NOTÍCIAS PÁGINA GLOBAL

Views: 0

PÁGINA GLOBAL

A estrada para a guerra

Posted: 19 Apr 2021 11:33 AM PDT

Sonja van den Ende* | OneWorld

Os europeus ocidentais mal estão recebendo qualquer informação sobre a situação muito perigosa que surgiu. Semelhanças podem ser vistas com a Segunda Guerra Mundial e a guerra híbrida, que estão a ponto de se transformar em uma guerra europeia ou mundial que pode começar em breve na Ucrânia.

The Road To War – Defender Europe 2021

O armamento da NATO contra a Rússia está a dar frutos: o perigo de guerra aumenta aos trancos e barrancos, a propaganda avança a toda a velocidade. No sudeste da Europa, o jogo está “esquentando”. Cerca de 28.000 soldados, entre eles 10.000 da OTAN, farão o chamado ‘exercício’ contra a Rússia. Os EUA estão retirando suas tropas do Afeganistão, não pelos afegãos, mas pela guerra que se aproxima com a Rússia. O ponto de discussão é sobre a Ucrânia, que sofreu um golpe de estado em 2014 pelos EUA e UE. Joe Biden e seu filho participaram do golpe e do caso de lavagem de dinheiro do Burisma. Victoria Nuland , que está novamente no governo de Biden, foi uma das instigadoras do golpe, junto com John McCain (+), fundador do ISIS Joe Biden (Presidente ilegal dos EUA), e os membros da UE Hans van Baalen (parlamentar holandês da UE) e Guy Verhofstadt (ex-primeiro ministro belga e parlamentar da UE), patrocinado pela Fundação Sociedade Aberta de George Soros .

O Defender Europe 2021 não foi realmente mencionado nas declarações feitas depois que o Secretário de Defesa dos EUA, Lloyd James Austin III, falou com o Ministro da Defesa alemão, Annegret Kramp Karenbauerrecentemente. A manobra ou os jogos de guerra serão o maior exercício militar denominado na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Em maio (provavelmente o início da guerra ou, pelo menos, questões de segurança e pequenos combates), quatro grandes exercícios terão lugar em doze países da UE. Em um dos chamados exercícios, mais de 5.000 soldados de onze países se espalharão pela Europa para exercícios de fogo real.

De 6 a 28 de maio de 2021, grandes comboios do Exército dos EUA passarão pela Alemanha. Durante os chamados exercícios dos EUA, a Alemanha se tornará o centro logístico devido à sua localização geoestratégica perto da Ucrânia, o coração da Europa, por assim dizer. Recentemente, a Alemanha mudou sua lei, exigindo toques de recolher noturnos para a chamada pandemia, que também é necessária para os comboios, que podem passar pela Alemanha durante o toque de recolher. De acordo com as estatísticas alemãs, o foco da pandemia é a Alemanha Oriental, na fronteira com a Polônia, a estrada exata para os comboios. O Bundeslander Oriental tem uma população baixa, aldeias isoladas com uma infraestrutura ruim, mas é claro uma ‘Autobahnen’ muito sofisticada. A Alemanha, que teve uma péssima experiência na 2ª Guerra Mundial com os russos, perdeu, graças a Deus por isso, mais uma vez quer enfrentar a Rússia. O caso da propaganda Navalny foi jogado na Alemanha. Ele é um suposto membro da oposição que tem talvez 2 ou 3% de apoio na Rússia. O escândalo do gás Nord Stream II, que se tornou um jogo geopolítico, também é perigoso!

 

O caso do burisma ucraniano e outro hack

Em janeiro de 2020, a pouco conhecida empresa de TI AREA-1 Security, de origem americana, publicou um breve relatório sobre como hackers tentaram obter acesso a computadores da empresa ucraniana de gás Burisma. A Rússia foi considerada responsável pelo ataque cibernético. A evidência completa foi, como de costume, fabricada, e apenas os hackers que falam russo tiveram que necessariamente colocar Hunter Biden em perigo para que ele fosse visto como um hack russo. Na Ucrânia, porém, muitas pessoas falam russo. Por que eles tiveram que hackear e desacreditar os computadores Burisma? Claro, porque o filho de Joe Biden estava envolvido nisso e o filho de um candidato à presidência dos Estados Unidos não podia ser culpado por receber dinheiro do governo ucraniano.

Oren Falcowitz , o CEO da AREA-1, foi um doador e consultor de segurança cibernética para a campanha presidencial de Joe Biden. Anteriormente, ele foi funcionário da NSA. Além disso, ele é o diretor de pesquisa e desenvolvimento de John Morgan, um democrata e membro do Senado do Estado de New Hampshire (23º eleitorado) e anteriormente membro do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Infelizmente, nenhum dos “melhores jornalistas” da América prestou atenção a este caso, mas é claro que o jornalismo está morto e se transformou em propaganda estatal nos EUA e na Europa.

O fato é que toda a história do hack do Burisma aconteceu na véspera do impeachment de Trump no Senado dos EUA e os democratas precisavam urgentemente apresentar novas “evidências” do conluio do presidente dos EUA com a Rússia. Toda uma operação foi desenvolvida para provar isso. Mas, como sabemos agora, não funcionou. O Senado considerou todas as suspeitas contra Trump, na época, irrelevantes. Agora, os EUA e quase todos os países da UE estão demitindo diplomatas russos pelo chamado hack no Burisma, a intromissão eleitoral nas eleições americanas e os chamados acidentes que aconteceram devido a hacks da Rússia. Muitos desses casos não foram comprovados, mas são um caminho para a guerra híbrida, que pode levar a uma guerra real!

Preparação da Rússia para a guerra

O prefeito da cidade russa de Cherepovets emitiu um decreto para designar os locais onde as vítimas “urgentes” deveriam ser enterradas em tempos de guerra. A cidade está localizada a cerca de 375 quilômetros de Moscou, a 800 quilômetros da fronteira com a Ucrânia e a cerca de 600 quilômetros dos países da OTAN, Estônia e Letônia. No entanto, esta não é a única cidade ou preparações feitas em toda a Rússia. As pessoas estão preparadas para a guerra com os EUA e a Europa. Como em Jeljna, cidade de honra , onde ocorreu uma grande batalha em 1941. Tenho certeza de que muitas outras cidades ou lugares na Rússia ao redor da Ucrânia estão preparados, mas a Europa está preparada? Sim, a OTAN está preparada, mas não para a proteção de civis, que vivem sob fortes fechamentos e restrições nunca vistas antes. Mesmo durante a Segunda Guerra Mundial, as pessoas podiam sair às ruas nos países ocupados.

A propaganda está a todo vapor, a tentativa de assinato contra o líder da Bielo-Rússia, Lukasheko, as sanções, a expulsão de diplomatas russos, o exagero de Navalny (ele está morrendo, dizem) e o aumento de tropas na Europa, apenas para exercícios, eles dizem. Nos próximos dias e semanas experimentaremos mais propaganda, tentativas de assisinatos, a continuação da guerra híbrida e, acima de tudo, muitas mentiras e muita propaganda.

*Sonjavan den Ende — jornalista independente

ONEWORLD

Organizações contra violações dos Direitos Humanos na Polónia

Posted: 19 Apr 2021 11:01 AM PDT

Várias organizações da sociedade civil internacionais apelaram esta segunda-feira para uma “ação rápida e eficaz” da presidência portuguesa do Conselho da UE para combater a “deterioração do Estado de Direito e dos direitos fundamentais” na Polónia.

Numa carta aberta endereçada aos ministros dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e do Trabalho, Ana Mendes Godinho, e à secretária de Estado para os Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias, bem como ao embaixador de Portugal junto da União Europeia (UE), Nuno Brito, mais de uma centena de organizações apela à presidência portuguesa para que “realize urgentemente uma audição com o Governo polaco” no sentido de analisar a situação do Estado de Direito e dos direitos fundamentais naquele país.

“Estamos seriamente preocupados com o facto de a falta de ação por parte do Conselho de ter dado poderes ao Governo polaco para continuar a prosseguir políticas que minam gravemente o Estado de Direito e afetam os direitos fundamentais das pessoas na Polónia”, sublinham as organizações.

Em causa está a independência judicial, que as organizações assumem estar a “deteriorar-se”, apontando que “os juízes na Polónia têm enfrentado processos disciplinares arbitrários por criticarem reformas judiciais problemáticas e submeterem casos para decisões preliminares ao Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE)”.

 

Já no passado dia 31 de março, a Comissão Europeia avançou para o TJUE contra a Polónia por considerar que “a lei polaca sobre o poder judicial mina a independência dos juízes polacos e é incompatível com o direito da UE”.

Na mesma carta, as organizações alertam para as “violações dos direitos da mulher”, lembrando que, em janeiro passado, já “durante a presidência portuguesa” do Conselho da UE, “o Governo polaco publicou a decisão do Tribunal Constitucional politicamente comprometido de outubro de 2020, invalidando a constitucionalidade do acesso ao aborto por ‘defeito fetal grave e irreversível ou doença incurável que ameace a vida do feto'”.

