mistérios de sintra

O MISTÉRIO INCRÍVEL DOS SUBTERRÂNEOS DE SINTRA
Uma verdadeira cidade subterrânea, formada por túneis e grandes galerias, a partir do Castelo da Penha e construídos pelos Mouros e pelos Templários há cerca de oito séculos, faz com que a Serra de Sintra se pareça mais com um enorme queijo “Gruyère” do que com uma montanha a quem já Ptolomeu apelidava de Montanha da Lua, nome aliás repetido por Camões quando a ela se refere, em verso, nos “Lusíadas”.
Em tempos ainda mais remotos Festo Avieno chamou-lhe Ofiusa, palavra de origem grega significando “terra da serpente”. Serpentes seriam, segundo vários autores mais dados à História superficial, os ídolos das tribos indígenas mas não se pode olvidar o facto de os Iniciados em determinada Via do Conhecimento serem conhecidos por idêntico nome.
Por seu lado o cruzado Osborne, um dos voluntários estrangeiros na conquista de Lisboa aos Mouros por D. Afonso Henriques e, quanto a nós, o primeiro repórter da História de Portugal, sobre a Serra de Sintra referiu, nas suas crónicas, que se tratava de uma região tão enigmática ao ponto das éguas ficarem prenhas apenas devido ao vento…
UM CASTELO ONDE ACONTECEM COISAS ESTRANHAS
Estes particularismos, narrados em velhos alfarrábios, não chegaram ao conhecimento do reformado Abílio Duarte, guarda em sistema de voluntariado do secular Castelo dos Mouros, em Sintra, mas isso não impede que, em compensação, não nos garanta:
– Aqui no castelo acontecem coisas estranhas. As pedras até parece que crescem, tal qual como as pessoas.
Mesmo dando de barato esta opinião, deveras polémica, não deixaremos de referir que Abílio Duarte nos adiantou pormenores sobre a existência dos túneis da Serra da Lua, existência esta igualmente garantida por documentos antigos, só que de impossível demonstração pois essas galerias encontram-se obstruídas, nas suas entradas, por grandes porções de terra e entulho de vária ordem, embora notando-se perfeitamente os vários tipos de acesso.
O Castelo dos Mouros e a entrada para um dos subterrâneos da Serra Sagrada de Sintra
Guiando-nos até junto das entradas de diversos túneis, parte deles escavados nas rochas, Abílio Duarte insiste:
– Tudo isto, aqui por baixo, tem subterrâneos. Um deles vai ligar ao Convento dos Capuchos, que fica a oito quilómetros daqui, e um outro desemboca perto da povoação de Rio de Mouro, mesmo junto ao ribeiro que passa naquela povoação.
Outras galerias, afirmam texto vetustos, descem pelo interior da montanha até ao Palácio da Vila, edificação mais moderna mas não menos enigmática em certos aspectos da sua arquitectura, para já não falar no Palácio da Penha, mandado edificar por D. Fernando II, verdadeira jóia de simbologia oculta, igualmente provida de longos subterrâneos que ninguém sabe onde levam.
OS TÚNEIS E POÇO DO MONTEIRO DOS MILHÕES
Outro local onde se descobriram túneis e passagens plutónicas foi na famosa Quinta da Torre, também conhecida por Quinta da Regaleira, situada na subida para Seteais.
Esta propriedade, adquirida em 1893 pelo dr. António Augusto de Carvalho Monteiro, a quem deram a alcunha de Monteiro dos Milhões devido à sua enorme fortuna pessoal, viria a provar a grande amplitude da rede de subterrâneos da Serra de Sintra quando o seu não menos rico e enigmático proprietário resolveu mandar abrir duas passagens do subsolo para ligar o palácio à capela e à casa do guarda.
Talvez sem surpresa do milionário, estas obras foram desembocar numa rede de túneis antigos, surgindo numa das grutas assim postas a descoberto pequena imagem de pedra cor-de-rosa, representando um ser com aspecto feminino mas pisando um animal parecido com o mitológico dragão, só que exibindo certas formas humanas.
O “poço” iniciático e uma das grutas da Quinta da Regaleira da Serra Sagrada de Sintra
Monteiro dos Milhões veio a falecer oito anos após se terem concluído as obras na quinta e no palácio, as quais levaram dezanove anos a fazer. Se tivermos em conta o que a Kaballah diz acerca do número oito seremos forçados a pensar que o mistério se adensa.
Considerado, por alguns, como o último dos alquimistas portugueses, o dr. António Augusto de Carvalho Monteiro seguiu, igualmente, a insólita tradição de fazer buracos profundos na Montanha da Lua pois, além das diversas galerias da sua autoria, ainda detectáveis na Quinta da Regaleira, ordenou a escavação de um “poço” com 30 metros de profundidade e 6 de largura.
