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MORREU TONY BENNETT
Morreu Tony Bennett. Cantor tinha 96 anos
O cantor norte-americano sofria da doença de Alzheimer, diagnosticada em 2016.
DN/AFP/Lusa
21 Julho 2023
Morreu esta sexta-feira, em Nova Iorque, o cantor Tony Bennett, aos 96 anos, avança a Associated Press. O norte-americano sofria da doença de Alzheimer, diagnosticada em 2016.
Anthony Dominick Benedetto nasceu a 3 de agosto, de 1926, em Nova Iorque, e tornou-se numa referência do grande cancioneiro americano, mas também do jazz. A notícia da sua morte foi confirmada pela agente Sylvia Weiner.
Tony Bennett ficou famoso no início dos anos 1950 com sucessos como Because of you, tendo relançado a sua carreira a partir de meados dos anos 1990, com duetos com figuras ‘pop’, destacando-se mais recentemente duetos com Amy Winehouse e Lady Gaga.
A par de Sinatra, Perry Como e Dean Martin, Tony Bennett é apontado com um dos mais importantes cantores norte-americanos de origem italiana, que dominaram o panorama musical norte-americano durante décadas.
Com uma carreira de mais de sete décadas, Tony Bennett interpretou os clássicos norte-americanos e temas como I Left My Heart In San Francisco – que lhe deu dois dos 18 Grammy Awards, dos quais um de carreira, em 2011 -, entre outros sucessos, incluindo Rags to Riches, Stranger in Paradise.
Foi em 1956, com 20 anos, que lançou o seu primeiro álbum, tendo vendido desde então milhões de discos.
Num percurso com mais de 70 álbuns, Bennett lançou três com duetos de sucesso, num deles cantou com Amy Winehouse naquela que viria a ser a última gravação da cantora antes de morrer em 2011, aos 27 anos.
Comemorou o 90º aniversário com um espetáculo repleto de estrelas no Radio City Music Hall de Nova Iorque, que foi transformado num especial de televisão e álbum. O título foi tirado de uma canção popularizada por Bennett: The Best Is Yet to Come.
Na última década, Bennett viajou pelos Estados Unidos e pela Europa, terminando a digressão em Nova Jersey, a 11 de março de 2020, devido à pandemia de covid-19.
O cantor atuou algumas vezes em Portugal, as últimas das quais em 2003, nos casinos do Estoril e da Póvoa de Varzim. Há também registo de concertos de Tony Bennet em Portugal em 1988 e em 1998.
A última aparição pública de Tony Bennett aconteceu em agosto de 2021, no espetáculo com Lady Gaga One Last Time, no Radio Music City Hall, em Nova Iorque, dois meses antes da edição do segundo álbum que gravou com a cantora, Love for Sale, que seria o último da sua carreira.
Tony Bennett passou também pela Sétima Arte, tendo-se estreado no cinema em 1966 no filme “Sucesso sem escrúpulos”, de Russell Rouse. Mais tarde voltou ao cinema, mas a fazer de si próprio, em filmes como Uma questão de nervos” de Harold Ramis, e Bruce, o todo poderoso, de Tom Shadyac.
Aos 64 anos, foi transformado num desenho animado da série The Simpsons e, aos 82, teve uma participação na série A vedeta, da HBO.
Entre os parcerias que destacou na sua carreira, está o encontro com o pianista de jazz Bill Evans (1929-1980), que resultou em algumas sessões ao vivo e nos discos The Tony Bennett Bill Evans Album, de 1975, e Together Again, de 1977, nos quais interpretaram clássicos em duo como Some Other Time, de Leonard Bernstein, Betty Comden e Adolph Green, Waltz for Debby, do próprio Bill Evans com Gene Lees, e Days of Wine and Roses, de Henry Mancini e Johnny Mercer.
Em 2017, numa entrevista à revista digital JazzWax, de Marc Myers, Tony Bennett lembrou a parceria e o modo como o trabalho com Bill Evans o marcou. Recordou então um diálogo com o pianista, antes de um concerto, quando este lhe disse “apenas interessava seguir a verdade e a beleza” da música e “ficar por aí”.
“Segui o conselho de Bill [Evans] e pensei nas suas palavras durante todo o concerto. Ainda hoje penso no que ele me disse naquela noite, antes de seguir em frente.”
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