A implementação desta lei “corre o risco de prejudicar gravemente os direitos das mulheres e o aceso à saúde e aos direitos sexuais e reprodutivos” e “conduz a violações de direitos protegidos pelo direito internacional e europeu dos direitos humanos”, como “o direito à liberdade da tortura ou tratamento ou punição cruel”, indicam as organizações.

As organizações manifestam-se ainda “preocupadas” com a possibilidade de “o mesmo tribunal politicamente comprometido que invalidou a constitucionalidade do acesso ao aborto” decidir também “a retirada da Polónia da Convenção do Conselho da Europa para a Prevenção e Combate à Violência contra as Mulheres e à Violência Doméstica (Convenção de Istambul)”, decisão que já foi tomada pela Turquia no mês passado.

Sobre esta questão, o Governo polaco garantiu, numa mensagem enviada durante a Conferência da presidência portuguesa sobre a Convenção de Istambul, no passado dia 6, que “não tem estado a desenvolver ações” que visem a sua retirada deste tratado pan-europeu sobre violência contra mulheres.

Face a estas declarações, as organizações pedem ao Governo polaco que se comprometa a “não se retirar da Convenção e a implementá-la plenamente”.

“Igualmente preocupante é o facto de o governo polaco continuar a visar organizações e ativistas dos direitos das mulheres, cujo direito ao protesto pacífico sem medo de violência ou represálias tem sido violado através de campanhas difamatórias, negação sistemática de financiamento e brutalidade policial apoiada pelo governo”, lê-se na carta.

Face a “estes desenvolvimentos alarmantes”, as organizações exigem “uma resposta urgente e séria por parte do Conselho” da UE, manifestando-se “profundamente desapontadas pelo facto de o Conselho não ter realizado qualquer audiência sobre o Estado de Direito na UE desde setembro de 2018”, o que pode “conduzir a uma maior erosão dos direitos fundamentais”, alertaram.

Entre as dezenas de organizações internacionais que assinaram esta carta, contam-se 25 portuguesas, entre outras, a Associação para o Planeamento da Família, a Liga Portuguesa dos Direitos Humanos, a Associação ILGA Portugal e a Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres.

Notícias ao Minuto | Lusa | Imagem: © Getty Images

Covid-19 | África com mais 235 mortos e 9.029 infetados nas últimas 24 horas

Posted: 19 Apr 2021 10:40 AM PDT

África registou mais 235 mortes associadas à covid-19 nas últimas 24 horas, para um total de 117.890 desde o início da pandemia, e 9.029 novos casos de infeção, segundo os dados oficiais mais recentes no continente.

De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), o número total de infetados nos 55 Estados-membros da organização é de 4.428.486 e o de recuperados da doença nas últimas 24 horas é de 7.218, para um total de 3.966.193 desde o início da pandemia.

A África Austral continua a ser região mais afetada, registando 1.942.829 infetados e 61.282 mortos associados ao contágio com a doença. Nesta região, a África do Sul, o país mais atingido pela covid-19 no continente, regista 1.566.769 casos e 53.736 mortes.

O Norte de África é a segunda zona mais atingida, com 1.317.699 infetados e 37.999 vítimas mortais.

 

A África Oriental contabiliza 571.253 infeções e 10.361 mortos, enquanto na África Ocidental o número de infeções é de 450.186 e o de mortes ascende a 5.918. A África Central contabiliza 146.519 casos de infeção e 2.330 óbitos.

O Egito, que é o segundo país africano com mais vítimas mortais, a seguir à África do Sul, regista 12.738 mortes e 216.334 infetados, seguindo-se a Tunísia, com 9.783 óbitos e 285.490 casos de infeção. Marrocos regista 505.811 casos de infeção e 8.945 mortes associadas à covid-19.

Entre os países mais afetados estão também a Argélia, com 3.155 mortos e 119.550 infetados, e a Etiópia, com 3.370 vítimas mortais e 242.028 infeções.

Em relação aos países de língua oficial portuguesa, Moçambique regista 798 mortes e 69.203 casos, seguindo-se Angola (561 óbitos e 24.839 casos de infeção), Cabo Verde (192 mortos e 20.466 casos), Guiné Equatorial (106 óbitos e 7.259 casos), Guiné-Bissau (66 mortos e 3.712 casos) e São Tomé e Príncipe (35 mortos e 2.271 casos).

O primeiro caso de covid-19 em África surgiu no Egito, em 14 de fevereiro de 2020, e a Nigéria foi o primeiro país da África subsaariana a registar casos de infeção, em 28 de fevereiro.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.011.975 mortos no mundo, resultantes de mais de 140,6 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Notícias ao Minuto | Lusa | Imagem: © Lusa

Cabo Verde | MpD proclama vitória nas eleições legislativas

Posted: 19 Apr 2021 10:16 AM PDT

Com o resultado, Ulisses Correia e Silva deverá ser reconduzido ao cargo de primeiro-ministro. Presidente do PAICV, Janira Hopffer Almada, pedirá demissão após derrota: “Penso que na política é preciso ser coerente”.

O Movimento para a Democracia (MpD) renovou o mandato nas eleições legislativas realizadas este domingo (18.04), segundo os resultados provisórios oficiais. Apurados mais de 98% dos votos, o partido lidera a votação global, com 49% – o equivalente a 109.376 votos e 36 deputados confirmados.

A hora do fecho desta reportagem faltavam apurar três dos 72 mandatos, mas tudo aponta que o MpD conseguirá dois – um no círculo da América, o outro no círculo da Europa e Resto do Mundo. O terceiro deverá ficar com o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) no círculo da Europa.

O MpD deve garantir a maioria absoluta, tendencialmente com 38 deputados. O PAICV ficará com 30, e a União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID) com quatro assentos no Parlamento.

O presidente do MpD, Ulisses Correia e Silva – que será reconduzido ao cargo de primeiro-ministro – disse que esta foi “uma vitória de Cabo Verde” num contexto difícil de pandemia de Covid-19 e três seca severa.

“Conseguimos com os cabo-verdianos dar a volta e estamos aqui para continuar um bom trabalho, colocar Cabo Verde no caminho seguro para o desenvolvimento”, comemorou.

 

Prioridades do Governo

No discurso de vitória, Ulisses Correia e Silva traçou como prioridade imediata a massificação da vacinação contra Covid-19, visando atingir mais de 70% da população até final do ano. “Vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para que isso se concretize. É a porta de esperança e o melhor instrumento para o combate à doença”, disse.

A segunda grande prioridade para o novo mandado, segundo Ulisses Correia, é eliminar a pobreza extrema em Cabo Verde.

“Eu não tenho dúvidas de que iremos conseguir essa meta com programas muito assertivos. Não só de retoma do crescimento económico, mas de proteção e apoio social”, disse.

O líder do MpD também apontou o dedo ao PAICV, o principal partido da oposição. ‘Houve perdedores. Os que fizeram da política a forma de ataque não ao Governo nem ao MpD, mas ataque ao país. [Fizeram] política de terra queimada, uma oposição pouco contributiva, negacionista e muito negativa”.

Pedirá demissão

Analisando os resultados, a presidente do PAICV, Janira Hopffer Almada, anunciou que vai pedir demissão da liderança do partido.

“Penso que na política é preciso ser-se coerente e consequente. Retiro consequências políticas dos resultados destas eleições. Por isso, nos próximos dias, apresentarei a minha demissão como presidente do PAICV aos órgãos do partido”, anuncia Almada.

Em relação à legislatura cessante, a UCID sobe de três para quatro deputados no Parlamento, o que para o seu presidente, António Monteiro, é uma vitória “na medida em que os objetivos que o partido colocou eram nobres e interessantes”.

Monteiro salienta, porém, que o partido entende “que o país precisava de um novo rumo”.

Quanto as restantes forças políticas – Partido do Trabalho e Solidariedade (PTS), Partido Popular (PP) e Partido Social Democrático (PSD) não atingiram sequer 1% de votos cada.

Nélio dos Santos (Praia) | Deutsche Welle

Angola | Chuvas torrenciais voltam a matar e a provocar caos em Luanda

Posted: 19 Apr 2021 10:06 AM PDT

A capital angolana voltou hoje a ser fustigada por fortes chuvas. Os resultados: sete mortos, inundações, estradas intransitáveis, desabamento de pontes e famílias ao relento.

Segundo dados provisórios avançados à TV Zimbo, de Angola, por Faustino Miguéns, porta-voz do Serviço de Proteção Civil e Bombeiros registam-se sete mortos, incluindo uma adolescente de 13 anos e duas crianças de 6 e 7 anos, no município do Cazenga, devido ao desabamento do muro de uma casa.

No município de Luanda, junto ao bairro do porto pesqueiro, um outro muro de uma habitação provocou a morte de duas crianças de 3 anos.

Mãe e filha, de 38 e 15 anos, morreram eletrocutadas no município do Kilamba Kiaxi, acrescentou Faustino Miguéns, sublinhando a necessidade de aquisição de mais meios para acudir aos problemas na cidade de Luanda.