Pelas paredes deste “poço”, cuja possibilidade de servir para captar água é posta de parte por quem nele penetra, desce uma escada em caracol com 139 degraus e apoiada em colunas.
No fundo depara-se com mais passagens subterrâneas reforçando a ideia de que tanto buraco não teria sido aberto por acaso…
UMA TRADIÇÃO MUITO FECUNDA QUANTO A SUBTERRÂNEOS
A Tradição portuguesa é fecunda quanto a referências sobre as grutas e túneis sintrenses, chegando a fazerem parte das lendas do povo de regiões afastadas da Montanha da Lua.
A Serra de Montejunto, por exemplo, localiza-se a cerca de cinquenta quilómetros a Nordeste da Serra de Sintra mas os seus habitantes, segundo o livro de António Oliveira Melo, António Rodrigues Guapo e José Eduardo Martins, “O Concelho de Alenquer”, pensam e garantem:
– A terra e o mar interpenetram-se. De uma ponta à outra, da serra de Sintra à serra de Montejunto, a montanha está rota por baixo e o mar chega a entrar por ela dentro.
Será esta Montanha, às portas de Lisboa, uma das Cem Portas do mais fabuloso que mítico Reino de Agharta, onde “reside” o Rei do Mundo?
Helena P. Blavatsky, fundadora da Sociedade de Teosofia, falou nesse país subterrâneos em 1888, na sua obra “A Doutrina Secreta”, a “bíblia” de grande número de ocultistas. Mas foi alguns anos mais cedo que a lenda ou história verídica de Agharta teve a sua maior divulgação junto do público, com as obras insólitas de Saint-Yves d´Alveydre.
Nelas este estranho homem profetizou muitos acontecimentos de grande relevo que vieram a suceder alguns cem anos depois da sua morte, entre eles a implantação do Comunismo na China e a união da Europa, ou Comunidade Económica Europeia…
Após contactos com uma personagem misteriosa, a quem chamou Instrutor, o escritor publicou a “Missão da Índia na Europa”, livro enigmático onde diz revelar os segredos desvendados pelo seu Mestre.
O Reino de Agharta seria, então, uma cidade subterrânea e iniciática onde viveriam milhões de pessoas, Igreja primitiva conservada em segredo, talvez a equivalência do Reino do Prestes João, conservando-se assim até à implantação da Sinarquia no Mundo.
Para os nossos leitores menos a par destes assuntos, para o aprofundamento sobre o tema Sinarquia aconselhamos o livro de Papus, publicado em Portugal pelas “Edições 70” sob o título “O Ocultismo”.
DA PROFECIA À SINARQUIA PASSANDO POR AGHARTA
Com a finalidade de analisar melhor o possível relacionamento entre a Serra de Sintra e o fantástico Reino de Agharta, interrogámos o kabalista português Vitor Adrião, investigador que desde há muito se vem dedicando a estes estudos.
– O Castelo dos Mouros, localizado no cimo da Montanha da Lua, tem sido assinalado, ao longo dos tempos, como uma das entradas para o lendário Reino de Agharta. Também foi local de existência de uma inscrição profética, que se encontrava à entrada do referido Castelo mas mandada retirar por D. João II.
Este rei, a quem grande número de ocultistas e investigadores atribui a paralisação do projecto universalista português, quando transformou a Ordem de Cristo numa ordem de clausura, pouco ganhou com a iniciativa já que o texto da inscrição premonitória ficou registado na “Crónica de El-Rei D. Manuel”, de Damião de Góis, achando-se igualmente assinalado na página 201 de “Cintra Pitoresca”, um livro de autor anónimo de 1838 mas que hoje se sabe ser o Visconde de Juromenha.
E prosseguiu Vitor Adrião:
– Trata-se do vaticínio de uma Sibila sobre o Ocidente e garantia: “Patente me farei aos do Ocidente / Quando a porta se abrir lá do Oriente / Será cousa pasmosa quando o Indo / Quando o Ganges trocar, segundo vejo… / Seus divinos efeitos com o Tejo.”
É caso para aconselhar que quem souber ler que leia mas sempre acrescentaremos dois pormenores importantes, possivelmente ligados a este vaticínio.
A Serra Sagrada de Sintra ligada ao Paraíso “Perdido” de Agharta
Um deles é o facto de vários dignitários budistas e outros religiosos orientais estarem a deixar o Oriente para se fixarem na Europa, incluindo Portugal. Um deles, antes de iniciar viagem na direcção do “movimento” do Sol, igualmente de Oriente para Ocidente, ter dito aos seus seguidores da Tailândia encontrar-se a Ásia espiritualmente falida, pretendendo por isso viver num país que estivesse redespertando para as coisas espirituais.
