A Unidade de Neonatologia do Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, criada em 1997, “precisa urgentemente de material novo” e de “novas instalações, mais modernas e adequadas”, disse uma médica pediatra. “Precisa urgentemente”, reparem bem!

Explicou, também, que trata-se da “única Unidade da Região que presta cuidados aos prematuros abaixo das 32 semanas”. Só em 2021 foram “172 bebés”.

A mesma médica pediatra – que foi correcta e corajosa no seu alerta, porque nos tempos que correm não se pode falar muito…- realçou que “há que investir quer em recursos técnicos quer em recursos humanos”.

Por mais insuficiente que possa ser o actual Governo Regional dos Açores, de coligação PSD-CDS-PPM, e tem sido em vários aspectos, a verdade tem que ser dita, com seriedade e justiça: o principal responsável pela situação a que chegou a Unidade de Neonatologia é o anterior ou anteriores Governos Regionais liderados pelo PS, que esteve no poder 24 anos. O actual Governo Regional leva apenas dois anos de mandato.

Deve ser por isso que o PS não reagiu às declarações da referida médica pediatra, porque, de facto, tem muitas responsabilidades quanto ao que está em causa. Os bebés, principalmente os prematuros, deveriam estar na primeira linha de preocupações e atenções! Mas, afinal, que Autonomia político-administrativa vem a ser esta, em que se gastam milhões, por vezes, no que é menos necessário?

O anterior Governo Regional socialista investiu muito dinheiro na construção de um polémico pavilhão subterrâneo no jardim, que foi quase todo destruído, do Museu Carlos Machado e que não serve para nada, porque alegadamente o projecto foi mal elaborado, a fazer fé na actual secretária regional das Obras Públicas.

Pois esse dinheiro, de montante muito elevado, deveria ter sido aplicado, isso sim, na Unidade de Neonatologia.

O anterior Governo Regional do PS não prestou a atenção que devia à Unidade de Neonatologia. O actual Governo Regional de coligação PSD-CDS-PPM prometeu fazer mais e melhor, mas quanto a esta matéria tão essencial quanto urgente, entre outras, ainda não fez nada. Mexam-se, como é vossa obrigação, porque as crianças açorianas merecem o melhor. “Urgentemente”, para usar a palavra da médica pediatra, que, com o seu oportuno e meritório alerta, prestou um relevante serviço aos Açores, à Saúde e às crianças da nossa terra. Oxalá seja ouvida! Nascer em e com a máxima segurança é um direito fundamental!