Vários munícipes partilharam nas redes sociais vídeos de estradas e casas alagadas, algumas com os habitantes no topo do telhado, bem como pontes em risco e viaturas praticamente submersas.

A chuva impediu também a circulação dos transportes públicos em várias zonas de Luanda, pelo que muitas pessoas não conseguiram aceder aos seus empregos.

Em declarações à Radio Nacional Angola, Faustino Miguéns confirmou o registo de várias ruas alagadas que criaram dificuldades à passagem de pessoas e de viaturas desde as primeiras horas da manhã.

 

Levantamento de anos e apelos

As comissões municipais de proteção civil estão a fazer o levantamento dos danos causados pelas chuvas, adiantou o mesmo responsável, apelando aos automobilistas que redobrem as atenções nas estradas e pedindo maior vigilância sobre as crianças e cuidados no contacto com a corrente elétrica “para evitar os casos de eletrocussão e afogamento que se têm verificado neste período”.

Faustino Miguéns afirmou ainda que houve um aumento substancial do nível de água em valas de drenagem e bacias de contenção das águas pluviais, as quais muitas transbordaram para a via pública.

Chuvas, acompanhadas de trovoadas, estão previstas na província de Luanda nos próximos três dias, acrescentou o porta-voz dos bombeiros.

Deutsche Welle | Lusa

Angola | Polícia confirma detenção de manifestantes, mas diz que já foram soltos

Posted: 19 Apr 2021 09:59 AM PDT

A polícia angolana confirma que deteve três na sequência dos protestos de estudantes, em Luanda, contra a subida de propinas e emolumentos nas instituições de ensino. Mas garante que “já foram soltos”.

A informação foi transmitida à imprensa pelo porta-voz do Comando Provincial da Polícia em Luanda, inspetor-chefe Nestor Goubel, que disse que os efetivos da polícia agiram para “repor os pressupostos acordados” com os organizadores sobre o percurso da marcha.

“Os manifestantes quiseram descer para a Mutamba e, claro, que não foi o que se havia acordado no encontro que tivemos com os promotores da manifestação, razão pela qual ficámos ali naquele desentendimento”, afirmou o oficial da polícia.

Segundo Nestor Goubel, a polícia estava apenas a “impor” a autoridade “perante este incumprimento”. Por isso, acrescentou, foram detidos “três indivíduos e levados à esquadra, mas já foram liberados”.

 

Tiros e gás lacrimogéneo

Neste sábado (17.04), a polícia angolana dispersou com tiros e lançamento de gás lacrimogéneo a manifestação de estudantes, promovida pelo Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA), em protesto contra a subida de propinas e emolumentos nas instituições de ensino, uma marcha que começou de forma pacífica.

Mais de 250 estudantes e membros da sociedade civil responderam afirmativamente ao apelo do MEA e concentraram-se no Largo das Heroínas.

Sob olhar e proteção policial, a marcha teve início pontualmente as 13h (hora local) e com palavras de ordem como “a educação é um direito e não deve ser vendida” e “não matem o sonho da juventude, estudar é um direito”, os manifestantes percorreram a avenida Ho Chi Min.

Com várias paragens ao longo do percurso, a marcha contornou o largo 1º de Maio, mas foi à entrada da rua Nicolau Gomes Spencer que os ânimos dos manifestantes se alteraram uma vez que uns pretendiam marchar até à sede do Ministério das Finanças e outros até ao Largo dos Ministérios, a quinhentos metros onde seria lido um “manifesto”.

Tensão

Com a tensão a crescer, a polícia reforçou o efetivo no local, com agentes da polícia de intervenção rápida e da brigada canina, e os estudantes romperam o primeiro cordão policial, mas não conseguiram transpor o segundo cordão.

“Insatisfeitos” pela alteração do percurso da marcha, a polícia ainda tentou apaziguar os ânimos, mas acabou por dispersar os manifestantes com tiros e gás lacrimogéneo causando “pânico” aos manifestantes e transeuntes.

O presidente do MEA, Francisco Teixeira afirmou que, entre os manifestantes, houve “alguns feridos” e confirmou que os detidos “já foram soltos”.

“Não percebemos como é que mesmo depois de termos chegado ao Largo dos Ministérios ainda assim a polícia veio por cima de nós e nos bateu”, lamentou o líder associativo.

O porta-voz da polícia, na capital angolana, garantiu, contudo, que “não houve qualquer ferido”.

Deutsche Welle | Lusa

Moçambique | Exército abate 41 insurgentes em confrontos após Palma

Posted: 19 Apr 2021 09:44 AM PDT

As Forças governamentais moçambicanas abateram 41 insurgentes entre 28 e 30 de março, na sequência dos confrontos que se seguiram ao ataque rebelde do dia 24 à vila de Palma, no norte do país.

Chongo Vidigal, porta-voz das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) no Teatro Operacional Norte, avançou que 37 combatentes do grupo armado que atacou Palma foram contabilizados em vários pontos da vila e quatro foram encontrados há quatro dias numa vala comum, em ações de busca e perseguição aos insurgentes.

“Uma mão mal enterrada de um cadáver chamou-nos a atenção para a existência de uma vala comum onde os terroristas enterraram os seus comparsas, por não os terem conseguido levar consigo durante a fuga, como normalmente o fazem, para não deixarem pistas de baixas”, afirmou Vidigal.

Na mesma vala comum, as Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas descobriram armas enterradas na posse dos “terroristas mortos”, acrescentou.

O porta-voz das FADM no Teatro Operacional Norte adiantou que 150 jovens foram raptados pelos “terroristas” durante a sua incursão a Palma, tendo três conseguido escapar dos raptores.

“Tememos que tantos outros podem ter sido executados por terem resistido juntar-se aos terroristas, em função dos testemunhos que nos chegaram dos três jovens que conseguiram fugir”, declarou Chongo Vidigal.

Palma totalmente recuperada pelas FDS

Vidigal reiterou as garantias que já deu várias vezes à comunicação social de que Palma está totalmente recuperada pelas forças governamentais e que decorrem operações de perseguição aos grupos armados que aterrorizam a província de Cabo Delgado há mais de três anos.

“A vila de Palma está sob domínio efetivo das nossas forças e a vida tende a voltar à normalidade, apesar de isso estar a acontecer timidamente”, frisou o porta-voz.

O regresso tímido da população também se deve ao facto de as estruturas administrativas de Palma ainda não terem voltado e assumido as suas funções.

“Ainda não temos cá o administrador e os diretores distritais e, por isso, a população está a voltar timidamente, mas atividades como o comércio já foram retomadas”, acrescentou.

O ataque de 24 de março a Palma representou a subida da escalada de violência que vem sendo protagonizada por grupos armados na província de Cabo Delgado, porque foi a primeira vez que a vila foi atingida, a cerca de seis quilómetros do complexo em construção para a produção de gás natural pelas multinacionais petrolíferas.

Os ataques provocaram dezenas de mortos e obrigaram à fuga de milhares de residentes de Palma, agravando uma crise humanitária que atinge cerca de 700 mil pessoas na província, segundo as Nações Unidas, desde o início do conflito em 2017, e que provocou a morte de mais de 2.500 mortos, segundo contabilidade feita pela Lusa.

Deutsche Welle | Lusa

Moçambique | Suposto cativeiro de crianças leva populares à revolta na Zambézia

Posted: 19 Apr 2021 09:15 AM PDT

Em Moçambique, um suposto cativeiro de crianças levou populares à revolta na Zambézia. A polícia, entretanto, nega a existência de cativeiro. A DW África ouviu cidadãos no local.

Uma das alegadas vítimas tem 15 anos e informa ter sido sequestrada e mantida em cativeiro. Segundocontou à DW África neste sábado (17.04), escapou graças ao telemóvel que levava nas calças, e isso foi o que permitiu-lhe o envio de uma mensagem telefónica curta.

“Fui transportado de uma motorizada quando então cheguei à loja de um cidadão estrangeiro. Forçaram-me a entrar num local fechado, estranho, e que eu nunca tinha visto. Lá dentro havia outras crianças. [A minha] sorte foi ter tido o telemóvel, com o qual enviei uma mensagem para pedir socorro”, disse.

Tumultos

Na última quinta-feira (15.04) três pessoas terão morrido e 11 ficado feridas na sequência de tumultos no distrito de Alto Molócue, na província da Zambézia, centro de Moçambique, informou neste sábado (17.04) uma fonte policial. O tumulto terá sido originado por informações – que a polícia diz serem falsas – e que dão conta da existência de um cativeiro com crianças raptadas numa residência na vila de Alto Molócue.

Entretanto, uma das testemunhas, que prefere não ser identificada, esteve presente no tumulto da última quinta-feira e disse que o que mais preocupou os familiares do jovem foi uma das mensagens: “Não sei se chegarei amanhã. Acho que hoje estarei morto”.

O fato agravou a situação e, em seguida, familiares e dezenas de populares acorreram em fúria para o local para salvar a vítima.