Outro foi a descoberta, por parte do kabalista por nós contactado na Serra de Sintra, de duas lápides importantes, facto por ele próprio narrado através das palavras seguintes:
– Existem, na Quinta da Penha Verde, restos de um Templo dedicado à Lua onde duas lápides, escritas em sânscrito – idioma nunca falado na Europa – e trazidas de Somnath-Patane pelo Vice-Rei da Índia D. João de Castro, contam a história da união do Oriente com o Ocidente, verdadeiro tratado ensinando a viver-bem segundo as regras canónicas do Espírito Santo, neste caso e a quem são dedicadas as lápides, Shiva.
Uma das estelas ou lápides sânscritas
na Quinta da Penha Verde de Sintra
Talvez não seja, pois, em vão tudo quanto se escreveu e disse acerca do possível Quinto Império de Portugal, desde que o entendamos não como um domínio terreno ou colonial mas como um Império espiritual e universalista.
Quando o compositor Richard Strauss visitou a zona da Montanha da Lua considerou-a a coisa mais bela que tinha visto. Referindo-se ao parque, mandado construir por D. Fernando II, comparou-o ao jardim de Klingsor enquanto apontando o Castelo dos Mouros, lá no alto, definiu-o como o Castelo do Santo Graal.
Para quem conheça a história de Parsifal talvez não seja necessário acrescentar mais na reportagem.
UMA JANELA NECESSÁRIA
Perto do Castelo dos Mouros existe o Palácio da Penha, cujo nome provém das grandes rochas ou penhas que tiveram de cortar para o fazer, não tendo o seu nome nada a ver com a palavra Pena, como erradamente se pretende.
Mandado construir pelo rei D. Fernando II, com projecto do Barão de Eschwege, no ano de 1840, o Palácio da Penha é um tesouro de arquitectura oculta e simbólica, apesar dos positivistas e enciclopedistas da nossa praça não o distinguirem de qualquer outra construção.
Esta situação pode verificar-se no que diz respeito à famosa Janela do Gigante, da qual os apenas entendidos em arquitectura consideram “composição monstruosa, com um gigante cujas pernas são caudas de sereias, assente em grande concha e sustentando pesada janela saliente, tudo com uma decoração excessiva”.
Mas, afinal, uma leitura mais atenta, por quem possua olhos para ver, verificará tratar-se do deus Neptuno, dominador dos elementos Água, Fogo e Ar – por isso a janela que sustenta possui três aberturas.
Segundo a opinião de entendidos na Kaballah, falta o elemento Terra, afinal aquele de que tratámos neste trabalho, levando a pensar ser desta janela que um observador atento, num momento propício, poderá descobrir o mistério dos subterrâneos da Serra de Sintra ou da Lua.
É de realçar o facto de D. Fernando II ter comprado, igualmente, o Castelo dos Mouros dando 761 mil réis por toda a zona, ficando com a obrigação de cuidar da sua conservação.
Depois da morte deste Rei Ocultista, em 1885, toda a propriedade ficou na posse da sua segunda esposa, a Condessa de Edla, que a vendeu ao Estado pela soma de 310 contos.
V. M.
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Sintra e os Mundos Internos
Luis Aparício escreve: “Um amigo, desde jovem que faz desenhos daquilo que sente sobre o interior de Sintra. É algo que está dentro de si e sai quando está a ver televisão ou num restaurante ou numa reunião. O tema que lhe sai é sempre sobre aquilo que vive por baixo da serra de Sintra. Quem olha para estes desenhos (abaixo indicados), sente que algo de muito especial lhe foi sugerido. Estamos perante momentos únicos e inéditos. Eis as suas palavras sobre os seus desenhos”:“Sim, é verdade, qualquer pedaço de papel serve para desenhar ou expressar aquilo que só os olhos da alma vislumbram ou captam.Quem olha os desenhos, vê o que tem de ver, e sente o que tem de sentir, internamente, naquele preciso momento.E hoje esse processo de escrita mantém-se, simplesmente, como uma linguagem do espírito para unir mundos; os do visível, real e imediato, com os do sagrado invisível, seus Portais de Consciência. São ‘chaves’ de desbloqueamento. Essa é uma das funções dos desenhos”.
O autor dos desenhos é Arquitecto, professor de artes orientais há mais de 35 anos, foi com os escuteiros que cimentou o seu amor pela natureza e a sua amada Sintra, a serra sagrada.
Sintra, é onde a sua alma abraça, no sussurro do silêncio, a vida que o Lugar dos Lugares preserva para lá do tempo e dos espaços dos homens. Ali, entre o mar, feito de céu e terra, a Luz tem as suas fronteiras.É onde a Poesia e a Ciência das Estrelas comungam, Irmãs do UNO. Ali, só está quem tem de estar, Simplesmente, Presente.
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