energias alternativas, na verdade continuamos dependentes, é a fonte principal de riqueza de muitos países e quando desce violentamente de preço nestes ciclos, atira milhões de pessoas para a miséria.

Quando, passado mais um período de medo global, a economia recupera, o preço do petróleo volta a subir, quase sempre até níveis escandalosos, recuperando o vício da dependência do ouro negro nos países produtores, que não diversificam a sua economia, mas também nos países consumidores que não aceleram a diversificação da fontes de energia que usam para produzir e distribuir os produtos que fabricam ou comercializam.

Estas duas doenças do mundo atual – o pânico constante e esta espécie de toxicodependência coletiva nas bolsas e nos petróleos – eliminam os esforços de planeamento e de gestão prudente dos governos de todo o mundo, mesmo dos bons governos, bem como das empresas e dos indivíduos, por ser impossível ter capacidade de reação a esta montanha russa de eventos, amplificados pela comunicação global e que iniciam uma cadeia de fenómenos económicos regressivos.

Esta excitação permanente parece estar a levar-nos para uma depressão psicológica coletiva, que nos leva a tomar más decisões, numa catadupa estúpida que temos de aprender a conter.

Com o coronavírus já percebemos que, este ano, para além da tragédia das mortes provocadas pela doença, vamos ter a tragédia de milhões de pessoas e empresas que vão entrar em colapso financeiro, muitos países vão crescer menos do que esperavam. Numa sociedade mais serena, mais racional e mais solidária, esta segunda tragédia do coronavírus seria muito menor.

One thought on “o coronavírus já cansa

  1. QUEM JA ERA DEPRESSIVO CONTINUA OU AUMENTA.
    TEMOS DE GERIR COM PRECAUÇÃO MAS COM CONSCIÊNCIA. FAZER TUDO O QUE ESTÁ NA NOSSA MÃO PARA EVITAR QUE A EPIDEMIA TOME CONTA DE NÓS E DOS QUE CONNOSCO CONTACTAM.DEPOIS SERÁ O QUE DEUS QUISER.

    ERA EVIDENTE QUE O USO DA MÁSCARA É ACONSELHÁVEL. ALÉM DE COLOCAR OS NEURÔNIOS A FUNCIONAR VEMOS QUE OS PAISES, QUE HÁ MAIS TEMPO LIDAM COM ESTA “PRAGA”, AS USAM.

    REALMENTE O MUNDO TAMBÉM TEM AMEAÇAS SOFISTICADAS .
    DAR EXEMPLO E MELHORAR O NOSSO PENSAR E ACTUAR SERÁ UMA VACINA !

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