 

Autoridades desmetem cativeiro

As autoridades policiais, entretanto, desmentem as alegações populares e a existência de cativeiro em que algumas crianças teriam sido encarceradas.

Alguns familiares das vítimas disseram este sábado (17.04) que decidiram evacuar alguns feridos para o Hospital Central de Nampula para cuidados médicos especializados. Acredita-se na possibilidade do suposto cativeiro servir de esconderijo para o tráfico órgãos humanos.

“Um dos miúdos que morreu estava dentro de cativeiro, morreu lá mesmo. Suspeitamos que os mototaxistas aqui em Alto Molócuetambém sejam coniventes, porque descobrimos que uma das pessoas que estava no cativeiro vinha do distrito de Gile e desceu naquela paragem num carro. Em seguida, um mototaxista carregou-no para o local onde viria estar em cativeiro, juntamente com outras crianças, algumas delas a chorarem […]”, disse uma testemunha à DW África.

Ambiente de medo em Alto Molócue

Manuel Txetxema, outra testemunha, informa que o ambiente na vila de Alto Molócue é de medo. “Desde o princípio, eu vi tudo. Primeiro, estavam os polícias de proteção. Depois, veio a Unidade de Intervenção Rápida, muito forte e equipada, e começou a atirar gás lacrimogéneo e a disparar balas reais contra a população. Se as pessoas não tivessem fugido, muitos estariam mortos”, explicou.

Este sábado (17.04), embora haja moradores no local do tumulto violento, algumas vendedeiras e comerciantes de rua decidiram a não sair de casa, porque têm medo. No local, também há sinais de vandalização de alguns estabelecimentos comerciais.

Muitos cidadãos na Zambézia vivem em estado de alerta por causa de casos de sequestros que abalam o país.

Um caso similar ocorreu em 2019, no bairro Acordos de Lusaka, em Quelimane. Na ocasião, um funcionário da educação esteve envolvido num assassinato de uma criança para fins do tráfico de órgãos. O caso continua nas mãos das autoridades judiciais.

Também na última quarta-feira (14.04), outro cidadão foi sequestrado na cidade de Quelimane, segundo a polícia, que ainda procura pistas para encontrar os sequestradores.

Marcelino Mueia (Quelimane) | Deutsche Welle

Imagem: Estabelecimento comercial do cidadão suspeito de manter crianças em cativeiro foi vandalizado por populares

Lisboa defende reforço da componente de paz e segurança da UE com Moçambique

Posted: 19 Apr 2021 08:59 AM PDT

O ministro dos Negócios Estrangeiros português considerou hoje “absolutamente essencial” e “absolutamente urgente” o “reforço da componente de paz e de segurança” na relação UE-Moçambique, após uma reunião com os seus homólogos europeus.

“O reforço da componente de paz e segurança na cooperação bilateral entre a União Europeia (UE) e Moçambique é absolutamente essencial e é absolutamente urgente”, frisou Augusto Santos Silva.

O ministro dos Negócios Estrangeiros falava em conferência de imprensa à saída da reunião dos chefes da diplomacia da UE, que teve lugar por videoconferência e que foi presidida, a partir de Bruxelas, pelo Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Josep Borrell.

Sublinhando que a política externa da UE se “faz em três dimensões complementares” — a “cooperação para o desenvolvimento, ação humanitária e cooperação em matéria de paz e de segurança” –, Augusto Santos Silva sublinhou que as duas primeiras dimensões “já estão em curso”, mas o seu incremento “exige condições de segurança indispensáveis”.

 

Nesse sentido, o chefe da diplomacia portuguesa afirmou que, durante a reunião de hoje, Josep Borrell “suscitou” a questão do processo de decisão uma missão de apoio à formação militar em Moçambique, que originou uma “discussão política”, da qual saíram “duas mensagens essenciais”.

“Primeiro, a necessidade de traduzir a nossa ação concreta, de realizar, de concluir o processo de decisão e de pôr no terreno a nossa missão de apoio. E, a segunda mensagem ainda mais clara, é o sentido de urgência nisto: quanto mais tarde nós intervirmos em apoio a Moçambique no seu combate ao terrorismo, mais forte ficará o terrorismo. Portanto, teremos de intervir o mais cedo possível, o mais rapidamente possível”, apontou.

Relembrando que os representantes permanentes dos Estados-membros junto da UE “já endossaram, no final do passado mês de março, o documento político de enquadramento político da abordagem da UE a esta dimensão de segurança no seu relacionamento com Moçambique”, Augusto Santos Silva disse que estão agora em curso “as consultas aos grupos técnicos especializados”.

“Foi, portanto, decisivo que neste Conselho de Negócios Estrangeiros, tivesse havido este debate e tivesse havido esta pronúncia dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE em favor da rapidez na decisão sobre uma missão de apoio à formação e ao treino de tropas moçambicanas para que a componente de paz e de segurança da nossa cooperação com Moçambique seja devidamente reforçada”, sublinhou.

Frisando que a missão em questão se fará “em contacto estreito com as autoridades moçambicanas”, o ministro dos Negócios Estrangeiros referiu que, tanto numa carta que a chefe da diplomacia moçambicana, Verónica Macamo, endereçou a Josep Borrell em setembro, como numa deslocação que Augusto Santos Silva fez a Moçambique em janeiro, ficou claro que Moçambique “estava muito interessado em que esse reforço se materializasse através de um apoio, para além de logístico, em formação e treino militar”.

“Portanto, nunca esteve em questão, nem está em questão, a presença de tropas estrangeiras em território moçambicano para efeito de combate às redes terroristas que operam, infelizmente, em Cabo Delgado. Sempre esteve, e está em questão, a possibilidade de se materializar esse incremento da cooperação na área da segurança através de uma missão não executiva dirigida a formação e treino militar de tropas especiais moçambicanas”, sublinhou.

Questionado sobre quando é que essa missão de formação e treino militar poderá ser concretizada, Augusto Santos Silva disse que está em curso “um processo de decisão interno à UE que costuma demorar o seu tempo”, mas reiterou o seu “caráter de urgência”.

“Habitualmente, o lançamento de uma operação não executiva de formação e treino na UE leva muitos meses, é necessário, neste caso, que leve poucos meses, leva muitas semanas, é necessário que, neste caso, leve poucas semanas, e é para isso que nós estamos a trabalhar”, referiu.

Grupos armados aterrorizam Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo ‘jihadista ‘ Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2.500 mortes, segundo contas feitas pela Lusa, e 700.000 mil deslocados, de acordo com as Nações Unidas.

O mais recente ataque foi feito em 24 de março contra a vila de Palma, provocando dezenas de mortos e feridos, num balanço ainda em curso.

As autoridades moçambicanas recuperaram o controlo da vila, mas o ataque levou a petrolífera Total a abandonar por tempo indeterminado o recinto do projeto de gás com início de produção previsto para 2024 e no qual estão ancoradas muitas das expetativas de crescimento económico de Moçambique na próxima década.

Visão | Lusa

“A discriminação contra os mais velhos na pandemia fez aumentar as mortes”

Posted: 19 Apr 2021 08:44 AM PDT

Entrevista

Fundadora do Oxford Institute of Population Ageing, Sarah Harper fala ao DN sobre as principais mudanças e os desafios de uma sociedade a envelhecer, o que não afeta só os mais velhos. E diz que o preconceito de idade ficou evidente na reação à pandemia.

Sarah Harper é professora de Gerontologia na Universidade de Oxford, em Inglaterra, e uma das vozes mais reconhecidas a nível global sobre as matérias do envelhecimento e alterações demográficas.

Foi uma das convidadas do Fórum do Envelhecimento Saudável, coorganizado pela Universidade de Coimbra e pela Embaixada do Reino Unido em Portugal, e respondeu ao DN, por escrito, a algumas questões, desde o papel das migrações às alterações trazidas pela tecnologia ou o impacto esperado no mercado de trabalho. A britânica sublinha a necessidade de repensar os sistemas de segurança social e defende que a pandemia deixou evidente a discriminação contra os mais velhos.

Começo por recuperar o título de um dos seus livros: Como as Alterações Demográficas Vão Transformar o Mundo. Que principais mudanças prevê numa sociedade a envelhecer?

Uma questão-chave é se devemos esperar que haja uma convergência entre a evolução demográfica e a evolução socioeconómica dos países e qual o papel que a migração deve desempenhar neste processo. À medida que caem as restrições ao movimento de pessoas e de capital financeiro em todo o mundo, a mudança demográfica torna-se uma força potente para mudanças na economia global. Mas exatamente como essas mudanças acontecerão é algo de que se conhece ainda pouco. Grandes alterações na distribuição etária das populações podem afetar os padrões de poupança de cada país e os fluxos de capital internacional, especialmente entre os mundos mais e menos desenvolvidos. A procura por profissionais de saúde e assistência social em países mais desenvolvidos já tem vindo a aumentar e deve aumentar ainda mais, ao mesmo tempo que a oferta de trabalhadores jovens ficará mais restrita. As implicações para os sistemas de segurança social dos países “exportadores” e “importadores” de mão-de-obra são consideráveis.

 

Segundo a ONU, até 2030 a população com mais de 65 anos corresponderá a 22% no Reino Unido e 27% em Portugal – podendo chegar a 37% até 2080 em Portugal, um dos países mais envelhecidos. São dados preocupantes?

Envelhecer numa sociedade com uma maioria de pessoas velhas é diferente de envelhecer numa sociedade em que a maioria das pessoas são jovens. O debate gerontológico precisa de ser desviado de um foco exclusivo nas pessoas idosas, per se, e reconhecer que as mudanças etárias estruturais que estão a ocorrer têm implicações para todas as gerações. As pessoas não apenas vivem mais, mas também vivem dentro de populações que estão a envelhecer. Em países demograficamente jovens, há altas proporções de indivíduos economicamente ativos que podem produzir a riqueza necessária para sustentar dependentes, velhos e jovens. No entanto, essas sociedades também podem não dedicar muita atenção ao bem-estar dos idosos, pois estes representam uma pequena minoria da população em geral. Poroutro lado, em países demograficamente mais idosos há uma proporção menor de indivíduos economicamente ativos e, portanto, a responsabilidade de sustentar a dependência na velhice pode recair cada vez mais sobre os próprios idosos. É importante que sejam desenvolvidas políticas que apoiem uma abordagem multifacetada do envelhecimento da população.

As mudanças etárias estruturais que estão a ocorrer têm implicações para todas as gerações

Uma área-chave deste debate diz respeito ao impacto do envelhecimento da população no chamado contrato social entre gerações. É uma ameaça aos sistemas de segurança social?

Os decisores políticos precisam de repensar o funcionamento das instituições que distribuem os recursos e apoios sociais. Precisamos de equacionar quais os ajustes que terão de ser feitos nestes sistemas sociais para enfrentar um futuro sustentado em índices de baixa mortalidade e baixa fertilidade. As alterações de políticas necessárias para financiar as necessidades suplementares de populações mais longevas e menos férteis apresenta claramente grandes desafios de alocação e distribuição de recursos. Por exemplo, enquanto indivíduos, podemos ser obrigados a reconsiderar a forma como consumimos e canalizamos recursos aos longo das diferentes fases da nossa vida; enquanto sociedade, coletivamente, temos que decidir como distribuir o fardo do ajustamento às mudanças demográficas ao longo das diferentes etapas de vida de uma geração, mas também no relacionamento entre as diferentes gerações. Contudo, as previsões atuais sobre a longevidade podem revelar-se até muito conservadoras, devido, por exemplo, à velocidade do avanço tecnológico na biomedicina. Ou, pelo contrário, revelarem-se muito otimistas, devido a questões de saúde emergentes como o aumento da prevalência de obesidade. Por isso, os cenários extremos que temos de considerar incluem tanto a possibilidade de a biomedicina capacitar as crianças de hoje a permanecerem saudáveis até para lá dos 100 anos, como também a possibilidade de a esperança de vida delas vir a ser menor do que a dos seus pais.

Que impacto estas alterações podem ter no mercado de trabalho? Teremos pessoas a trabalhar cada vez até mais tarde?

O mercado de trabalho enfrentará tanto uma crescente escassez de competências como uma grande proporção de trabalhadores mais velhos, levando à necessidade de adaptação para formar e reter os trabalhadores mais velhos. Os novos padrões de trabalho vão exigir cada vez mais flexibilidade aos trabalhadores. É provável ainda que o lar, a nossa casa, venha a desenvolver-se como um local de trabalho, de educação e de saúde, como temos visto nesta pandemia. Temos de pensar como a organização do trabalho pode ser mais bem adaptada a uma nova estrutura etária da sociedade; por exemplo, perceber como se pode alcançar um equilíbrio entre a flexibilidade e a segurança no trabalho, para os pais poderem criar os seus filhos, mas também continuarem a formar-se e a atualizar competências para o mercado de trabalho. As sociedades vão ter de decidir qual é o equilíbrio adequado entre investir na educação infantil e na educação dos adultos, que precisarão de formação ao longo da vida. As interrogações em aberto são muitas.

Os novos padrões de trabalho vão exigir cada vez mais flexibilidade aos trabalhadores. E é provável que o lar, a nossa casa, venha a desenvolver-se como um local de trabalho, de educação e de saúde.

As disrupções previstas acarretam um grande risco económico para as sociedades. Como mitigar isso?

Grande parte das preocupações em torno do desafio económico surge da previsão de que as futuras forças de trabalho serão não só mais velhas como menos produtivas e menos inovadoras, e também de que uma população mais velha consumirá menos. Ora, ambos os fatores acarretam consequências negativas para as economias. No entanto, por outro lado, pelo menos nas economias avançadas, novas faixas de população altamente educadas, qualificadas e cada vez mais saudáveis ​​estão a chegar à idade tradicional de reforma e permanecem ativas no mercado de trabalho e na vida económica – produzindo, consumindo e pagando impostos. Existem claramente desafios enormes pela frente, mas também oportunidades reais trazidas por uma sociedade mais madura. Por exemplo: forças de trabalho mais flexíveis e inclusivas, integrando diferentes gerações; maior equidade geracional; sociedades inclusivas e politicamente estáveis. Essas são potenciais vantagens de uma sociedade mais madura. De resto, o crescimento de sociedades em que a maioria das pessoas vivem uma vida longa, saudável e ativa pode ser um dos maiores sucessos do século XXI.

Quais as principais ameaças a um envelhecimento saudável das populações?

Há um crescente reconhecimento da interação entre fatores como idade, predisposições genéticas e vários tipos de riscos que se prolongam no tempo e que, em conjunto, contribuem para aumentar a probabilidade de doença e de esta ocorrer mais cedo ou mais tarde na vida. As doenças degenerativas crónicas são hoje as principais causas de morte no mundo desenvolvido. Alguns fatores de risco, como a hipertensão e a obesidade, por exemplo, têm associado um risco de mortalidade frequentemente maior com a idade. Entretanto, a obesidade surgiu como um fator de risco para patologias como diabetes, doenças cardiovasculares e alguns tipos de cancro, e o aumento da prevalência de obesidade pode ter um impacto suficientemente grande para parar ou inverter as atuais tendências de aumento da esperança de vida. Outros riscos relacionados com estilo de vida encontrados na maioria das populações dos países mais ricos do mundo são uma dieta pouco saudável, a falta de exercício físico regular e o consumo excessivo de álcool. As circunstâncias socioeconómicas, bem como os principais fatores ​​sociodemográficos, como etnia, estado civil e género, também surgem associados a diferenças no risco de mortalidade de diferentes grupos da população.

O aumento da prevalência da obesidade pode ter um impacto de saúde pública suficientemente grande para parar ou inverter as atuais tendências de aumento da esperança de vida

A desigualdade social continua a ter um reflexo importante na esperança de vida?

Nos últimos 20 anos, ou mais, no entanto, tornou-se evidente que, apesar das melhorias consideráveis ​​no padrão de vida dos grupos socioeconómicos mais baixos, ainda há uma grande diferença na esperança de vida. Grupos sociais de rendimentos inferiores têm uma taxa de mortalidade mais alta, apesar de estarem bem acima do limiar da pobreza. Ou seja, o estatuto socioeconómico, em vez de pobreza por si só, tornou-se o conceito central para investigarmos o reflexo das desigualdades sociais nas taxas de mortalidade, que ainda é evidente. Mas não só uma desigualdade social. Em termos de género, por exemplo, verificamos que os homens têm taxas de mortalidade mais altas do que as mulheres. Há também uma relação clara entre o estado civil e o risco de mortalidade. Pessoas casadas tendem a ter melhor saúde e a viver mais do que as que nunca se casaram, e estas por sua vez têm melhor esperança de vida do que divorciados ou viúvos.

Que papel pode ter a tecnologia neste processo? Pode ajudar a mitigar ou, pelo contrário, acelerar, essas disrupções sociais associadas à alteração em curso da estrutura demográfica?

Os efeitos da globalização e da rápida inovação tecnológica nos mercados de trabalho dos países ricos foram significativos. Houve um declínio rápido e acentuado na importância relativa da manufatura nas economias industrializadas mais antigas, e isso foi acompanhado por um crescimento igualmente rápido no setor de serviços e formas mais precárias de emprego. O ritmo da inovação tecnológica abriu espaço a uma série de economias de conhecimento intensivo que valorizam não apenas o nível de educação da força de trabalho, mas também a sua flexibilidade e adaptabilidade. Por isso, os jovens que entram no mercado de trabalho encontram-se num mundo muito diferente daquele que prevalecia quando as gerações baby boom entraram no mercado de trabalho.

No Reino Unido, alguns residentes de lares de idosos foram erroneamente sujeitos a decisões médicas que excluíram tentativas de ressuscitação cardiopulmonar [RCP], levando a mortes potencialmente evitáveis

O drama das mortes de idosos devido à covid-19 despertou-nos da pior forma para as condições em que colocamos os nossos pais ou avós. Os preconceitos de idade ficaram expostos nesta pandemia?

Durante a pandemia, a maioria dos governos alertou os adultos mais velhos que eles corriam um risco maior de doença grave e de morte com a covid-19. Os dados iniciais sobre a mortalidade, nos quais muitos desses conselhos se basearam, indicaram taxas de mortalidade crescentes com a idade, levando a uma recomendação geral de que os idosos deviam ficar em casa e evitar o contacto social. Isso apesar de haver evidências generalizadas, adquiridas já pelo estudo de outras doenças que afetam a vida mais adulta, de que fatores como o género, a etnia, estatuto socioeconómico, comorbilidades e obesidade são fatores de risco diferenciadores entre membros dessas faixas etárias. E apesar também das evidências emergentes sobre o enorme preço para a saúde mental e física que esse confinamento impunha aos mais velhos. Mas, em toda a Europa, os países sofreram para proteger as pessoas vulneráveis ​​nos lares de idosos. Os números mostram que, nas primeiras vagas da pandemia, quase metade das mortes na Europa ocorreram em lares. E isso pode ser explicado por vários fatores, como a recusa em levar adultos mais velhos com covid para o hospital, a “descarga” dos idosos com covid em casas sem acompanhamento profissional, a movimentação dos trabalhadores de cuidados assistenciais e a falta de treino e de equipamentos adequados desses trabalhadores. Além disso, no Reino Unido, alguns residentes de lares de idosos foram erroneamente sujeitos a decisões médicas que excluíram tentativas de ressuscitação cardiopulmonar [RCP], levando a mortes potencialmente evitáveis. No meio do temor de que os hospitais ficassem sobrelotados, algumas casas de saúde receberam avisos DNACPR [para não tentar ressuscitação cardiopulmonar]. Isso sem discussão nem consentimento dos adultos mais velhos ou das suas famílias. Isso foi denunciado pelos principais organismos que trabalham com idosos, que criticaram as medidas de contenção do coronavírus impostas aos mais velhos, incluindo o confinamento, o distanciamento físico e as restrições de movimento. De resto, as evidências demonstram que os estereótipos de idade, o preconceito e a discriminação contra adultos mais velhos durante a pandemia levaram a piores cuidados de saúde e a um aumento do número de mortes.

Rui Frias | Diário de Notícias

Covid-19 | Portugal regista mais uma morte e 220 novos casos. Rt desce para 1

Posted: 19 Apr 2021 07:15 AM PDT

Desde dia 30 de agosto que não tínhamos apenas um óbito. Já foi revelado o mais recente boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde.

Portugal registou, nas últimas 24 horas, uma morte (uma variação de 0,01%) e 220 novos casos (um aumento de 0,03%) da Covid-19. Os dados constam do mais recente boletim epidemiológico, revelado esta segunda-feira pela Direção-Geral da Saúde (DGS). O Rt desceu para 1 e situa-se atualmente neste valor tanto a nível nacional como no Continente.

No total, desde o início da pandemia, contabilizaram-se 16.946 óbitos e 831.221 infeções. Desde dia 30 de agosto que não tínhamos apenas um óbito em 24 horas.

Casos ativos são agora 25.059 (menos 328 em relação a ontem). Há mais 547 recuperados em relação ao último relatório, cifrando-se agora o total em 789.216. Contactos em vigilância são mais 111, para um total de 20.823.

Quanto a internamentos, há 454 pessoas (mais 26) em hospitais derivado da Covid-19, sendo que, destes 112 (mais três) estão em Unidades de Cuidados Intensivos.

Por regiões, o Norte somoumais 96 casos nas últimas 24 horas (a região com um maior número diário), tendo registado 333.832 infeções desde o início da pandemia. Os óbitos mantiveram-se nos 5.330. Já no Centro, somaram-se 24 casos, para um total de 118.149. Mortes foram 3.006 desde o início da pandemia.

Em Lisboa e Vale do Tejo houve mais 56 casos no último dia, sendo agora o total desde março do ano passado 314.733. Nesta região também não se registaram vítimas mortais nas últimas horas, mantendo-se o total em 7.185.

No Alentejo, registaram-se mais nove casos (para um total de 29.568), com 970 mortes desde o início da pandemia. Por fim, no Algarve, somaram-se mais cinco infeções (para as 21.391) e os óbitos mantiveram-se nos 356 totais que já constavam no anterior boletim.

Quanto às Regiões Autónomas, os Açores contabilizaram esta segunda-feira a única vítima mortal do país devido à Covid-19 nas últimas 24 horas – são já 31 até ao momento. Houve ainda mais 14 casos, para um total de 4.554. A Madeira somou mais 15 casos – são agora 8.994 – e manteve os 68 óbitos.

Caracterização Demográfica

Quanto a uma caracterização demográfica dos casos confirmados, a Direção-Geral da Saúde aponta que, do total de infeções, 376.984 foram detetadas no sexo masculino e 453.935 no feminino. Há ainda 302 casos cujo género é desconhecido e que se encontram sob investigação da autoridade.

Quanto a óbitos, já morreram em Portugal 8.903 homens e 8.043 mulheres devido à Covid-19.

Já quanto à incidência, a nível Nacional encontra-se nos 71,8 casos de infeção por SARS-CoV-2 por 100 mil habitantes, valor que diminui se contarmos apenas com o Continente: 68,1 casos de infeção por SARS-CoV-2 por 100 mil habitantes.

De recordar que, ontem, o nosso país somou mais três mortos e 441 novos casos de Covid-19.

Pode consultar nestes mapas interativos a evolução da pandemia de coronavírus em Portugal e no mundo.

Notícias ao Minuto

Portugal | O asilo dos políticos

Posted: 19 Apr 2021 04:41 AM PDT

“O país ergue-se indignado, moureja o dia inteiro indignado, come, bebe e diverte-se indignado, mas não passa disto. Falta-lhe o romantismo cívico da agressão. Somos, socialmente, uma colectividade pacífica de revoltados.” – Miguel Torga

Joana Amaral Dias* | Diário de Notícias | opinião

Por favor, venham todos para a política. Quantos mais, melhor. O resultado de tantos se terem distanciado da vida partidária e da intervenção pública está à vista: a coisa ficou entregue a um punhado de sociopatas e videirinhos cujo único objectivo é servirem-se a si mesmos e delapidarem o bem comum.

Só esta semana, enquanto o país rasga as vestes e arranca os cabelos perante o caso Sócrates, a Grande Porca, como lhe chamava Bordalo, engordou bastante. Vejamos: em 2018, o fisco (que ao contribuinte comum não desculpa um cêntimo) perdoou mais 125 milhões à Brisa, cujo presidente da assembleia-geral era António Vitorino. Como Roma não paga a traidores mas remunera bem seguidores, esse mesmo histórico socialista foi depois escolhido pelo governo para o cargo de director-geral da Organização Internacional para as Migrações, sendo apresentado como um “profundo conhecedor” da pasta. Desconhecem-se tais pergaminhos e o seu entendimento parece ser mais sobre as migrações de dinheiros públicos: sabe-se agora que o Executivo de Costa comprou votos para que Vitorino chegasse a essa sua cadeira de sonho. Final da história? À portuguesa, como com o contabilista de Salgado, o motorista de Sócrates ou o funcionário da ministra da Justiça (caso procurador europeu) – quem se lixa é o mexilhão: processo disciplinar para a secretária. Mas poucos ligaram a este recente episódio da nossa vivência colectiva, até porque logo escorreu mais ração para a porqueira: uma presidente de câmara do PSD que se aliou a um deputado do PS para outra moscambilha; a notícia de que Salgado terá usado a mulher de Marcelo para o comprar (não há reacções?); outra vez vários deputados a serem investigados por darem moradas falsas no Parlamento, de molde a sacar subsídios de deslocação (irão devolver o que roubaram?). De resto, entre a falsificação de documentos da deputada Hortense até à aldrabice do CV da deputada Begonha, passando pelos biscates feitos à Omni pela deputada Joana Lima, no que à ética do Parlamento diz respeito, estes últimos tempos têm sido bem sombrios.

Fazem-se mais leis? Regulações? Muda-se a mentalidade? Enfim, como se combate esta gangrena que nos vai comendo as pernas e tirando o ar? Claro que mecanismos mais robustos, entidades de fiscalização independentes, limites para os mandatos dos deputados, outros mecanismos de listas para a AR, são preciosos e urgentes. Mas, infelizmente, também são sempre contornáveis por elites obstinadas em viver acima da lei. O caminho e parte da solução passam, inevitavelmente, pela exigência cidadã e cívica. Deixar a política entregue a cliques e caciques, não votar, limitar-se a vociferar nas redes sociais aliviando a bílis e a consciência, desistir de acompanhar a vida partidária, encolher os ombros, enfim, tudo isso é parte do problema. Já está estafada a citação do Torga, mas mais actual que nunca: “O país ergue-se indignado, moureja o dia inteiro indignado, come, bebe e diverte-se indignado, mas não passa disto. Falta-lhe o romantismo cívico da agressão. Somos, socialmente, uma colectividade pacífica de revoltados.” É isso mesmo. É com essa moleza que os dinásticos e as castas contam. Temos que passar a colectividade revoltada de pacíficos. Ao poder do mexillhão. Venham.

*Psicóloga clínica

*Escreve de acordo com a antiga ortografia.

PORTUGAL A DESCONFINAR

Posted: 19 Apr 2021 03:51 AM PDT

Bom dia este é o seu Expresso Curto

Ordem para desconfinar

Cristina Peres | Expresso

“As universidades travam o regresso em força dos alunos às aulas presenciais”, lê-se na manchete do Público, que dedica boa parte da capa da edição de hoje às regras que entram em vigor esta segunda-feira. Vários serviços que estiveram encerrados nos últimos dois meses abrem em praticamente todo o território nacional na que é a terceira fase de desconfinamento. Abrange ensino secundário e superior, restaurantes, cinemas e teatros, comércio e centros comerciais, futebol de formação.

O Governo “”fez bem e não tinha alternativa, as “críticas são esperadas e compreensíveis”, o “desconfinamento a três velocidades não é ideal, mas é a solução possível”, disse Marques Mendes no seu habitual comentário de domingo na SIC. Leia aqui o que poderá fazer a partir de hoje e onde.

As novidades relativas à covid-19 são diárias e o JN de hoje faz manchete com o aumento do “número de casos de nova doença pós-covil nas crianças”. Chama-se MIS-C, é rara, ataca vários órgãos e já levou a vários internamentos.

Relacionado com as condições em que os cidadãos têm vivido os últimos meses está também o balanço da violência doméstica durante a pandemia: mais de 86 mil pedidos de ajuda, 2424 vítimas usaram as 904 vagas nas casas de apoio como pode ler em pormenor num extenso trabalho da edição desta segunda-feira do i.

Os últimos números em Portugal identificam 441 novos infetados, 395 recuperado e três mortes. Os centros Comerciais preparam via verde para apoios a pequenos lojistas. O setor tem perdas estimadas em 700 milhões de euros com as rendas e ainda se está para ver como vai a restauração recuperar.

A Alemanha dedicou este domingo a uma homenagem às vítimas de covid-9 quando estas somaram 80.000. O Presidente Frank-Walter Steinmeyer e a chanceler Angela Merkel participaram numa missa na Igreja Memorial Imperador Guilherme II, em Berlim.

Mais de uma ano depois, já se pode viajar de novo sem restrições entre a Austrália e a Nova Zelândia. Ambos os países da chamada “bolha trans-Tasmânica” reduziram os casos de covid-19 a praticamente zero.

O sucesso no combate à covid-19 e a vacinação em massa que levou a cabo em tempo recorde são as razões que permitem que, a partir de hoje, se passe a circular sem máscara na rua em Israel.

 

OUTRAS NOTÍCIAS
Cabo Verde. O Movimento para a Democracia (MpD), no poder, lidera a votação nas eleições legislativas, com 49% dos votos e 25 de um total de 72 deputados, quando estão apuradas 81,3% das mesas de voto. As sétimas eleições desde a independência decorreram ontem em todo o território insular e na diáspora com as urnas a encerrarem às 18h locais (20h em Lisboa). A Comissão Nacional de Eleições declarou que a votação decorreu sem incidentes.

Angola. Os professores angolanos marcaram uma greve nacional a partir de 26 de abril. O Sindicato Nacional dos Professores lançou o início da luta para aquele dia justificando com as insatisfação das reivindicações feitas pela classe já em 2019.

Angola II. Uma reportagem na Lunda Norte dá conta de como o sonho de desenterrar diamantes e enriquecer de um dia para o outro contrasta com a miséria e falta de perspetivas da população local.

Navalny. Os Estados Unidos declaram que a Rússia vai enfrentar “consequências” se Alexei Nalvalny morrer na prisão. A possibilidade pôs-se depois de médicos terem observado o opositor russo, exprimindo preocupação com o estado a que chegou em consequência da greve de fome que segue desde final de março. “Vai morrer nos próximos dias se não receber tratamento adequado”, previnem. Oitenta figuras públicas escreveram uma carta aberta ao Presidente Putin para que receba tratamento. O risco de vida que Navalny corre bem como a agressão da Rússia na Ucrânia vão dominar o encontro dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 desta segunda-feira.

Depois de a República Checa ter expulsado 18 diplomatas russos acusando-os de espionagem, Moscovo retaliou expulsando 20 diplomatas checos. Onde já se viu isto?

A Rússia abandona a Estação Espacial Internacional (EEI) em 2025. A EEI, que começou a ser construída em 1998, termina o prazo de exploração em 2024, ainda que possa ter vida útil até 2030. A decisão foi tomada no dia 12 por Vladimir Putin reunido com os responsáveis pela indústria espacial russa. A agência espacial russa Roscosmos limitou-se a comentar que as decisões são tomadas com base no estado técnico dos módulos.

Estados Unidos e China acordaram colaborar em matéria de alterações climáticas com caráter de urgência.

Moçambique. Uma análise publicada no “Africa Report” pergunta se não se está em risco de criar um novo Afeganistão ao confiar em informação fora de prazo relativamente à crise de Cabo Delgado.

Presidência portuguesa União Europeia
Vacina da J&J. Fim da suspensão decidido esta semana. A vacina da Johnson & Johnson, que está suspensa nos Estados Unidos e na Europa, deve voltar a ser administrada nos próximos dias, possivelmente “com restrições”, afirmou, no domingo, o médico Anthony Fauci, também consultor da administração norte-americana para a pandemia. A decisão dos especialistas sobre a retoma da utilização desta vacina de toma única, suspensa desde a última semana, deverá ser conhecida até sexta-feira. Portugal recebeu, na quarta-feira, as primeiras 31.200 doses desta vacina, que ficarão armazenadas até haver uma decisão do regulador europeu sobre a sua utilização, o que vai acontecer na próxima terça-feira.

Porta aberta a todas as vacinas “seguras” e “eficazes”. Em entrevista ao “El País”, a diretora da Agência Europeia de Medicamentos (EMA), Emer Cooke, revelou que o regulador já suspeitava que poderia existir um problema com a vacina da J&J, dadas as semelhanças com a vacina da AstraZeneca. “Já tínhamos contactado, de forma proativa, com a empresa e iniciado um procedimento para investigar mais a fundo possíveis problemas”, afirmou. Na mesma entrevista, Cooke defendeu que são necessárias “tantas vacinas seguras, eficazes e de elevada qualidade quanto possível” e que, por isso, nenhuma deve ser discriminada tendo em conta a sua origem. No início de março, o regulador anunciou o início de uma investigação à vacina russa para verificar se os testes clínicos da Sputnik V respeitaram os padrões científicos e éticos.

Novo Banco avança com nova ação de execução de €3,5 milhões contra empresas de Joe Berardo. Isto além do processo conjunto colocado com a CGD e o BCP.

O FCP voltou à Liga e venceu o Nacional. Com margem mínima, mas à vontade.

Doze equipas de topo de futebol europeias anunciam ir formar uma nova Super Liga Europeia deixando o setor em polvorosa. Poderáchegar a 20 clubes e vai entrar em ação assim que possível. O anúncio foi feito no domingo à noite por seus equipas inglesas – Arsenal, Chelsea, Liverpool, Manchester City, Manchester United e Tottenham Hotspur; três italianas – AC Milão, Inter Milão e Juventus; e três espanholas – Atlético Madrid, Barcelona e Real Madrid.

FRASES
“Os magistrados judiciais não podem ser detidos senão mediante mandado do juiz”, Jorge de Miranda, constitucionalista ao i a propósito do juiz Rui Fonseca e Castro

“Ao juntar as maiores equipas e jogadores do mundo ao longo da temporada a Super Liga vai abrir um novo capítulo no futebol europeu assegurando competições e instalações de classe mundial com apoio financeiro reforçado para a restante pirâmide do futebol”, Joel Grazer, co-presidente do Manchester United e vice-presidente da Super Liga citado pela CNN

O QUE ANDO A LER
Um total de 48 horas de voo permitiram-me dividir o tempo entre o espetáculo das nuvens – que já fazia falta!! – e a típica leitura de avião, à qual é indiferente ser interrompida pelas refeições ou por turbulência indesejada: artigos de jornal e revista e long reads em atraso. O primeiro que recomendo poderia ter sido lido noutra ocasião, mas já não controlei a curiosidade quando me apercebi tratar-se da queda de um homem de um avião. Cenário: um dia, sossegado no jardim de casa no sudoeste de Londres e eis que cai um homem de um avião de passageiros no jardim. Uau?! Foi em 2019 e o texto do Guardian conta a história do dono do jardim, que viu cair um “volume” do voo da Kenya Airways KQ 100, um Boeing 787-8 Dreamliner, que deixara o aeroporto internacional de Nairobi, Jomo Kenyatta, oito horas e seis minutos antes, às 9h35 locais. Depois de verificar numa aplicação a origem daquele avião, enquanto se dirigia de mota para o local onde o dito “volume” caíra, a testemunha desejou ardentemente ter acabado de assistir à precipitação no espaço de um casaco, uma mala? uma coisa qualquer que não confirmasse as piores suspeitas. Era mesmo um homem.

O segundo é um artigo da última edição da revista “The Economist” sobre o momento em que até os profissionais da atividade mais glamorosa têm de aceitar que chegou a altura da reforma. Não só o próprio momento da retirada tem de ser planeado como, para a maioria das pessoas, implica uma reflexão sobre o que fazer de seguida. No livro “Changing Gear”, Jan Hall, ex-headhunter, e o psicólogo Jon Stokes discutem como é que as pessoas chegadas à terceira fase das suas vidas, após a infância e a carreira, podem redefinir o seu papel na sociedade. Para início de conversa, é um assunto muito mais difícil para quem teve poder a sério e está em vias de perder estatuto e deixar de ter em quem mandar. O livro apresenta uma série de estudos de caso que são interessantes em si e podem dar pistas a quem aguente a conversa da “conversão de atitude”.

A terceira e última sugestão é também da “The Economist”, um típico trabalho de divulgação científica que tem a potência de pôr-nos a pensar sobre a forma como organizamos o mundo. Chama-se “Working in the dark: Design bias is hamful and in some cases can be lethal” e trata de uma peça tão fundamental no contexto da pandemia de covid-19 como o oxímetro, que está longe de funcionar com igual eficácia em brancos e negros, por exemplo. “O mundo é desenhado para homens brancos, que o partilham com os outros”. Basta pensar por uns segundos: se o que o oxímetro faz é emitir luz através da ponta do dedo para medir o nível de oxigénio no sangue não será óbvio que a cor da pele tem um papel importante no resultado? Então porque é que isso não foi tido em conta quando aqueles aparelhos foram calibrados? Vale mesmo a pena ler esta reflexão.

O curto termina com o desejo de que passe um ótimo dia de lançamento da semana. Hoje é segunda-feira e tudo pode acontecer já que é garantido que tudo acontece em expresso.pt!

Sugira o Expresso Curto a um/a amigo/a

Portugal | Falta cumprir Abril na justiça

Posted: 19 Apr 2021 03:29 AM PDT

Paulo Baldaia* | Jornal de Notícias | opinião

Nenhuma democracia resiste a uma má administração da justiça e já ninguém pode ter dúvidas sobre a necessidade de fazer uma profunda reforma no sector para que não seja ele, ou a ausência de confiança nele, a funcionar como trampolim final para a afirmação de um caminho de extremismos e intolerância a que continuaremos a chamar democracia, apenas porque a governação continuará a resultar da vontade de uma maioria popular que vote.

Os crimes que José Sócrates possa ter cometido enquanto primeiro-ministro em funções, ou antes disso e depois disso, terão de ser julgados pela justiça, mas a forma prepotente como exerceu o cargo e que agora repete procurando impor a sua verdade também já fizeram muito para desacreditar a democracia, desacreditando a justiça. Uma justiça que funciona como se apostássemos numa roleta, no preto sai juiz 1 e no vermelho juiz 2, no primeiro perdemos e no segundo ganhamos, já é suficiente mau porque é suposto que funcione o primado da lei. Pior mesmo é a ideia de que a roleta pode estar a ser manipulada para sair o resultado à vontade do freguês.

 

Numa democracia funciona a separação de poderes e todos defendemos que “à justiça deve estar entregue o que é da justiça”, mas não é aceitável que os poderes legislativo e executivo se demitam de funções, querendo convencer-nos que o fazem para defender a democracia. Os prazos definidos para a prescrição dos diferentes crimes, os períodos de contagem desses prazos, a existência de mega-processos que se perdem no tempo, a existência de um Tribunal Central de Instrução Criminal que apenas tem dois juízes são apenas algumas das concepções defeituosas da justiça que compete ao poder legislativo resolver. A falta de meios humanos, materiais e financeiros com que vivem as instituições que devem prevenir ou investigar a corrupção é trabalho para o poder executivo.

O problema de fundo, ainda assim, é o corporativismo que a justiça traz colado na pele desde o tempo da outra senhora. Se no Estado Novo, a regra era fazer o que determinava o poder político, no actual regime tem sido o de percorrer um caminho em que tudo acaba na mesma. Com salários que já superam o do primeiro-ministro e avaliações que são sistematicamente as mais elevadas, mesmo quando a incompetência está à vista de todos, a guerra entre juízes ou entre juízes e procuradores, por causa da Operação Marquês, é só mais um aviso para que se ponha mão no estado da justiça. Nenhum partido pode fugir à sua responsabilidade, nem ninguém se pode desculpar com a impossibilidade de legislar a quente.

Nenhum partido pode fugir à sua responsabilidade, nem ninguém se pode desculpar com a impossibilidade de legislar a quente. Ontem já era tarde. Entendam-se sobre um controle efectivo das diferentes corporações, assumam que a auto-avaliação não funciona. Mas assumam igualmente que o ónus da prova tem que evoluir para lá do ponto em que se encontra na justiça portuguesa, em que os criminosos andam sempre um passo à frente de quem investiga e de quem julga. Também é chegado o momento de aceitar que quem enriquece sem justificação, ou quem oculta esse enriquecimento para não poder ser escrutinado no exercício de funções públicas, deve ficar obrigado a demonstrar com clareza a origem da sua fortuna.

*Jornalista

Tensões entre UE e Rússia “estão a aumentar” devido a Navalny e Ucrânia

Posted: 19 Apr 2021 02:42 AM PDT

“A situação na fronteira ucraniana, com a mobilização de forças da Rússia, (…) é muito perigosa, e apelamos à Rússia para que retire as suas tropas” da região, referiu Josep Borrell.

chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, considerou esta segunda-feira que as tensões entre a União Europeia e a Rússia “estão a aumentar” devido ao estado de saúde de Alexei Navalny e da situação “perigosa” na fronteira com a Ucrânia.

“No geral, as relações com a Rússia não estão a melhorar. Pelo contrário, as tensões estão a aumentar em várias áreas”, frisou Josep Borrell à entrada para uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, que tem lugar esta segunda-feira por videoconferência.

Enumerando os diferentes pontos que irão ser abordados pelos chefes da diplomacia europeia durante a reunião, Borrell destacou que a discussão sobre a Rússia irá centrar-se em três temas: a expulsão, anunciada no domingo, de 20 diplomatas checos da Rússia, o estado de saúde do opositor russo, Alexei Navalny, e as tensões na fronteira com a Ucrânia.

 

No que se refere a Navalny, Borrell disse estar “muito preocupado” com o estado de saúde do opositor russo, informando que recebeu no domingo “uma carta da sua equipa” e que, aquando da sua deslocação a Moscovo em fevereiro, tinha “posto em cima da mesa” a questão do tratamento de Navalny, sem que o seu pedido “tenha sido ouvido”.

“Agora, a situação [de Navalny] piorou. Responsabilizamos as autoridades russas pelo estado de saúde de Navalny”, sublinhou.

O Alto Representante disse ainda que convidou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, a participar no Conselho de Negócios Estrangeiros, de maneira a elucidar os chefes da diplomacia europeia sobre o “estado da situação” na fronteira entre a Ucrânia e a Rússia.

“A situação na fronteira ucraniana, com a mobilização de forças da Rússia, (…) é muito perigosa, e apelamos à Rússia para que retire as suas tropas” da região, referiu Borrell.

Abordando ainda a situação na região de Tigray, na Etiópia, que também estará em cima da mesa dos ministros europeus, Borrell salientou que, “apesar de todas as promessas do governo etíope”, o “acesso humanitário [a Tigray] ainda não foi garantido”.

“Vamos falar da Etiópia e espero que os Estados-membros analisem as decisões a tomar caso o Governo etíope não cumpra as suas promessas sobre a situação em Tigray”, sublinhou.

Borrell falava à entrada para o Conselho de Negócios Estrangeiros, onde, além dos dois temas elucidados por Borrell, os chefes das diplomacias europeias irão também debater vários assuntos correntes, entre os quais a situação na região de Cabo Delgado, no norte de Moçambique.

Segundo fontes europeias, os ministros europeus irão procurar “contribuir para encontrar uma solução para a crise que se vive em Cabo Delgado”, nomeadamente através de uma “potencial missão não militar” no âmbito da Política Comum de Segurança e de Defesa da UE.

Os chefes das diplomacias da UE irão também abordar a atual situação no Myanmar (antiga Birmânia), sendo esperado que um novo pacote de sanções seja aprovado pelos ministros, com o intuito de “visar entidades económicas que são cruciais para as atividades” da Junta Militar que perpetrou um golpe de Estado a 01 de fevereiro.

A reunião teve início às 09:30 de Bruxelas (08:30 de Lisboa) e deverá terminar por volta das 15:00 (14:00 de Lisboa).

Diário de Notícias | Lusa

You are subscribed to email updates from Página Global.
To stop receiving these emails, you may unsubscribe now.
Email delivery powered by Google
Google, 1600 Amphitheatre Parkway, Mountain View, CA 94043, United States